Fanfic: Paixão incontrolável | Tema: LevyRroni

Maite já escrevera dez páginas quando ouviu a chave girando. Dez ótimas páginas, o começo de um encontro sexual entre Leah, sua heroína, e seu sensual amante policial. Numa escada. Durante uma tempestade.

WLevy —Você sabe como obedecer a ordens — Will comentou, ao guardar as chaves no móvel ao lado do aparelho de som.

Maite gravou o arquivo e fechou a tela. Queria mostrar o que fizera a Will, até mesmo que ele o aprovasse, mas não ainda. E despertar-lhe a curiosidade. E o que Will planejara para o próximo passo e quanto tempo lhe daria.

MPerroni —Não é preciso muito para me fazer trabalhar.

Ele franziu as sobrancelhas e ela sorriu. Não mentia. Adorava trabalhar. Ainda mais quando as palavras fluíam como água em uma fonte. Não acontecia com freqüência, e eram momentos para serem comemorados.

WLevy —Devo me sentir insultado?

MPerroni —De jeito nenhum! É difícil para você sair da cama de manhã para ir até a delegacia depois de passar a noite em claro?

Will assentiu, mas não disse nada. Continuou a adentrar o apartamento carregando uma sacola de supermercado grande. Um pensamento intrigante ocorreu a Maite. A linguagem corporal dele espelhava a resposta que esperava: que Will amava seu trabalho, e mesmo exausto aguardava ansioso atingir seus objetivos. Mas algo em seu olhar, tão sutil que apenas uma pessoa muito observadora perceberia, a fez pensar... Céus, fora tão cega assim? Estava tão envolvida em seus quereres e necessidades que não percebera que algo não ia bem com Will? Ele lhe contara sobre o incidente com o agressor, no entanto suas ações lhe pareceram tão justificadas que pusera de lado o assunto. Sabia que suspensão era rotina nesses casos, e que após uma investigação interna Will poderia receber uma carta de advertência, mas voltaria às funções. Contudo, seria mesmo isso o que ele queria? Maite prometera a Any e a si mesma que, pelo menos nesse período com Will, não colocaria as necessidades dos outros acima das próprias. E agora deparava com a oportunidade de aprender a encontrar o equilíbrio. Sim, queria explorar sua sexualidade, e mal podia esperar para descobrir o que Will pretendia. Ao mesmo tempo, porém, queria saber o que o incomodava, o que estava oculto por trás do lampejo sombrio que captara. E talvez, apenas talvez, pudesse achar um modo de ajudá-lo a trazer isso à tona.