Fanfics Brasil - • ๋○ ๋•Flertando com o Perigo• ๋○ ๋• [FINALIZADA]

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Capítulo: 6? Capítulo

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Capítulo III


 


-Já estamos no terceiro dia — Christopher queixou-se, ao pas­sarem pelos portões ainda vigiados por policiais. — Quan­to tempo mais vamos ter de suportar isto, Poncho?


Creio que até que encontrem quem colocou a bomba. A propó­sito, Colucci reclamou hoje por você estar deixando a área protegida.


Ótimo. Não o processe se eu for morto, certo? E vou a meu escritório apenas para trabalhar por algumas horas. — Christopher guar­dou silêncio por alguns segundos, pensando mais uma vez se devia ou não revelar o que ocorrera. Por fim, achou melhor dizer, para o caso de precisarem solucionar seu assassinato: — Tive visitas ontem, sabia? Ela apareceu assim que você se foi.


Ela? Quem?


A srta. Pardo.


Mas por que não disse logo?! — Poncho pegou o celular e começou a digitar um número. — E por isso que você precisa, sim, de segurança redobrada!


Desligue.


Não. Você e essa sua mania inglesa de ser! Se ela o ameaçou...


Pare com isso! Será que não pode me dar crédito algum, Poncho? Não foi a garota quem tentou me matar! E se contar a Colucci que ela esteve em minha casa, de nada vai adiantar.


Para ela, não. Mas, afinal, como pode ter certeza de que não foi a moça?


Porque a srta. Pardo me disse.


— Pelo amor de Deus! Você não vai ser assassinado diante de meus olhos! — Poncho continuou com o telefonema, mas Christopher tomou-lhe o aparelho da mão.


— Agora, pare de tomar atitudes e ouça-me, ou não lhe contarei mais nada.


Poncho cruzou os braços e, contrariado, assentiu.


Fiquei inconsciente por, pelo menos, cinco minutos depois da explosão. E, em vez de me deixar lá para morrer, a garota me arrastou escada abaixo, arriscando-se, antes de ir embora. Ontem à noite, quan­do apareceu pela clarabóia de meu escritório, lembrou-me disso e mostrou que poderia ter me assassinado ali mesmo, se quisesse. Ela nos ouviu conversando! Revelou-me que estava atrás da pedra troiana, que não a levou e me pediu para dizer à polícia que nada teve a ver com os explosivos.


E você respondeu o quê?


Não concordei. — E isso, Christopher percebera no meio daquele banho frio, o perturbara. Não apenas por ter ficado excitado ao vê-la, mas porque queria lidar com a situação sozinho e a srta. Pardo lhe dera tal oportunidade. Mas, como não fora em seus termos, recusara. — E depois ela me desejou boa sorte e se foi, com a mesma facilidade com que entrara.


Só isso?


Só. Na verdade, também se ofereceu para me dar uma mão para descobrir quem colocou a bomba, se eu a ajudar a ver-se livre da acusação de assassinato. E agora estou pensando que deveria ter acei­tado a proposta.


Christopher já analisara muito o ocorrido e chegara à conclusão de que ele e Dul eram muito parecidos em seus diferentes ramos de atividade. Se estivessem em situações opostas, também teria procurado a pessoa com mais poder para tentar influenciar no curso dos fatos. Ao que tudo indicava, ela detestava perder as rédeas dos acontecimentos tanto quanto ele próprio.


Poncho continuava encarando-o, até que, por fim, comentou:


Vejo que está, de fato, ponderando muito a respeito.


Sou um homem de negócios. Confio em meu julgamento das pessoas e situações.


E se decidir unir forças com a tal moça, como fará para entrar em contato com ela?


Não vou lhe dizer, porque sei que diria a Colucci.


Oh, pare de bancar o inglês!


Christopher olhou-o, sério.


—Você vem repetindo muito isso nos últimos dias, Poncho. De qualquer modo, é bom que tenha mesmo isso em mente: eu sou inglês.


— Mas é meu amigo! Se pretende pular de um avião, irei atrás, mas levarei um pára-quedas sobressalente. Porém, não admitirei que coloque sua vida em risco.


— A vida é um risco, Poncho. Bem, como podemos encontrar alguém que a polícia não consegue?


Adiante deles, o prédio da Poncho, Rhodes & Critchenson Asso­ciados se erguia, imponente. O motorista avisou que havia mais fotó­grafos à entrada. Devolvendo o celular a Poncho, Christopher raciocinou depressa e ordenou:


— Pare no meio-fio.


Tanto o motorista quanto o advogado olharam-no, sem entender.


— Poncho, finja estar ao telefone e passe-o para mim assim que eu for começar a falar com os jornalistas.


