Fanfics Brasil - 5 Cuidado garoto apaixonado

Fanfic: Cuidado garoto apaixonado | Tema: vondy


Capítulo: 5

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- Eu estou gamado por essa menina, cara. Desde


aquela hora em que a gente viu ela copiando o horário no


primeiro dia de aula, desde o primeiro minuto em que ela


apareceu na minha frente, com aqueles dois bonés, com o


batom vermelho, e o nariz arrebitado, e os lábios bem


arredondados, ela não sai da minha cabeça. E o quanto ela


é legal? Com aquele jeito de quem não quer nada e


consegue tudo. Se eu não fosse tão enrolado pra falar sobre


as coisas, não precisaria nem dizer que em poucos minutos


a Dulce se tornou a menina mais interessante e espetacular


do mundo. E não é só pra mim. Em poucos dias ela virou


uma espécie de princesa, de rainha... não, melhor, superstar,


 em poucos minutos a Dulce já era a superstar da


escola. E como ela é charmosa! Até pra bater um fute... E


o que ela é inteligente! Ela devia estudar num colégio muito


legal lá em Presidente Prudente, porque ela sabe muito. E


sobre muitas coisas. E fala inglês bem. E gosta de imitar


sotaque baiano. E joga lixo no lixo. E sabe o que é um


quarto-zagueiro. Uma URV. Como se pega o vírus HIV. E


o que é UNICEF. E já viajou pra vários estados do Brasil.


Pra outros países também. Curte rock. Ela é tudo o que eu


sempre quis, mas só tinha encontrado juntando umas dez


meninas. E o jeito como ela olha pra gente... Essa gata


tem que ser minha. Só que ela não me dá a mínima bola.


Quer dizer, ela me olha, conversa e tudo. Mas igualzinho


ela faz com todo mundo. Ela não é igual a Glaucia e Cia.


Ltda., que é só eu estalar os dedos, elas já fazem tudo o


que eu quero. Essa não vai ser mole, cara.


 


Essa fala com mais de duzentas palavras, parece que é


minha, mas quem disse isso tudo, numa conversa difícil pra


burro, foi o meu grande chapa, o cara que salvou a minha


vida o poncho. Depois de uma semana de aula, quando todo


mundo (menos eu, depois eu explico) já estava superenturmado


 com a Camila, o Ale aparece na minha casa e diz


que quer bater um papo comigo, que ele precisa muito da


minha ajuda. Como o cara sempre pedia a minha ajuda pra


coisas da escola, eu nem estranhei o que ele disse. Falei que


era só ele dizer qual era a dúvida. O poncho foi ficando meio


sério e dizendo que... bom, eu não vou repetir o que eu já


escrevi lá no começo do capítulo. Seria aluguel demais. Não


é todo mundo que tem saco pra ouvir histórias de dor de


cotovelo, aquela dor que a gente sente quando está muito a


fim de alguém e percebe que não vai ter a menor chance. É,


porque tudo o que o poncho disse sobre aDulce, e até um


pouco mais de coisas, eu também estava sentindo. Desde


que eu tinha visto a Dulce pela primeira vez, tinha mudado


tudo dentro de mim. Quando a gente se encontrava além do


pisca-pisca de PERIGO!, meu coração batia no joelho esquerdo


 e em outros lugares bem estranhos pra um coração


bater! Meus olhos, meu estômago, eu inteiro; tudo estava


fora de lugar.


 


Eu nunca tinha sentido nada igual. E enquanto ouvia


O poncho, parecia que era eu que estava falando, mas eu


estava é ouvindo. E ouvindo de um superchapa meu.


Um superchapa que não tinha deixado eu me afogar.


Um superchapa que tinha salvado a minha vida. E depois


 de ouvir tudo isso desse superchapa, eu ainda tive


que ouvir:


 


- Me ajuda a conquistar ela.


 


 


Aí mudou tudo! E pra pior! É como se eu fosse, por


dentro, um vulcão, um tufão, um ciclone, um abalo


sísmico... dava pra usar aqui uma bela lista com outros


fenômenos da natureza, eu até que entendo um pouco do


assunto, mas só esses já dá pra se ter uma idéia de como eu


estava por dentro. O que eu transpirei, dava pra encher


uma garrafa de Coca-Cola de dois litros. Só deu pra eu


dizer:


 


- QUÊ?


 


(Eu e o meu QUÊ.)


 


- Eu nunca te pedi nada,Ucker.


 


Bela mentira! O poncho vivia me pedindo coisas. Mas na


hora eu nem me toquei disso. Eu só não queria que ele


percebesse o que estava acontecendo por dentro de mim.


