Fanfic: Paixão incontrolável | Tema: LevyRroni

Imaginou no que estaria pensando. Para fora e para dentro.  A língua escorregadia sobre os lábios cor-de-rosa. Como um relógio de ouro balançando. Hipnótico. Sedutor.

WLevy —Algo a preocupa, srta. Perroni? — Wil indagou.

Ela deu um pequeno sorriso e olhou para cima, por baixo dos cílios um pouco mais escuros e espessos do que de costume. Wil endireitou o corpo. Qualquer que tivesse sido a mudança na maquiagem, dera um toque muito especial aos olhos escuros. Também notara que os cabelos estavam diferentes. Em geral, a cabeleira era presa em um rabo-de-cavalo. Naquele dia, Maite a deixara solta sobre seus ombros. Ela usava o mesmo modelo de jeans bem justo e blusa, só que Wil tinha certeza de que o tecido era mais colado, e a blusa, com botões e sem mangas, amarrada na cintura, tinha o decote mais acentuado do que de costume permitindo parte dos seios amostra. Maite pusera brincos argolas de ouro. Não tinha certeza se algo a perturbava, mas aatração que sentia o punha numa situação crítica.

MPerroni —Só estava pensando nos casos difíceis que nos contou no começo da aula. — Maite bateu com a caneta sobre o caderno. — Tenho certeza de que posso transformá-los em uma ou duas histórias. Wil continuava a observando, não se conformava com a série impressionante de devaneios eróticos que nutria por aquela aluna, a escritora, a mulher. Um raio e alguns trovões fizeram Maite dar um pulo, enquanto fechava o caderno.

WLevy —Você está bem?

Maite observou a tempestade com cautela.

MPerroni —Tento apreciar a beleza da natureza, mas odeio trovões. Deve pensar que eu devia estar acostumada com eles, não é?

WLevy —Sempre morou aqui?

Wil não podia resistir à oportunidade de descobrir um pouco mais sobre Maite. Wil sabia bastante sobre a autora de histórias de mistério Maite Perroni. Mas não sabia quase nada sobre a mulher Maite Perroni. Diferente dos autores que estudara no colegial e na faculdade, a srta. Perroni não se revelava em seu trabalho. Wil não estava desapontado, porém. Tinha pontos para discutir com ela. Algo mudara entre o sábado anterior e esse. E assim estava ótimo para ele.

MPerroni —Sim!.. E você?

WLevy —Sou de Cuba. O rápido arquear de uma sobrancelha mostrou o quanto ela era perspicaz. Na semana anterior lhe lançara uma indireta, e Maite optara por não responder. Mas Wil captou o olhar zombeteiro e percebeu que tinha entendido.

MPerroni —Pode ser um cenário interessante. — Ela piscou.  Wil sabia que Maite estava flertando, e queria saber o porque. Algo lhe dizia para deixar o motivo para lá e ir em frente, mas não queria pôr de lado a oportunidade de levar a conversa adiante.

WLevy —Você parece um pouco diferente hoje, srta. Perroni. Mais amigável, talvez?

Maite se levantou da carteira num movimento tão gracioso que Wil imaginou quantos de seus professores da faculdade teriam ficado atraídos por ela.

MPerroni —Não sou amigável todo sábado?

WLevy —Sim, mas não flerta comigo todo sábado. E na semana passada me ignorou.

Ela vacilou, mas só por um instante. Logo se recuperou de um quase imperceptível passo em falso ao pegar a bolsa pendurada na cadeira. Guardou nela seu material e pendurou-a no ombro. Após tomar fôlego, começou a andar na direção dele.

MPerroni —Não foi bem uuma ignorada, detetive. Se você recorda, falei que não era a hora certa. Mas, para ser franca, minha vida sofreu uma grande mudança agora. Minha lista de motivos pelos quais não podia ter um homem, mesmo que num romance-relâmpago, desapareceu. Então, estive pensando se você não gostaria de ir a algum lugar para um lanche.