Quando o automóvel parou, Ben saiu de trás do volante e abriu a porta para os passageiros. Poncho apareceu primeiro, e Christopher veio logo depois. Detestava a imprensa, ainda mais porque, dois anos antes, tinham feito de seu divórcio, por si só doloroso, um prato cheio. Mas agora faria com que trabalhassem a seu favor.


Dezenas de perguntas soaram ao mesmo tempo e muitos microfo­nes foram colocados diante de sua boca. Poncho passou-lhe o celular e ele começou a falar:


Srta. Pardo? Sim, quatro horas. Poncho irá preparar a papelada. Obrigado. — Devolveu o aparelho e esclareceu uma das questões: — Não revelarei o que se perdeu na explosão, mas saibam que havia peças de porcelana Meissen entre as perdas, que eram antigüidades muito preciosas para mim.


E Belinda Uckermann-Diestro, sua ex-mulher? Teria algo a ver com o atentado?


Christopher ignorou aquilo, mesmo porque o nome que Belinda ainda usava, ligado ao do novo marido, o tirava do sério. Entrou no prédio com certa dificuldade, escapando dos repórteres mais insistentes.


Diante do elevador, Christopher olhou para seu advogado.


O que achou de minhas palavras?


Maneira inteligentíssima de mandar um recado para a srta. Pardo, meu amigo. Confesso apenas que não entendi por que falou do que foi perdido na explosão.


A loja que tem a mais vasta coleção de peças de porcelana Meissen fica bem aqui, na Worth Avenue.


Ah... Espero que essa srta. Pardo seja mais esperta do que eu, então.


Se não for, terei de comprar uma peça Meissen às quatro horas, sem motivo aparente...


 


Chris estava na loja havia dez minutos, e a funcionária solícita mostrava-lhe várias peças, fazendo questão de apresentar-lhe o busto parcialmente descoberto também. A breve entrevista que ele dera fora para o ar inúmeras vezes, portanto a srta. Pardo devia tê-la visto e entendido o recado.


Começando a se aborrecer com o atraso dela, Christopher concentrou a atenção ao que se passava a seu redor. Mais uma vez viu o guarda-costas que Poncho insistira em fornecer-lhe. E o advogado, sempre a seu lado, parecia um tanto enfadado com a compra.


— Não sei por que pergunto o preço — queixou-se. — Você sabe o valor de tudo.


Não, não sei. Não tenho peças Meissen em minha casa.


Mas...


Por isso a srta. Pardo entenderia meu recado, Poncho.


— E como acha que ela saberia disso, com tantos outros objetos de porcelana antiga que você possui?


Christopher achou melhor ignorá-lo e se concentrar nos demais com­pradores. De repente, arrepiou-se. Viu a mulher inclinada sobre uma bandeja delicadíssima; não era de admirar que não a tivesse reconhe­cido. Dessa vez, ela se vestia de acordo com o lugar, com uma ele­gância e um apuro sem par. Parecia uma milionária acostumada a ser atendida como rainha. Sem vacilar, aproximou-se, fingindo também observar aquilo que ela avaliava.


A mesma sensação da outra noite o tomou. Existia uma vibração entre ambos, e Christopher se perguntava se ela a sentiria também.


— De onde vem essa habilidade de aparecer onde bem entende? —Um vago sorriso curvou os lábios de Dulce.


O que importa é que sei atender a chamados. Estou aqui. Mas mantenha-o longe de mim. — Ela deu uma olhada rápida para Poncho.


Vá ver outras peças — Christopher ordenou de imediato a seu ad­vogado, que, no entanto, quis saber:


Srta. Pardo, suponho...


— Poncho, o advogado. Não gosto de sua profissão. — Dulce mostrava frieza.


Também não gosto de ladrões e assassinos.


Poncho, afaste-se — Christopher repetiu, ainda murmurando, mas firme.


Por que quis me ver aqui? — Dulce resolveu ignorar Poncho.


Mudei de idéia quanto a nossa conversa.


Mesmo parecendo surpresa, Dul seguiu o vendedor que a atendia até outro canto.


Christopher se virou para Poncho, ordenando:


Cuide da compra daquele pote para mim, sim?


Mas...


E dê-me cinco minutos a sós com ela!


É, depois de vê-la, sei bem por que está interessado...


Sem nada dizer, Christopher chegou perto de Dulce mais uma vez.


Acho que disse algo correto ontem à noite.


Então, vai garantir que eu não seja acusada de assassinato?


Farei tudo a meu alcance.


E não deixará que me prendam por roubo.


Na verdade, você não roubou nada de mim. Roubou?


Não, se não notou...


Christopher assentiu. Gostava da forma como Dulce sorria.


— Muito bem, então, terá de confiar em mim. E terei de confiar em você também. Quando isso terminar, nada estará faltando em mi­nha casa, certo, srta. Pardo?


