Fanfic: Paixão incontrolável | Tema: LevyRroni

Will comemorava a sorte do companheiro em encontrar a companheira ideal para estar ao lado de um sujeito com um distintivo. Will tentou ignorar o fato de que Maite não era tão diferente de Elizabeth . Não tinha a postura firme ou a irreverência dela, porém possuía uma força semelhante e autoconfiança. Não eram nada parecidas, mas ambas sabiam o que queriam da vida, e não tinham medo de fazer o que fosse preciso para alcançar seus objetivos. Aquela era uma vantagem que tinham em relação a ele. Will quisera ser policial desde que fora um simples soldado do Exército. Estava na força havia mais de dez anos, e fora sempre um excelente servidor. Agora corria o risco de perder tudo porque não conseguira manter sua ira sob rédea curta. Pela primeira vez desde sua suspensão, permitiu-se considerar a possibilidade de ser expulso, ou mesmo de se demitir. Will meneou a cabeça e inclinou-se para aumentar o volume do rádio. Tinha uma tendência natural para tirar conclusões precipitadas, o que não lhe agradava. E não só em relação a sua profissão. Com Maite também. Prometera a ela que o caso seria temporário. Sem laços. Sem expectativas além do prazer. Não podia voltar atrás. Ao chegarem ao estacionamento, vazio exceto pelo automóvel de Maite, Elizabeth baixou o volume, estacionou e puxou o breque.

Elizabeth  —Tem uma sacola no banco de trás, coisas que Koko disse que você ia querer.

Will alcançou a sacola de papel marrom, lacrada. Era provável que se tratasse de arquivos de assuntos não resolvidos que o departamento queria que ele reabrisse. Daria uma olhada neles mais tarde. Naquele momento, só queria sair do carro de Elizabeth antes que ela começasse a lhe fazer mais perguntas. Will podia muito bem resolver suas questões sozinho, muito obrigado. Além disso, não tinha muita coisa a esconder. Maite queria aprender sobre sexo e erotismo, e ele queria ensiná-la. Simples. Ponto final. Elizabeth não compartilhava de sua opinião.

Elizabeth  —Will, sei ler a expressão de um homem; mesmo a sua, quando esquece que estou olhando. Você esta apaixonado mesmo por essa moça, a misteriosa escritora.

Will saiu e procurou as chaves do veículo de Maite em seu bolso. Ponderou sobre não responder à indagação de Elizabeth . Tinha mesmo fama de ser um sujeito fechado, e achou que ela iria entender sua quietude. Porém, não sabia mais se estava satisfeito com seu modo de ser. Não tinha ilusões. O controle cuidadoso de cada ação e reação, o domínio sobre suas emoções e a insistência em ser perfeito eram características que começava a questionar. Via-se encurralado. Não era mais o homem livre e mais feliz que o menino que recebera os jogos bíblicos no aniversário, em vez de brinquedos incrementados.

WLevy  —Sim, Elizabeth , eu gosto mesmo dela. Maite é a mulher mais sexy, mais liberal que já conheci. A questão é: isso importa?

Suas poucas palavras deixaram Elizabeth pasma. Will deu risada, fechou a porta do veículo e andou em direção ao carro de Maite. Desativou o alarme e entrou. Deu a partida e baixou o vidro. — Obrigado pela carona, Elizabeth . Ela começou a abrir a janela para falar, mas Will partiu antes que terminasse. Lançara uma questão importante, sabia disso, mas também sabia que era o único que poderia resolver o enigma. E pretendia fazê-lo muito em breve.