Fanfics Brasil - 3 Cuidado garoto apaixonado

Fanfic: Cuidado garoto apaixonado | Tema: vondy


Capítulo: 3

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Na terceira aula o professor Felipe, de geografia,


roubou cinco minutos do recreio tentando fazer a gente


entender que a estrela mais brilhante, vista da Terra, é a


Sirius A, Alfa Canius Majoris. Pó, o cara ia ter todas as


aulas do ano pra explicar isso. Ele tinha que usar justo os


cinco minutos daquele recreio?


 


Eu queria ser o primeiro a encontrar com a dulce


pra dizer a ela alguma coisa mais inteligente do que ”QUÊ”.


 


Poncho também estava doido pra encontrar a Camila.


Mesmo sem combinar, nós dois descemos voando as


escadas do colégio e atravessamos o pátio coberto a toda,


até chegar na cantina, onde a gente achava que ela estaria.


 


A cantina estava cheia. E com o maior cheiro de esfiha


de queijo no ar. Parece que todos os alunos de todos os


colégios, nos intervalos, só pedem esfiha de queijo. Nós


demos um role pela cantina, e nada.


 


O cheirinho de esfiha abriu o meu apetite. Mas eu não


podia perder tempo, pelo menos até encontrar a Dulce.


Eu e o Poncho estávamos saindo da cantina quando a pentelha


da Glaucia para na nossa frente, com uma esfiha, de queijo,


na mão direita. Sem morder. Só saindo aquela fumacinha.


 


Ela queria saber mais detalhes sobre a tempestade


das férias. A gente já nem se lembrava mais disso e não


estávamos com a menor vontade de explicar nada pra


ninguém. Só queríamos sair fora. Mas a Glaucia ficava na


nossa frente, igual a um muro. Fazendo perguntas. Ainda


bem que a Glaucia é daquele tipo de pessoa que pergunta


e responde ao mesmo tempo. A gente só tinha que dizer é


e não. Ficamos um tempão, tentando escapar. Mas aquele


muro, com aquela fumacinha cheirosa, não se mancava.


O Ale, que é mais descolado, inventou uma desculpa e


saiu, me deixando sozinho, emparedado. Se tem uma coisa


que eu não consigo fazer é atravessar muros. Eu dava um


passo pra um lado, a Glaucia também dava. Eu voltava,


ela também voltava. E o recreio passando. E o cheirinho


de esfiha aumentando a minha fome. Ela percebeu que


eu estava com fome e me ofereceu uma mordida da esfiha.


Nisso, passou um dos seiscentos caras por quem a Glaucia


 diz que é apaixonada e ela esqueceu completamente


de ser muro e foi atrás dele. Me deixando sozinho, com a


esfiha e com a fumacinha. Eu mordi uma das pontas e


voei para o pátio descoberto. Estava um solzinho bem


legal. Logo eu vi que o Poncho estava parado, procurando a


Dulce com os olhos. Eu perguntei se ele queria um


pedaço da esfiha. Ele mordeu uma das outras duas pontas.


 Nisso a gente combina bem: sempre começa comendo


esfihas pelas três pontas.


 


Mas nada da Dulce aparecer. Tinha uns caras jogando


bola no meio do pátio. A gente se separou e cada um foi


pra um lado, pelos cantos.


 


O Poncho disse que quem achasse primeiro chamava o


outro. Eu disse ”tá” e fui pela esquerda, enquanto o Poncho ia


pela direita. Passei por um monte de gente que eu ainda


não tinha visto. Fui dizendo ”oi” e ”tudo legal” pra quase


todos. E ouvindo também um monte de ”oi” e ”tudo legal”.


 Eu ia bem pela beiradinha pra não atrapalhar o jogo


dos caras e também pra não levar uma bolada. Eu tinha


combinado comigo mesmo que só ia morder a terceira ponta


da esfiha quando encontrasse a Camila. Como um tipo de


recompensa. Às vezes eu combino algumas coisas comigo


mesmo! Bem nessa hora, eu reparei que tinha muito mais


gente em volta do jogo do que era normal no ano passado.