Pela primeira vez, ela o olhou de frente nessa tarde. Suas intensas íris verdes brilhavam.


— Dulce — sussurrou. — Ou Dul, se preferir. Saberá meu sobrenome quando eu achar que posso, sim, confiar em você.


Chris lhe ofereceu a mão direita.


— Prazer em conhecê-la, Dulce.


Ao aceitar o cumprimento, Dul causou um arrepio ainda mais forte em Christopher, que subiu-lhe pela coluna. Fosse o que fosse que viesse daquela sociedade, não seria nada simples...


Não entrarei nesse carro com você — Dulce protestou quan­do saíram para a calçada.


Por que não? Acha que irei raptá-la?


Prefiro encontrá-lo em sua mansão, à noite. Sei como entrar.


Não entrará escondida outra vez. Sei que não vai poder passar pelos carros de polícia parados à entrada.


Christopher, ou entro sozinha em sua casa, ou nada feito.


Por que não colabora antes que chamemos os policiais, srta. Pardo? — interferiu Poncho, cansado daquela conversa.


Recostado na limusine, os braços cruzados e os óculos de sol, ele mais fazia lembrar um mafioso bronzeado calçando botas de caubói.


Acho melhor entrar na limusine, Dulce.


Não, Christopher. Tenho de pegar minhas coisas.


Podemos passar em sua casa, para isso.


De jeito nenhum!


Olhe, querida, entre aí e não discuta mais. Não irei às autorida­des, mas terá de ser do meu jeito.


Dulce vacilou; sabia quando estava em desvantagem. Entrou na limusine sem esperar que lhe abrissem a porta, sabendo que, se ficassem ali, a imprensa logo os encontraria. E publicidade era a última coisa que desejava.


E não é que cheguei a achar que ninguém detestava mais os jornalistas do que eu? — Christopher comentou, assim que se acomodou, junto de Poncho.


Cuido de meu carro depois — disse Dul, sem encará-lo.


Mandarei buscá-lo para você. Ben, leve-nos para casa.


Prefiro que o deixe onde está.


O advogado ergueu as sobrancelhas, olhando para Christopher.


Essa me surpreendeu, Chris. Está levando a raposa de volta ao galinheiro...


As galinhas do sr. Uckermann estão todas a salvo — Dul afirmou, com ironia. E, virando-se para Christopher, indagou: — É preciso, mesmo, que ele esteja aqui?


Por enquanto, sim.


Dul se voltou para a frente, irritada. Passados alguns segundos, tornou a falar.


Por que voltou atrás?


Curiosidade. Diga-me, tem alguma idéia de quem possa ter levado a pedra troiana e colocado a bomba?


Levaram a pedra? — Dul estranhou. Ele assentiu


Desapontada?


Sem responder, Dul amaldiçoou Guillermo por instantes. E também a pessoa que ele contratara.


— Isso faz diferença, Christopher. Sobre a intenção do crime, quero dizer. A propósito, tem noção de como me ajudará?


Mais ou menos. Mas esteja certa de que vou querer algo em troca.


— Eu também.


Dulce sempre soubera que não podia confiar em ninguém se queria sua liberdade e sua vida intactas. Porém, imaginava, sim, quem roubara a pedra e colocara a bomba. Guillermo jamais confessaria, e ela jamais o entregaria. Era imprescindível, primeiro, encontrar o chefe dele.


Isso não vai funcionar — Poncho interferiu mais uma vez.


Com você por perto, acho que não, mesmo — Dul rebateu.


Já chega! Se continuarem, vou parar o carro!


Dul acomodou-se melhor. Seu pai devia estar se revirando no túmulo. A filha estava numa limusine com um advogado e um dos homens mais ricos do mundo! Se estivesse vivo, já teria roubado tudo de Uckermann. Mas fora exatamente por essa sua postura que passara os últimos cinco anos de sua vida na cadeia.


A cada quilômetro que rodavam, Dulce se sentia mais distante da segurança que a cidade oferecia. Ao chegarem, a porta se abriu sem que tivesse havido maiores problemas.


Viu? Eu lhe garanti segurança — Christopher comentou.


Pelo que sei, sua segurança é péssima.


 


Temos policiais nos portões — Poncho observou, com ar inte­ligente.


É. E eles nem verificaram o porta-malas, muito menos quem vinha dentro do automóvel. Alguém poderia tê-lo aqui como refém. Sei que deram uma descrição minha à polícia e, no entanto, estou aqui, dentro da propriedade, sem impedimento algum.


Um silêncio pesado se abateu sobre todos, até quando o veículo parou diante da porta principal da mansão. Dulce foi a primeira a descer, aliviada. Assim que colocou os pés no chão, Christopher voltou-se para o advogado:


— Encontre-me no escritório daqui a pouco. E ligue para William Benton.