Fiquei quieto e fiz cara de quem estava pensando. Eu estava


mesmo pensando. Mas não se eu ia ajudar o Ale ou não.


Eu estava pensando era num jeito de disfarçar.


 


- uckerzinho, o que é que você me diz?


 


Apelido no diminutivo é um golpe bem mais baixo do


que chute naquele lugar! Quem usa esse tipo de golpe tem


certeza que a gente é otário.


 


- Eu preciso fazer xixi. Espera um pouco.


Banheiro é um ótimo lugar pra se ganhar tempo.


 


Ninguém vai saber se a gente está mesmo com vontade de


fazer xixi ou não. Mas eu fiz. E lavei o rosto. Dei uma


espiada no espelho e a minha cara de bobo estava pior do


que nunca. Quase dei um murro no espelho. Mas ia


machucar a minha mão, e depois, eu ia levar uma bronca


da minha mãe, que também ia pensar que eu não estava


muito bem da cabeça, porque não se quebram espelhos


assim, sem mais nem menos. E parece que quem quebra


espelhos fica com azar durante sete anos. Azar, já bastava


aquele.


 


Voltei pró quarto disposto a dizer pró Ale que ia ser


impossível eu ajudar ele, porque eu também estava


apaixonado pela mesma Dulce que ele, e pelos meus


cálculos, muito mais, porque para oponcho, estar apaixonado


é gostar só uns quinze por cento. Não é igual a mim, que


sou um pouco exagerado. Quando eu coloquei o pé no


quarto, o poncho, que não é nada bobo, percebeu logo que eu


ia dar pra trás. Ele fez cara de bravo e disse, como se fosse


brincadeira, mas com a maior voz de quem queria que eu


percebesse, que não era brincadeira coisa nenhuma:


 


- Lembra do desenho do Aladim, que nós vimos o


vídeo lá em casa? Então, eu estava aqui pensando que a


gente podia fazer igual ao Aladim, quando ele salvou o


gênio da lâmpada. O gênio deu ao Aladim o direito de três


desejos. Como toda hora você diz que eu salvei a sua vida,


acho que eu também tenho direito a três desejos.


 


Aí ele amoleceu um pouco, porque viu que eu fiz cara


de quem estava caindo na conversa, e:


 


- Pó, ucker. Pra você, um cara tão esperto, arrumar um


jeito de chamar a atenção da Dulce vai ser moleza. É só


pensar um pouquinho que eu tenho certeza que você vai


conseguir pagar sua dívida comigo. Só três tentativas, e eu


te dou sossego pra sempre. Ela nunca vai ficar sabendo.


 


Em vez de dizer sim de cara, eu fui pensando, e falando


aos poucos:


 


- ... pra atrair uma menina como a Dulce... não


adianta pose de surfista... nem de bonitão... nem de


corintiano hermafrodita de orelhinha furada...


 


- Quer levar porrada, é?


 


- ... você tem que tocar o coração dela... com


inteligência... e mistério... tem que deixar a menina


interessada... curiosa... e não entregar o jogo de cara.


 


O Dulce foi ficando maluco com o que eu dizia. E eu


também. Eu nunca tinha pensado aquelas coisas, Mas elas


foram saindo:


 


- Primeiro desejo! Pega papel e lápis.


Ele pegou e escreveu o que eu ditei:


 


 


 


- ”Difícil entender o que você faz acontecer dentro


de mim. Tem coração batendo no joelho. Olho enxergando


em cotovelo. E estômago atravessado na garganta. Coisa


esquisita. Desarruma tudo. Mais do que o Tambora, o feroz


vulcão da Indonésia, que em 1815 provocou a maior


erupção que já existiu no mundo. Estou em erupção.


 


Até o primeiro dia de aula, o professor de geografia


poderia dizer que a estrela mais brilhante, vista da Terra,


era a Sirius A, Alfa Canius Majoris. Agora é você...”


 


- De onde você tirou isso,ucker?


 


- Inventei.


 


- Que coisa maluca. Será que ela vai gostar?


 


- A gente nunca sabe do que uma garota como a Dulce vai gostar.


 


- Se eu fosse você, mandava sem assinar.


E ele mandou.


 


 


 



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Autor(a): gigi_rbd

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Acho que é bom eu começar falando sobre aquele pantese de antes. Pra quem não se lembra, vou repetir, só que sem parêntese: menos eu, depois eu explico. O ”menos eu” era sobre a Dulce. E o depois eu explico, é agora: eu queria dizer que  quase todo mundo já tinha ficado meio amigo da Dulce, menos eu. Eu n& ...


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