E que todo mundo ficava bastante animado quando a bola


ia pra um dos gols, exatamente pra o lado que eu estava


indo. E todo mundo que estava acompanhando a bola fazia


aquele coro ”é gol, é gol, é gol...” e no final, quando a bola


chegava lá, a torcida soltava aquele ahhhhhh...” de


decepção, porque o goleiro pegava a bola. Eu só ouvia os


barulhos. Não dava pra ver direito e nem eu estava


prestando atenção. Ouvi o ”é gol, é gol, é gol ...” umas


trocentas vezes. E sempre, no final, o ”...ahhhhhh...”. Mas


nada de eu encontrar a Dulce. Já estava chegando perto


do gol quando ouvi mais uma vez: ”é gol, é gol, é gol...” e


resolvi dar uma espiada no jogo. Era o Jucá quem estava


com a bola. Ele estava na minha classe no ano passado. O


cara é muito bom. Ele vinha com a bola na maior moral. Já


tinha driblado o Caca, o Rui, o Kike, o Marcião e estava


passando pelo Pisco, um cara da sexta. O Jucá é muito


rápido no drible da vaca. Na maior manha, desviava a bola


pró outro lado e chegava lá antes do adversário. Costurou


todo mundo na maior moral.


 


Dava até dó dos caras. Eu estou cansado de dizer pró


Jucá que ele devia ser jogador profissional. Nosso time


(ele também é são-paulino, óbvio) tem uma escolinha pra


formar jogadores e eu sempre digo que o Jucá deveria


procurar os treinadores. Voltando pró jogo: não tinha mais


ninguém entre ele e o gol. Eleja estava com a cara de gol,


só faltava levar a bola até a rede. E faltava pouco. Ele estava


 bem perto. O ”é gol, é gol, é gol... ” foi crescendo.


Crescendo. Só dava o Jucá, a bola, a trave e o goleiro. Eu


olhei no pé do Jucá pra ver ele mandar o maior chute. E ele


mandou. Era impossível não entrar. Tanto era impossível,


que depois que ele chutou, antes mesmo da bola entrar no


gol, ele foi pra galera, comemorar o gol.


 


 


Só que no meio do pulo ele teve que engolir a alegria.


A galera soltou o ”...ahhhhhh...” de novo. O goleiro tinha


pegado a bola. E eu olhei pró gol, pra ver quem era o fera.


Quase caí pra trás. Era a fera. ADulce. Que segurava a


bola tranquilamente e vinha na minha direção, sorrindo,


com uma camiseta igual à minha, com o agasalho do


Mickey amarrado na cintura e com os cabelos presos num


belo rabo de cavalo. O sinal de PERIGO! começou a piscar,


e bem mais rápido do que da outra vez. Ela estava muito


suada e mais linda ainda.


 


- Oi,Ucker. Quer jogar?


 


E mais uma vez o burro aqui só conseguiu dizer QUÊ.


Ainda bem que ela não ouviu, porque tocou o sinal ao


mesmo tempo que eu falei.


 


Ouvir eu tenho absoluta certeza que ela não ouviu.


Mas alguma coisa ela pensou. Porque ela deu uma


risadinha. Deve ter sido pela cara de bobo que eu estava


fazendo. Eu ia rir pra ela também, mas não consegui. Aí,


sem me pedir nem nada, e com o maior charme que eu já


vi alguém dar uma mordida em uma esfiha, ela mordeu a


terceira ponta da esfiha de queijo que estava na minha mão.


E foi cumprimentar o Jucá e devolver a bola pra ele, que


era o dono dela (não da Dulce, da bola!), porque, com o


sinal, era óbvio que o jogo tinha terminado.


 


O Jucá e os outros caras também estavam espantados


como aquela menina agarrava bem. Tem outras meninas


no colégio que às vezes batem bola com a gente, mas são


umas frangueiras. A Dulce, não. Ela era demais.



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Autor(a): gigi_rbd

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gente com pelo menos 6 comentarios faço uma mini maratona de 6 capitulos ok??


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