Benton? Mas... olhe, essa garota pode ser bonita, mas você ainda é um alvo e...


Poncho!


Sim, milorde! — Poncho subiu a escadaria, ainda olhando para Dulce, mas ela analisava um vaso numa mesa aparadora próxima.


Por que deixa um objeto de quinhentos anos tão perto da porta, Christopher? — E, aproximando-se mais, continuou: — Ou... você tam­bém tem réplicas?


Christopher se espantou. Pablo levara horas para descobrir a peça falsa.


Comprei-a para ajudar num leilão de caridade, mas sabia que não era verdadeira. Conhece arte?


Conheço antigüidades. E seus criados?


Devia saber sobre eles, visto que entrou aqui.


São seis quando não está na Flórida, durante o dia. A noite, são dois, mais só pessoal da segurança. Seu gerente de aquisições também fica aqui, de vez em quando. Mas não sei quem fica quando você se encontra.


Umas dez ou doze pessoas, mas não chamei nem metade deles de volta desta vez. Não quero colocar ninguém em risco.


Entendo. Tem um mordomo?


Sim. Sykes. Ele é inglês.


E seus empregados mais próximos viajam com você. — Con­forme falava, Dul dirigia-se pelo corredor, até uma grande sala aberta.


Christopher a seguia, vendo que ela ficava mais à vontade sem a pre­sença de Poncho.


Alguns deles, sim. Como Sykes. Ele mora em Devon, em minha propriedade. Por quê? Suspeita de algum funcionário meu?


Não vai me dizer que a polícia não fez perguntas assim.


De fato, sim. Contudo, creio que preferem continuar atrás de você.


Ela deu de ombros.


— Quantos de seus empregados sabiam que viria para a Flórida mais cedo?


— Os que estavam no avião comigo: Ben, meu motorista, e Reinaldo, o caseiro. Mas tenho certeza de que não foi nenhum deles.


E suas famílias?


Também não.


Bem, não fui eu. Tem amigos pessoais na Alemanha?


Quer saber se tenho alguma namorada em Stuttgart?


É. Tem?


Não, nesta viagem. Fui a negócios.


Dul assentiu, deu mais alguns passos e voltou-se.


O que pensa disso? Porque, para me convidar até aqui, deve saber que não fui eu. Tem suspeitos? Motivos? Disse-lhe que o aju­daria a investigar, mas terá de me colocar a par de tudo que sabe.


Não tenho inimigos. Ficará para o jantar?


A mudança no assunto a fez encará-lo.


— Não.


Por que não? Está segura aqui, pelo menos até convencermos o detetive Colucci de sua inocência.


Estarei segura nesta casa até que alguém tente explodi-la de novo... Obrigada, mas prefiro continuar viva. — Dulce já estava próxima da porta e tocou a maçaneta.


Farei soar o alarme se sair — Christopher ameaçou, sorridente.


Achei que tínhamos um acordo.


— E temos, querida. Auxílio mútuo. No entanto, pensei em um jantar, já que você e Poncho estão aqui.


— O menino inteligente dorme aos pés de sua cama também?


— Ele é meu amigo e acha que estou sendo tolo. Mas não se preo­cupe, Poncho irá embora logo.


Mesmo assim, obrigada.


Para onde vai? Sua casa em Pompano Beach?


Acha que é onde moro?


— Alguém acha. Venha, vou acomodá-la. Em seguida, resolverei alguns negócios com Poncho e então poderemos jantar.


Dulce sentiu uma ponta de irritação.


— Não pode me manter sua prisioneira aqui.


— Evidente que não. Mas você é uma ladra confessa, não se es­queça disso.


Não esquecerei. Onde fica minha cela? Christopher conduziu-a até o segundo andar.


Vai encontrar roupas no closet e artigos de toalete no banheiro explicou, no caminho.


De sua ex-mulher? Christopher cerrou os dentes.


— Sempre mantenho artigos que deixem meus hóspedes mais con­fortáveis.


— Quer dizer que falar a respeito ainda dói...


Não, nada escapava à perspicácia daquela mulher, Christopher avaliou. Abriu a porta do quarto que reservara para ela e, ao senti-la passar, o perfume de seus cabelos aguçou-lhe os sentidos. Viu-a olhar em volta, admirando cada detalhe do cômodo.


Gosta?


Sim, é bonito.


— Então, encontre algo propício a um churrasco, porque é o que vou preparar para nós. Volto em alguns minutos.


Não trancará a porta? —Christopher achou graça.


Isso a deteria?


Não.


— Sendo assim, para que me dar tanto trabalho, não é? — Deixou a chave do aposento sobre a cômoda, mas tinha uma chave mestra sempre consigo.


E seguiu para seu escritório, no fim do corredor.





