— Any?
Naquela manhã, Anahí acordou mais desanimada que o normal. Sua vida estava cada dia pior. Não era a anemia que lhe preocupava. Sabia que que é uma doença grave, se não curada. Pode ocorrer vários riscos, mas não era isso que a preocupava. O que mais tinha medo, era que algo pior acontecesse e ela não visse seu amor novamente. Tinha medo de perdê-lo para outra. Iam fazer três dias que estava internada e nada de Alfonso ligar nem para saber como estava, María Gabriela havia comentado que ligou para Sherlyn. Isso a deixava cada vez mais triste e fraca. Apesar de estar tomando soro na veia, seu rendimento no hospital sempre ficava na mesma: não melhorava.
Olhou pela janela e viu que chovia do lado de fora. Ao escutar sua meia-irmã chamar seu nome, virou a cabeça lentamente.
María Gabriela se assustou com o que viu. Anahí estava pálida, com bolsas embaixo dos olhos e os lábios rachados. Ela piorou muito desde ontem.
— Ele não se importa, Gabi. − falou com a voz embargada. − Não me ligou.
María sorriu internamente. Mal sabe ela... pensou consigo mesma. Pegou no bolso da calça o papel que Alfonso deu à ela no dia anterior e a entregou com um sorriso no rosto.
— Leia isso.
— O que é? − perguntou esticando o braço para pegar o papel.
— Só lê. − piscou e saiu do quarto.
Anahí desdobrou o papel e começou a ler.
Não consigo entender toda esta desconfiança em minhas palavras, pois só amo você e desde que nos conhecemos não fui para a cama com mais ninguém. Acredite seriamente nisto. Você é o meu único e definitivo amor e farei de tudo para reconquistar você, pois você me dá carinho e segurança, assim como eu dedico-lhe todo o meu amor. Neste período em que ficamos separados, fiquei com uma pessoa, admito. Mas nunca tive qualquer relação sexual com ninguém. Meu objeto de desejo, de corpo e alma, é você. Você é a minha lanterna na caverna, o sol das minhas manhãs e a lua e as estrelas mais brilhantes das minhas noites. Minha alma é sua, meu pensamento só flutua até o seu e o meu corpo depende do seu para que eu seja feliz. Sei que você gosta de mim. Então, esqueça este ciúme mesquinho, me perdoe por qualquer palavra ruim que eu tenha dito e acredite que eu sou e sempre serei apenas teu.
Você nem imagina quanta saudade eu sinto de você! Sinto demais a sua falta e me arrependo por termos discutido e brigado por tantos motivos fúteis. Você é a razão da minha vida e, de agora em diante, se você aceitar o meu apoio farei de tudo para lhe ajudar, pois meu coração precisa de você para bater. Aliás, meu corpo todo sente a sua falta (e como sente!). Não vamos deixar que os erros do passado contaminem para sempre a nossa relação, pois você sabe que eu amo você e acredito que a recíproca seja verdadeira. Tenha esperança de que tudo vai melhorar: eu vou tentar ser melhor. A sua presença trará paz ao meu espírito e alegria para cada hora dos meus dias. Viver sem você deixa o céu sempre cinzento e o meu olhar sempre nublado. Reflita sobre estas minhas palavras. Elas são muito sinceras e estão regadas pelas minhas lágrimas de profunda saudade. Vamos nos perdoar, amor.
P.S: Não desisti de nós. Não desisti de você.
Eu te amo.
Ao terminar de ler seus olhos já estavam repletos pelas lágrimas. Estava morrendo de saudade de seu amor, seu bebê. Tudo o que mais queria nesse momento era podê-lo abraçá-lo e dizer que sente muito, pois se não fosse por ela, talve hoje ainda estariam juntos e nada disse estaria acontecendo.
Do lado de fora, Alfonso apareceu, o que provocou uma fúria interna em Marichelo.
— O que faz aqui? − perguntou entredentes. − Te disse pra ficar longe da minha filha!
— Eu disse que voltaria. − deu de ombros e se virou para María Gabriela. − Entregou minha carta à ela?
— Sim. Acabei de sair de lá.
— Obrigado.
Ela sorriu em agradecimento.
Um movimento estranho começou no hospital. Médicos e infermeiras andanvam desesperados de um lado para o outro, preocupando as pessoas que estavam ali presentes.
— O que aconteceu? − perguntou Marichelo aflita à um enfermeiro que passava carregando uma bolsa de oxigênio.
— Uma paciente com anemia desmaiou. Os batimentos estão acelerados e o quadro dela se complicou.
Alfonso engoliu em seco.
— E você pode me dizer que paciente é essa? − perguntou temendo a resposta.
— Anahí Portilla. − respondeu. − Agora, se me dão licença, preciso ir.
Á pedido de yasmimjuliaoanyyponcho estou postando mais um capítulo olhe-lá em quero comentários kkk