Fanfic: Paixão incontrolável | Tema: LevyRroni

Apesar das diferenças, desde que Maite cruzara com a sincera Any em uma aula de redação criativa na faculdade, tinha se tornado sua melhor amiga. Maite era pura lógica e ordem. Any, emoção e caos. Mas funcionava. Maite não criticava a amiga. Aliás, gostava de ter algo diferente por perto. Maite e Any Trabalhavam juntas havia anos, corrigiam e criticavam os trabalhos uma da outra mesmo antes de os terem vendido. Mas Maite nunca entrara no território de Any, que escrevia excitantes contos épicos.

Maite passara horas e horas entretida com o sexo selvagem e ardente dos livros de Any. Muitas vezes sonhara em ser como uma de suas heroínas, todas ruivas ou morenas rebeldes e briguentas que domavam cavaleiros das trevas e perigosos piratas para serem recompensadas com o amor verdadeiro.  A amiga lhe olhou acenando com a carta.

Any —Quantas vezes mais você acha que eles vão lhe pedir para revisar até cancelarem a proposta? Não fechou o negócio, Maite. Aquele nosso agente não lutará por você se não der conta do recado. Precisa que o setor de edição aprove a proposta para receber o adiantamento, certo?

Maite assentiu. Sabia que a editora fora muito paciente até aquele momento em especial porque trabalhara com Maite no início de sua carreira. E essa proposta fora a segunda tentativa fracassada. Mais cedo ou mais tarde, a paciência iria se esgotar.

MPerroni —O que devo fazer para melhorar minhas cenas? Não tenho nenhum homem escondido no sótão, e não posso sair por aí me oferecendo.

Any —Querida, não é disso que precisa. Tem de vivenciar sexo de verdade. Com um homem de carne e osso que saiba algo sobre a arte de amar. Alguém que a ajude a aperfeiçoar sua paixão.

MPerroni —Aperfeiçoar minha paixão?

Maite contestou, e tentou não pensar em Wil.

Wil não tinha nada a ver com o livro. Tinha a ver com ela.

Any —Ah, é isso mesmo, querida... Any cantarolou, a voz grave.

Maite jogou as mãos para cima, e se rendeu. Any estava certa. Não precisaria fazer nada drástico para atingir seus objetivos, mas sim apenas de um bom caso, à moda antiga. Ou melhor, de um bom caso nos moldes da atual geração.

Sem compromissos. Sem expectativas. Maite abrira mão de sua liberdade por muitos anos. Precisava se dedicar a si mesma, para abrir as asas, testar a capacidade de florescer por si própria. A última coisa de que precisava era pular da pseudomaternidade para a responsabilidade de um relacionamento sério. Ou um casamento.