Capítulo IV


 


Dulce conhecia muito bem o mundo dos homens de negócios. Por isso sabia que, para Christopher Uckermann, ela não passava de mais um jogo. Mas, no momento, era necessário manter a polícia afastada de si mesma e de Christian, para que pudessem sair da Flórida por algum tempo. Além disso, ela precisava se livrar da acusação de assassinato.


Christian... José Chavez trabalhara do "outro lado da lei", como ele costumava dizer, por trinta anos. Não era descuidado, e isso sig­nificava que alguém, de fato, estava dando com a língua nos dentes.


Fitou o telefone. Se pudesse ligar para ele... Não. Era arriscado demais. Foi até o closet. Ali encontrou todo tipo de traje que poderia imaginar. Tirou o vestido, dobrou-o e colocou-o em sua bolsa.


Pôs, então, uma camiseta e um short comprido o suficiente para encobrir o curativo na parte de trás de sua coxa. Calçou tênis simples e olhou-se no espelho. Da forma como Uckermann vinha olhando para suas pernas, quanto mais delas estivesse à mostra, melhor. Poderia tê-lo em suas mãos e sentia grande prazer em ser admirada por um sujeito rico e bonito como Christopher.


Olhou pela janela. Ali estavam a piscina e a parte destinada à chur­rasqueira. Ia comer churrasco preparado por um bilionário. Interes­sante. Homens ricos não costumavam gostar de serviço manual. De­cidiu descer até lá e verificar se não haveria algum artefato explosivo colocado por perto. Sempre era uma possibilidade...


E ia esquadrinhar a churrasqueira quando ouviu atrás de si:


— Coloque as mãos onde eu possa vê-las!


Dul cerrou os olhos e ergueu os braços, bem devagar.


-Vire-se! — O homem segurava o revólver à altura de seus olhos. — Está portando uma arma?


Dulce fez que não.


Trabalho aqui — mentiu. — O sr. Uckermann quer churrasco esta noite.


Não usou essa mesma lorota outro dia?


Do que o senhor está falando? Não nos conhecemos...


Deite-se no chão, com as mãos na nuca!


Vou sujar os cabelos com pó de carvão...


Faça o que eu disse!


De joelhos, Dulce viu Christopher aproximando-se. As algemas que o policial tinha soltado do cinto ameaçavam deixá-la em pânico; nunca fora pega antes.


Detetive Colucci — Christopher interferiu — , está tudo bem.


Agora, sim! Fique longe daqui, sr. Uckermann! Vou chamar o esquadrão antibomba para verificar sua churrasqueira.


Era o que eu estava fazendo! — Dulce protestou. — Por favor, sr. Uckermann, diga a ele!


Ela trabalha para mim. Como o senhor sugeriu, pedi a Poncho que contratasse uma melhor segurança particular.


Colucci pareceu duvidar.


Sua segurança? Vestida assim?


Isso mesmo.


Não se importa se eu a revistar?


Já dei minhas referências ao sr. Uckermann. E o senhor? Como foi que entrou?


Esta é minha investigação! — O policial se irritou. — E quero ver suas referências também!


Claro, eu mesmo as mostrarei ao senhor — Christopher tornou a interferir. — Se quiser ligar para William Benton...


Will Benton?!


Sim. Ex-agente da CIA. Jogamos golfe juntos, e foi ele quem recomendou essa moça a mim.


Embora ainda duvidando, Colucci guardou a arma.


Certo, mas quero o nome dela.


Dulce Saviñon — ela deu a informação. — Sou especialista em segurança de valores, mas aceitei este serviço.


Saviñon? Conheci um ladrão com esse nome.


Era meu pai. E optei por esta profissão para compensar tudo o que ele fez.


Não sabia que ele tinha uma filha.


Pode-se dizer que sou a ovelha branca da família. Ninguém fala muito de mim.


Colucci respirou fundo.


Certo. Mas se eu descobrir um registro seu na polícia, srta. Saviñon, voltarei para prendê-la. E manterei os olhos em você, caso não encontre nada.


— Faça como quiser, detetive.


Colucci confabulou com Christopher por segundos, depois se foi, mes­mo contrariado.


Quando se viram a sós, a pergunta foi inevitável:


Quem foi seu pai?


Não é de sua conta.


E a confiança, onde fica?


Falarei sobre ele quando falar sobre sua ex-esposa está bem? Christopher ia responder, zangado, mas Poncho acabava de chegar e tomou Dulce pelo braço.


O que fazia aqui? — perguntou, entre os dentes.


Solte-me!


Poncho...


Quero saber o que ela estava fazendo, Chris!


Só vou pedir mais uma vez que me solte — ela ameaçou.


E só vou perguntar mais uma vez...


Com um movimento rápido e inesperado, Dul contorceu-se toda e, num segundo, arremessou Poncho para dentro da piscina.


