Fanfic: Paixão incontrolável | Tema: LevyRroni

Eles chegaram ao fim das escadas com segurança, mas assim que Wil abriu a porta, à chuva torrencial invadiu a soleira. Relâmpagos iluminavam o céu escuro, e Maite ficou arrepiada. Deus, como detestava relâmpagos! Ainda mais quando a faziam tremer como uma criança. Wil fechou a porta e balançou a cabeça. A água da chuva o atingira em cheio.

MPerroni —Está todo molhado!

WLevy —Bastante. Não há toldo aqui fora, se bem que não ajudaria muito. Dê-me as chaves. Trarei seu carro até bem perto. Você não vai se molhar.

MPerroni —Não irá sair nessa chuva, Wil! Se não gosta de tempo chuvoso, espere dez minutos. Vai passar. Esperaremos aqui. Maite também sabia que as tempestades de fim de tarde duravam menos que uma hora, mas que aquela não era uma enxurrada típica. Os relâmpagos iriam cessar, sem dúvida, mas era provável que o aguaceiro continuasse até o cair da noite, e eles ficariam encurralados, sozinhos. Wil molhado, e ela suada, num lugar quente e empoeirado, quase em completa escuridão e sem terem onde se sentar, a não ser nos degraus. Não era a pior situação em que poderiam estar, no entanto, já que queria conhecer Wil melhor.

WLevy —É apenas chuva, Maite.

MPerroni —Chuva com raios. Você sabe que não é seguro correr em espaços abertos como o estacionamento, sobretudo com chaves de metal na mão. Sei que sou uma covarde nesse assunto, mas todos têm suas fobias, certo? Wil não respondeu, e apesar de os olhos de Maite estarem acostumados ao escuro, ela não pôde ver sua expressão.  Até que ele se aproximou.  As gotas cintilavam na pele de seu rosto. Seus cílios eram curtos e espessos, e formavam uma moldura perfeita para os olhos verdes. Mesmo na penumbra, ela pôde distinguir os tons de esmeralda. E, mesmo inexperiente, reconheceu-lhe o desejo.  Maite engoliu em seco. Perder-se naqueles olhos, ou melhor, ver-se refletida neles era algo poderoso. Ela não podia, e não iria, impedir-se de tocar sua face, mesmo que parecesse que ia apenas secar sua pele.

WLevy —Qualquer pessoa com bom senso toma cuidado com raios. O que mais tem medo?

Maite observou-lhe o semblante. Queria sentir seus lábios. Seriam macios? Úmidos? Wil lhe perguntara sobre seus medos no exato momento em que pensava no maior deles: beijá-lo e não ser capaz de parar.

MPerroni —Apenas os relâmpagos e trovões.

O que não estava muito longe da verdade. Sem dúvida o beijo dele teria uma voltagem tão alta quanto a da tempestade. Maite tocou-lhe a têmpora e os fios molhados roçaram a ponta de seus dedos. Uma onda de volúpia a percorreu, espalhando-se pelos seios, pelo ventre e abaixo da cintura. Sim, Maite temia os relâmpagos presentes no fogo da paixão. Mas, apesar do temor, aproximou-se dele. Pelo toque, ela sentiu que Wil sorria.

WLevy —Está com medo de algo mais.

MPerroni —Por quê? — Ela soltou a bolsa, segurou a mão dele e o guiou para se sentarem nos degraus.