Fanfic: Paixão incontrolável | Tema: LevyRroni

Ela parecia ter uma visão clara das necessidades básicas de um ser humano, sobretudo em relação a sexo.

WLevy —Vamos dizer apenas que posso me lembrar muito bem da última vez — ele decidiu dizer.

Maite sorriu com a pequena vitória.

MPerroni —Sim, eu também.

A confissão dela pairou na atmosfera perfumada pelas velas, e Wil pensou se deveria dar continuidade ao assunto. Recordou, porém, que decidira manter sua relação com Maite o mais básica possível, e discutir sexo solitário durante a refeição não parecia nem um pouco simples.

WLevy —Então me conte sobre o livro, esse thriller erótico que está lhe dando tanto trabalho.

Maite saboreou a massa com o mesmo entusiasmo com que comera a salada, mastigando devagar.

MPerroni —Tudo certo quanto ao suspense. Meus mistérios são divertidos, mas já escrevi quase quinze. Fioranna, minha heroína, sempre chega após o crime ter sido cometido, e nunca foi vítima. Minha nova heroína estará em perigo desde o começo da história. É excitante.

WLevy —Qual é o nome dela?

MPerroni —Por enquanto, Leah.

WLevy —Como aquela princesa?

MPerroni —Você é fã de Guerra nas Estrelas?

Wil deu de ombros, sem querer admitir que vira o filme original uma dúzia de vezes em seu lançamento e outras, incontáveis, após ter saído em vídeo. Parecia algo muito piegas, mas Wil ainda se lembrava da admiração que sentira quando vira os créditos de abertura, a nave disparando raios laser azuis e engolindo o espaço.

WLevy — Que ótimo! Ainda me lembro da primeira vez em que assisti a esse filme. Dulce quis ir a um velho cinema em um shopping. Ela se apaixonou por Han Solo e começou a colar fotos dele pelo quarto. Eu tinha uns sete ou oito anos. O andróide R2-D2 fazia mais meu gênero. Wil se rendeu e gostou de se recordar da infância.  —Implorei a meu pai para me deixar ir. Todos na classe já tinham ido, mas ele não estava seguro de que o filme seria uma boa influência para mim, com toda aquela fantasia e ficção científica. Mas acabou cedendo, e tenho certeza de que Guerra nas Estrelas influenciou muito minha vontade de ser policial.

MPerroni —É mesmo, Wil? Como?

Wil se serviu de mais uma porção para não ter de responder de imediato. Explorar seu passado, mesmo algo positivo como a influência do filme de George Lucas em suas escolhas profissionais, não combinava com ele. Talvez fosse bom mudar de assunto. Os grandes olhos de Maite, ansiosos e curiosos, não mostravam sinais de desaprovação ou crítica. Não saberia dizer até que ponto ela era uma pessoa confiante, mas lera seus livros, vira-a interagir com os colegas de classe. E nas escadas, depois dançando. E no jantar. Maite protegia-se com uma capa saudável de inteligência e cautela, mas não permitia que a possibilidade de desapontar ou ser desapontada a atrapalhasse. Maite pousou o copo na mesa e estremeceu com o ruído.

MPerroni —Perdão. Acho que bebi demais.

Wil resolveu guardar o vinho.

WLevy —Isso não pode acontecer. Preciso que meus alunos raciocinem com clareza.

MPerroni —Quer dizer que decidiu me ajudar?

Mais uma vez, aquele jeito ingênuo. Wil não pôde deixar de sorrir.

WLevy —Por acaso duvidou de que o faria?

MPerroni —Olhe, não quero que ache que só estou interessada em você por meu livro ou pelo dinheiro que vou ganhar se fechar o contrato.

WLevy —Nunca pensaria isso de você.

MPerroni —Por que não? Sabe que não nasci rica. Meus luxos são sustentados por minha irmã, e esse livro é importante para mim. É minha chance de independência e sucesso, e eu...

William se levantou, segurou a mão dela e puxou-a para seus braços.