Divertido com a situação, Christopher ignorou as imprecações do ami­go e admirou Dul ainda mais.


— Caratê?


— Não. Sou uma menina má, apenas isso. Tenho de lavar as mãos. Ah! Sua churrasqueira está limpa. Achei que ninguém a tivesse veri­ficado antes.


Quando Dulce retornou, a área da churrasqueira estava deserta. Notou a trilha de respingos que seguiam pelas pedras do chão. Co­nhecia a mansão pelas plantas que estudara e sabia que aquilo ia dar numa área de dormitórios não tão elegantes quanto o que ocupava. Sim, Uckermann gostava dela, decidiu.


Sentou-se, de forma a ficar de frente para o local de onde Poncho voltaria, e esperou. Um jovem de aparência latina veio pela lateral.


— Gostaria de beber algo? — ofereceu, gentil.


Chá gelado, por favor.


Puro ou com frutas?


Com morango, Reinaldo. — A voz de Christopher vinha de perto. — E um martíni para Poncho.


O moço inteligente ainda está na casa? — Dul mexeu nos cabelos.


Ah, ele não desiste fácil. Foi trocar de roupa.


Christopher tinha ciência de que o advogado também iria ligar outra vez para Bill Benton, para averiguar mais sobre Dul, agora que ela lhes dera um sobrenome. Isso custaria alguns ingressos de beisebol, mas Christopher não gostava desse esporte, na verdade.


Como vai querer sua carne?


Bem passada.


Assim que acendeu a churrasqueira, Chris se sentou à mesma mesa que Dul ocupava, notando que ela mandara Reinaldo colocar a bebida do advogado sobre a outra, mais distante.


Colucci poderá achar algo sobre você?


Nada. Trabalho para museus e galerias. Legitimamente.


Ótimo. Isso facilitará tudo.


Tudo o quê?


Limpar seu nome e saber o que houve aqui.


Eu gostaria de ver sua sala de segurança.


Christopher tomou um gole do drinque, pensativo. Mostrar sua segu­rança a Dulce era arriscado demais. Mesmo assim, aceitou:


Certo, mas só se me revelar como entrou aqui duas vezes. Quem colocou a bomba pode ter usado o mesmo caminho. Por que não veio pela clarabóia na primeira ocasião?


Entrando pela janela mais próxima da galeria de arte eu estaria fazendo o caminho mais curto para o que queria.


Chris assentiu. Pensando mais um pouco, indagou:


Por que escolheu a terça-feira?


Porque você não estaria aqui e tinha anunciado que iria mandar a pedra troiana para o Museu Britânico.


Como obteve a informação de que eu não estaria aqui?


Você disse ao Wall Street Journal que ficaria em Stuttgart até quinta. Mas é estranho... Meu amigo falou que não se deve confiar em alguém que mente a um jornal.


Seu... amigo?


É. A pessoa que vende o que roubo.


— E ele não poderia ser um suspeito de ter colocado a bomba?


— Eu suspeitaria primeiro de Poncho.


Christopher sorriu.


— Poncho não é ladrão.


— É advogado, o que é muito pior. E você confia nele, o que é estúpido.


— Bem, estamos falando de seu amigo, não do meu. Ele tem nome?


— Tem, mas você não vai saber.


Nesse momento, Poncho retornou, pegou sua bebida e foi sentar-se bem longe. Olhou para Dulce com raiva, mas Christopher não se im­portou com isso.


Costuma fazer churrasco com freqüência, Christopher?


Sim. E Poncho e sua família costumam servir de cobaias para as carnes que preparo.


Aposto que gostam. Não é nada mau comer numa mansão como esta.


Christopher lançou um olhar a Poncho, que não perdia uma só palavra da conversa, mas agora não interferia.


Passaram-se alguns segundos de silêncio, nos quais Christopher cuidou da carne sobre a grelha. Por fim, Poncho comentou:


Eu gostaria de saber o que a srta. Saviñon pensa da pedra troiana. Afinal, não tentou roubá-la para si mesma... Ia vendê-la a alguém, suponho.


Trabalho sob contrato, sr. Poncho. Meu amigo recebe o pedido, peço algum tempo para localizar e preparar o roubo, acertamos o preço, e então eu consigo a peça.


Christopher encarou Poncho, depois voltou à carne.


A pedra esteve aqui por quinze dias apenas. Seu amigo disse se o comprador a queria, especificamente?


Pedras assim não são peças fáceis de serem encontradas. Só existem três atualmente, e, sim, queriam a pedra especificamente.


Por quê?


Não sei. As outras duas fazem parte de coleções particulares em Hamburgo e em Istambul. E são caríssimas.


Quer dizer que a pedra de Christopher não era tão cara assim? — Poncho inclinou-se para a frente, interessado.


Talvez. Ou, quem sabe, o comprador fosse daqui. Contrabando hoje em dia é trabalhoso e muito dispendioso.


