Fanfic: Paixão incontrolável | Tema: LevyRroni

Maite estava imóvel. Wil era direto. Contudo, o tom suave e o fato de estar envolvido pelos braços dele fizeram com que não se importasse com a ausência de palavras românticas na descrição do que fantasiava.

MPerroni —Não estou assustada, Wil.

WLevy —Agora, me conte seu segredo. Depois decidiremos se experimentamos sua fantasia primeira, ou a minha. Wil esperou, e virou a cabeça para não ver o brilho da luz branca que iluminava os seios perfeitos, que se erguiam e abaixavam a cada inspiração e expiração. Maite quisera honestidade, e ele não a desapontara. Nunca fora tão sincero com uma mulher, mas algo lhe dizia que Maite precisava que fosse.

MPerroni —Preciso que você me ensine sobre sexo. Quero dizer, sei como é feito, na prática, lógico.  Wil assentiu. Ela não era virgem. Entendida a mensagem.

WLevy —Todavia, tenho de saber o que torna o encontro de um homem e uma mulher erótico, inesquecível. E não é só para meu prazer pessoal, apesar de no momento ser difícil pensar em outro motivo. —Qual é o outro motivo?

MPerroni —Um livro.

WLevy —O quê?

MPerroni —Fui contratada para escrever um thriller erótico, mas estou com dificuldade na parte sensual. Não tenho experiência. Não sei o que é desejar alguém... ou pelo menos não sabia. Hoje já enriqueci meus conhecimentos, sensações que ainda não consigo descrever, mas que estão aqui, na ponta da língua. — Virou-se e se recostou na coxa dele. — Preciso que me mostre mais. Wil franziu o cenho.

WLevy —Então você me quer por causa do contrato para um livro?

MPerroni —Não, eu o queria antes de ver que o livro podia ir por água abaixo. Mas agora tenho uma desculpa perfeita para continuar: fazer uma pesquisa de campo.

WLevy —Por que precisa de uma desculpa?

Maite riu.

MPerroni —Se me conhecesse melhor, não teria de perguntar. Eu sempre preciso de um motivo para fazer qualquer coisa diferente de minha rotina. Wil se identificava com esse modo de ser, pois agia do mesmo jeito. Seu parceiro, Cade, insistia para que se soltasse, se arriscasse mais. "Seja espontâneo." Claro, isso vinha de um camarada que conhecera e se casara com uma mulher em poucas semanas. Cade ficaria orgulhoso se o visse naquele instante.

WLevy —Acho que esse é o problema, Maite. Eu não a conheço bem. O que acha de irmos jantar? Podemos pedir da minha casa.

MPerroni —Você o fará? Será meu professor?

Wil segurou suas mãos, e a puxou para que se levantasse.

WLevy —Ainda não decidi.  Ele fez uma tentativa desajeitada de abotoar o primeiro botão da blusa dela.  Maite sorriu, e assumiu a tarefa. Não parecia preocupada com o sutiã, por isso Wil o pegou e o colocou no bolso de trás. Quando ele ia até a porta, Maite segurou-lhe o pulso. Insegura, tomou fôlego e pela segunda vez naquele dia buscou as difíceis palavras:

MPerroni —Tenho de ser clara, Wil. Não estou procurando um relacionamento. Quero dizer, não quero nada sério. Alianças, filhos e discussões sobre com que família passaremos o Natal não estão em meus planos. Wil ficava cada vez mais impressionado com sua honestidade e independência.

WLevy —Uma oferta que não posso recusar, hein? Que sujeito pode dizer "não" a sexo sem compromisso?

O olhar dela revelou sua exasperação, fazendo-o perceber que ela notara seu sarcasmo. Ótimo. Wil tinha suas falhas e maus hábitos... Alguns piores que os outros, alguns que o assustavam, porém ninguém poderia acusá-lo de ser superficial.

MPerroni —Não é isso, Wil. Estou sozinha pela primeira vez em anos. Tudo isso é muito excitante para mim. Não quero nenhum mal-entendido entre nós, pois gosto de você.

WLevy —Entendi. Nada de envolvimento.  Para tranqüilizá-la, beijou-lhe a mão.