Fanfic:  A Dança da Sedução {♥} AyA [ finalizada ] | Tema: hot, drama, ponny, AyA

Alfonso acordou e, com um gesto automático, tateou a cama procurando por Anny. Nos primeiros segundos ficou confuso por não se lembrar de onde estava. Ainda estava escuro. Zonzo, virou para o lado e viu-a vestindo o roupão.

— O que foi?

— Não quis acordá-lo. — Anny aproximou-se e beijou-o no rosto. — Preciso ir. Tenho aula.

— Está dando aulas de bale no meio da noite?

— Estou tendo aulas, seu bobo! E já é de manhã. São quase seis horas.

Alfonso tentou clarear as idéias, mas dormira muito pouco e sentia o cérebro embotado. Voltou a perguntar:

— Vai tomar aulas? Pensei que já soubesse dançar.

— Bobinho...

— Não, espere. — Segurou-a pela mão, antes que fosse embora. — E sério. Por que as aulas? E às seis da manhã?

— Bailarinas nunca param de aprender, e por certo não quando estão atuando. E a aula será às sete horas porque tenho prova de roupas às onze. Agora volte a dormir.

— Está bem — obedeceu Alfonso, sem se fazer de rogado.

— Jack e Angel levarão você e Arthur para dar uma volta mais tarde. Talvez possam passar pelo teatro.

Esperou por uma reposta que não veio e inclinou-se.

— Bem — sussurrou a Alfonso, que já adormecera. — Só quando está com sono é assim dócil.

Deixou-o e foi preparar-se para um dia bastante longo.

***

— Têm certeza de que está certo? — Alfonso olhou em volta, para o grupo que se aproximava do palco. Três adultos, três crianças e um cachorrinho.

— Sem dúvida — garantiu Angel. — Anny já deu permissão.

Ele ainda não estava convencido, porém já descobrira que era difícil discutir com qualquer uma das irmãs Portillo. Em especial depois de apenas cinco horas de sono.
As crianças haviam acordado assim que Anny saíra para a aula, fazendo barulho suficiente para despertar toda a ilha de Manhattan. E quem conseguisse continuar dormindo mesmo assim seria acordado aos sobressaltos, com o latido alegre de Pancho.

Todos tomaram o café da manhã em uma confeitaria, para alegria de Arthur, e depois tinham caminhado até ficar com dor nos pés. O Empire State Building, lojas de lembranças; Times Square, lojas de lembranças; Central Station e... Deus! Mais lojas de lembranças.

Por fim, Alfonso concluiu que ir ao encontro de Anny no meio do ensaio não fora uma idéia muito má. Fazia anos que não punha os pés em um teatro.

— Boca fechada — alertou Jack ao entrarem —, ou nos mandam para fora sem dó nem piedade. E isso é para você também, sua bola peluda — acrescentou, acariciando Pancho atrás da orelha.

Angel deu a mão para o marido, comentando:

— Nada como a coxia de um teatro.

Uma mulher por trás de um balcão alto olhou por cima dos óculos de aro fino, examinou o grupo e assentiu com um gesto de cabeça.

— Prazer em vê-los, Sr. e Sra. Duarte. Vejo que trouxeram toda a família.

— Anny conseguiu a autorização? — perguntou Angel.

— Sim. Alguma destas crianças entende russo?

— Não.

— Ótimo! Davidov já falou uma meia dúzia de impropérios. Pode deixar o cachorrinho comigo. Gosto de cães, e se o diretor cismar com ele lá dentro, poderá devorá-lo.