E eu ia enviá-la para Londres dentro da alguns dias... Você pode estar certa, Dul.


No entanto, não estamos atrás de meu comprador, mas de al­guém que explode bombas. Quem sabe se eu visse a galeria de novo tivesse mais alguma idéia?


Christopher assentiu. Mas a levaria apenas depois que Poncho fosse em­bora. O motivo ficou claro com o comentário do advogado logo a seguir:


— Dará uma chave a ela também, para entrar e sair de qualquer aposento na hora que quiser?


A carne, como Christopher prometera, ficara maravilhosa. E do mesmo modo as três diferentes saladas preparadas pelo chefe contratado para todas as refeições da mansão.


Quando Poncho se levantou, anunciando que ia embora, Dulce foi a primeira a dizer-lhe adeus. O advogado a encarou, bravo, mas nada disse. Passou um braço sobre o ombro de Christopher e comentou, sussurrando:


— Deixarei a papelada do seguro pronta amanhã cedo. Quer que traga tudo para cá, imagino.


— Sim.


Os dois contornaram a casa, conversando. Pouco depois, Christopher voltou e, com um sorriso, fez o convite:


Vamos à galeria?


Eu gostaria de ver a sala de segurança primeiro.


Passaram pela janela que fora quebrada, no pátio, e que já estava consertada.


— Impressionante a agilidade de seu pessoal. Onde está o vidro estilhaçado? Com a polícia?


— Sim.


Prosseguiram por uma escada lateral, que conduzia ao porão. Ali havia uma casa de máquinas, o sistema de aquecimento, elétrico e de segurança.


Um homem levantou-se, à porta, assim que os viu.


Sr. Uckermann...


Loui. Estamos apenas observando.


A sala tinha vinte monitores, com um computador central.


Há apenas um homem aqui o tempo todo? — Dul quis saber.


Sim, a não ser que haja uma festa — informou o guarda.


— Mas você se surpreendeu quando entramos. Não nos viu chegar?


— Eu monitorava as câmeras externas. Com todo o respeito, a senhorita não teria entrado se o sr. Uckermann não estivesse em sua companhia.


— Entendo... Os policiais devem ter as fitas daquela noite, não?


— Têm — Uckermann respondeu pelo guarda. — Que tal irmos à galeria agora?


Caminharam até a parte principal da mansão e subiram a enorme escadaria. O Picasso que Dul notara continuava na parede, intacto.


Esse tipo de coisa lhe acontece com freqüência, Christopher?


Já recebi ameaças de morte antes, mas foi a primeira vez em que chegaram tão perto.


Sei. E se a intenção não fosse matá-lo?


Seria para matar alguém sob meu teto, minha proteção.


Você fala como um senhor feudal!


Quase. Cuidado por onde anda, porque ainda há entulho, e em alguns pontos o piso não está muito firme.


Dul notou que o olhar de Christopher para toda aquela destruição denotava raiva e frustração.


Não havia mais armaduras?


Meu gerente de aquisições enviou algumas das danificadas para um especialista, para ver o que poderia ser feito.


Eram muito lindas.


Dul chegava à porta atrás da qual se guardava a pedra troiana. Via-se um grande rombo no lugar onde deveria estar o batente.


Esta é sua sala mais segura, não? Com infravermelhos cruzando o ambiente.


Sim. E com uma câmera de vídeo voltada para a entrada.


E nada apareceu na fita?


Nada até agora, de acordo com o detetive Colucci.


— Se quer tanto preservar sua privacidade, deveria colocar mais câmeras dentro da residência.


Isso protegeria meus objetos, não minha privacidade. — Christopher notava que ela estava atenta ao ambiente. — Vê algo diferente?


Eu ia tentar a segunda entrada e cortar o fio da principal — Dul murmurou, circunspecta. — Quem fez isso pensou igual. Veja as mar­cas de ferramentas aqui.


Então, tratava-se de um profissional.


— Sem dúvida. E, como não havia sinais de arrombamento a não ser os que deixei... A pessoa nãotomou cuidado aqui porque sabia que ia explodir as evidências.


Na ausência de Christopher, muita gente circulava pela mansão: jardineiros, o pessoal da segurança, da limpeza, da piscina, da manutenção e alguns amigos selecionados, que tinham permissão para usar a resi­dência quando quisessem.


Dulce chegou ao pedestal caído onde ficara a pedra.


Foi preciso muita força para derrubar isto. A pedra teria se quebrado...


Acha que a bomba foi usada apenas para encobrir o roubo, não?


É possível. Alguém devia saber o valor do que se encontrava nesta sala e não queria danificá-la, fosse o que fosse que pretendesse fazer.


Um assassino tentaria preservar antiguidades?


