Fanfic: Paixão incontrolável | Tema: LevyRroni

Will foi até seu quarto. Tinha se esquecido de que o cedera a Maite até perceber que suas roupas sujas não estavam no cesto e sentir o perfume dela no ar. Pôs a sacola que Elizabeth lhe dera sobre a cama. Em vez de arquivos do departamento, encontrou óleos perfumados, loções e brinquedos, todos com aroma e gosto de limão. Sabia que Elizabeth costumava distorcer os fatos quando lhe apetecia, mas nunca a considerara uma casamenteira. Parecia um comportamento muito feminino para uma mulher faixa-preta que sabia como conseguir qualquer informação pessoal armazenada em um computador. Mulheres como Elizabeth Gutierrez não deveriam perder tempo bisbilhotando sua vida amorosa. O odor de limão despertara sua curiosidade, enquanto ele dirigia sem destino, na tentativa de achar uma maneira de estimular Maite para seu próximo encontro sexual. Quando dera uma olhada na sacola, agradecera a Elizabeth , no íntimo. A amiga era mesmo esperta. Esperava que seu parceiro soubesse como tinha sorte.

MPerroni —O que há na sacola?  Maite estava parada à soleira.

A camiseta do Exército ia quase até os joelhos. Seus cabelos ainda estavam um pouco úmidos nas pontas, e o rosto não apresentava nenhum vestígio de maquiagem. Estivera deslumbrante na véspera, com as roupas sexies e justas, o rímel e o batom. Agora, mostrava uma beleza que lembrava os primeiros dias do outono na Flórida, sua época favorita do ano. Viva e suave. Céu azul, folhas verdes e ar fresco.

WLevy —Um presente.

MPerroni —É seu aniversário?

Will fez que não e fechou a sacola como pôde.

WLevy —Nada de aniversário. Elizabeth é uma mulher muito generosa. O presente é para nós dois, para ser franco.

Generosa e intrometida. Will nunca teria adivinhado. Desde que se conheceram, Koko e Elizabeth pareciam envolvidíssimos no novo romance. Will os admirava por conseguir conciliar trabalho e casamento. E Elizabeth ainda encontrara tempo para ajudar no namoro de Will. Mas não era um romance, era? Nada de compromisso.

MPerroni —Elizabeth ? — Maite não tentara esconder o ciúme, e não fazia idéia de como parecia incomodada.

Will percebeu o ciúme e sentiu seu ego inflar.

WLevy —Minhas aulas não vão incluir uma segunda pessoa, vão? — Ela cruzou os braços. Will quase engasgou. Como todo homem, já tivera fantasias a três, mas nunca com Maite ela não. Não queria dividi-la com ninguém. — Elizabeth não é esse tipo de amiga, Maite. Mas se você está pensando nisso...

Ela dispensou a insinuação com um gesto.

MPerroni —Sim, uma mulher que não beija há cinco anos agora quer dividir o amante com outra. Lógica, Will.  Deu um tapinha na têmpora. — Não se esqueça da lógica. Will gargalhou, pegou a sacola e a guardou no armário. O fato de Maite querê-lo só para si aumentou ainda mais seu desejo.

WLevy —Elizabeth é esposa de meu parceiro. Liguei para Koko, para que me levasse até a escola buscar seu carro, mas ele não estava. E Elizabeth me ajudou.

MPerroni —E ela sabia o bastante para nos dar um presente?

WLevy —Elizabeth sempre sabe mais do que deve. Aprendi a não questionar seu modo de ser. E, já que o presente é ótimo, não pretendo questionar suas intenções também. Pedi a ajuda dela, que descobriu que você passou a noite aqui. E como meu parceiro cumpre a risca os votos de ser aberto e sincero, ela também sabia que estou de olho em você há semanas. Maite sorriu. Ótimo, Will a distraíra para que não fizesse mais perguntas sobre a sacola, pelo menos por enquanto.

MPerroni —Nunca ouvi nada sobre ser aberto e sincero nos votos do matrimônio. — Maite estava perplexa.

Will fechou a porta do armário e alcançou Maite na porta.

WLevy—Eles fizeram seus próprios juramentos. Se soubesse como foi o caso deles, não se espantaria com isso.

Maite se virou.

MPerroni —Algum dia você terá de me contar.

WLevy —Hoje não?

MPerroni —Não está curioso de saber o que escrevi? Umedeceu os lábios.

Will estava louco de curiosidade, mas imaginara que ela não se apressaria em dar-lhe uma chance de ver seu trabalho. Quando Sherlyn escrevia algo, escondia-o até deixá-lo perfeito.  Mesmo quando abandonara o jornalismo e lhe dera o laptop de presente, que não usara até aquela manhã, Sherlyn deletou todos os arquivos com seus artigos. Ao que tudo indicava, Maite era muito mais confiante em relação a sua capacidade, ou acreditava que Will não iria julgá-la.