Fanfic: Paixão incontrolável | Tema: LevyRroni

"O sexo não está bom para mim." Maite releu a mensagem enviada por fax. Por um segundo imaginou se ficaria menos incomodada se a frase partisse de um amante, e não de sua editora. No entanto, não tinha um relacionamento havia muito tempo. Mais ou menos uns cinco anos. A resposta era não, não ficaria menos incomodada. Nos últimos dez anos dedicara-se a duas coisas: criar a sobrinha, enquanto a irmã, uma estrela do rock, viajava pelo mundo, e progredir na carreira de escritora. E agora a inexperiência sexual se tornava um empecilho para seu livro se tornar um best seller.

A imagem de William Levy  surgiu como que por encanto. Fazer sexo com ele na certa resolveria tudo. Mas ela o dispensara. Alguns dias depois lhe enviara um presente, e torcera para que qualquer dano fosse desfeito. Deus, como quisera dizer "sim"! E diria. Em breve.

Poncho —Maite , você está aí?

Ela ajustou o fone ao ouvido. Esquecera de que Poncho estava na linha.

MPerroni —Sim, me desculpe, Poncho. A revisão da editora chegou. Obrigada por enviá-la tão rápido.

Poncho —Há algo que não consiga fazer?

Maite nem olhou as quatro páginas repletas de sugestões de mudanças, a maioria sobre a cena de amor. Seu agente, o ágil e valente Poncho, aguardava. Ele desligaria se demorasse demais. Afinal, tempo era dinheiro.

MPerroni —Posso fazer qualquer coisa, certo?

Poncho —Você deve. Temos um contrato de um milhão de dólares sobre a mesa, Maite . E desligou.

Não era necessário que ele a lembrasse do dinheiro ou que a pajeasse enquanto escrevia. Contratara-o por um único motivo: vender seu trabalho para quem pagasse. Poncho levara menos de duas semanas para acenar com a possibilidade de um contrato que garantiria a independência financeira de Maite  em relação à irmã, um adiantamento milionário por um best seller da nova dama dos romances de mistério. Mas a editora não queria outra de suas histórias água-com-açúcar, em que a heroína de setenta e três anos, a princesa Fioranna DiMarco, desvendava um crime, mas sim algo jovem, picante e sexy.

Sobretudo sexy.

Queriam um suspense romântico; um thriller erótico. Quando Poncho lhe falara sobre a proposta, aceitara o desafio sem hesitar, dizendo a si mesma que poderia escrever qualquer coisa, mesmo que tivesse de abandonar uma situação cômoda e confortável. Podia compor uma cena de amor.

Óbvio, por que não? Vivera um ou dois momentos tórridos em sua vida. Ou fora só um? Sim, na realidade um. Ou quase. Está bem, o encontro fora mais uma explosão de desejo com um antigo namorado no colégio, após uma festa. uma descarga de hormônios seguida de um ato rápido e insatisfatório.

Maite  planejava viver outra cena quente muito em breve com um homem que poderia lhe ensinar algo, mas não pensara que precisaria dele para vender seu livro.

Cassie —Ei, tia Maite ! Any está aqui! — gritou Cassie, do andar de baixo.

Maite fez uma careta pelo modo de a sobrinha anunciar a visita. Bem, o que podia esperar de uma garota de treze anos? Além do mais, a partir de sábado não teria mais os defeitos de Cassie a lhe animar os dias. Nem seu humor vivo, ou seus abraços calorosos, que transformavam a imensa mansão num lar aconchegante. Maite  piscou, os olhos úmidos. Chorara durante toda a semana, porém, precisava controlar-se.

Resolveu agir com naturalidade. Adolescentes se tornam adultos. Crescem e se mudam. Cassie, aos onze meses, dissera suas primeiras palavras: "Ti... a De... bom." Tia Maite

Suprimiu um soluço e pressionou o botão do interfone do escritório em sua casa.