Não sei, não sou assassina. Mas, com certeza, ele não se impor­tou com mais nada de valor que houvesse aqui. — Respirando fundo, Dulce o encarou. — Quanto vale, hoje em dia, uma armadura completa do século XVI?


Meio milhão, mais ou menos.


Dul arregalou os olhos e continuou com a observação.


Como soube sobre a bomba? — Christopher se aproximou dela.


Quase pisei no arame, mas o vi no último segundo. Fiquei muito aborrecida.


Mesmo? Por quê?


Você tinha uma boa segurança por toda a parte, embora inefi­ciente, e aquele arame tão... grosseiro ali, no chão... Se alguém trope­çasse, o alarme soaria. Pessoas poderiam cair e se ferir. Mas então vi que ele não estava paralelo ao solo, e isso me intrigou. Tudo nesta mansão é perfeito! Aquilo estava fora do contexto. E então Revertte começou a vir em minha direção, e soube que ele tropeçaria no arame.


Como eu também teria feito. Obrigado, Dulce.


Ela esboçou um sorriso aberto, sincero, que mexeu por completo com Christopher. Claro que fazia parte de um jogo, que Dulce era perigosa, mas sentia-se atraído, essa era a verdade. E sorriu também. Para quebrar a espécie de tensão que se formou entre ambos, indagou:


Mais alguma idéia sobre o caso?


Sempre gosto de entrar e sair o mais depressa possível, num roubo. Procuro evitar rastros que posDul me identificar, embora não importe em deixar para trás sinais de como entrei. Mas esse sujeito não queria que soubessem que esteve aqui. E veio tanto para roubar a pedra quanto para explodir sua galeria.


E não teria problemas em matar.


Talvez até quisesse isso. Mas o alvo não era você. Afinal, nem deveria estar na mansão.


Você também não deveria estar aqui, naquela noite.


Exato.


Vamos falar sobre isso lá embaixo, tomando um bom sorvete? —Dul gostou da idéia.


Na escada, Christopher a fez seguir na frente, para admirar-lhe o jeito cadenciado de andar. Foi então que percebeu um filete de sangue escorrendo-lhe na coxa.


Dulce, você está ferida!


Ah, isto... É apenas um corte. Tem supercola?


O quê?


Não faz mal. Tenho um tubo, em minha bolsa.


Vou mandar Joseph buscá-la.


Antes que ela pudesse protestar, Reinaldo já subia, apressado.


— Incline-se aqui — Christopher orientou.


Não crie uma confusão por causa disso, está bem? Meu amigo já cuidou de mim, obrigada.


Arranje-me uma toalha limpa! — A ordem fez Reinaldo buscar a toalha em dois segundos e depois sair, discreto.


Tire o short, Dulce. Conseguiu este ferimento ao me ajudar, aposto. Por que disse que não tinha se machucado?


Porque não foi nada grave.


Foi, sim. Quero saber sobre a gravidade desse corte.


Joseph apareceu com a bolsa, deixou-a sobre uma cadeira e se foi.


Dulce pegou o tubo de cola e entregou-o a Christopher.


— Tem certeza de que vai aplicar isto sobre sua pele? Posso chamar um médico. Ele não fará perguntas.


— Não. Segure os dois lados juntos, passe a cola e aperte por alguns instantes.


Com movimentos rápidos, Dul se livrou do short. Christopher tentou ignorar a beleza daqueles quadris tão reDondos, e ajoelhou-se para cuidar do corte. Mas impressionou-se ao vê-lo:


— Isto precisa de pontos!


— Vamos, faça o que eu disse. — Dulce se mantinha firme, mas era óbvio que sentia muita dor.


Christopher agiu conforme as instruções dela.


— Pronto. Agora é só esperar um pouco, e depois poderemos tomar vinho e sorvete, está bem?


Não houve resposta. Christopher ergueu os olhos e, de repente, Dulce desmoronou, sem sentidos, em seus braços.



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Autor(a): dullinylarebeldevondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 50



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  • natyvondy Postado em 25/10/2009 - 13:00:07

    amei!!!

  • natyvondy Postado em 25/10/2009 - 13:00:06

    amei!!!

  • natyvondy Postado em 25/10/2009 - 12:59:38

    amei!!!

  • natyvondy Postado em 25/10/2009 - 12:59:37

    amei!!!

  • natyvondy Postado em 25/10/2009 - 12:59:36

    amei!!!

  • natyvondy Postado em 25/10/2009 - 12:59:34

    amei!!!

  • natyvondy Postado em 25/10/2009 - 12:59:31

    amei!!!

  • natyvondy Postado em 25/10/2009 - 12:59:30

    amei!!!

  • natyvondy Postado em 25/10/2009 - 12:58:56

    amei!!!

  • natyvondy Postado em 25/10/2009 - 12:58:55

    amei!!!


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