Fanfic: Paixão incontrolável | Tema: LevyRroni

Agora ela entendia. A chave para o verdadeiro erotismo era o poder de seduzir, de negar. De postergar ou dar prazer a qualquer hora, por qualquer razão. Nunca imaginara que teria o controle da situação. Pelo menos, não tão cedo... e não com um homem poderoso como Will.  Era um presente dele para ela, concluiu, quer Will soubesse, quer não. Se Maite pudesse controlar um homem assim, poderia manipular não só os personagens, mas ter o comando sobre qualquer amante que escolhesse. Apenas tinha de aceitar o que ofereciam, sem reservas, medos ou limites. Queria-o inteiro, e nada a impediria, a não ser a idéia de que, uma vez tendo aprendido tudo sobre Will, e lhe dado prazer, como ele fizera na noite anterior, jamais poderia deixá-lo. Estavam juntos fazia apenas dois dias, mas Maite se preocupava com seu futuro, comovia-se quando ele lhe contava histórias de sua infância, orgulhava-se quando lhe descrevia prisões ou lhe falava sobre condenações. Não podia deixar de respeitar um homem que baseava o modo como tratá-la nas experiências com a irmã, uma mulher que ele amava, em vez de compará-la a amantes anteriores das quais ouviria falar algum dia e a quem não dava importância. Deixá-lo entrar em seu coração e permitir que as faíscas de emoção que ali se formavam ficassem mais fortes doía. Mas precisava resistir. Esse caso era feito de sexo, não amor.

Maite passou mais óleo nas palmas e tentou não pensar em mais nada. Queria se tornar a amante ideal para ele.  Mas ele desistiu. Will vestiu o jeans. Não acreditava no que fizera. Encontrara uma mulher pronta, cheia de desejo, capaz de lhe dar prazer, e... procurou deixa-la.

Sabia que Maite não dormira bem na noite anterior, escrevera como louca de manhã e que as compras e o passeio a tinham deixado exausta. Mesmo assim, tivera energia suficiente para fazer um jogo de sedução irresistível. Céus, ele a queria, mas não apenas sexualmente!  Maite o deixara excitado como jamais antes estivera. Poderia tê-la penetrado e compartilhado seu prazer. Mas preferiu resistir e levá-la ao clímax sozinha.

Por quê?

Entrou na cabana e encontrou uma garrafa de licor que sabia que a mãe escondia na estante. Abriu-a e tomou um bom gole. Apesar de muito doce, a bebida o fazia relaxar um pouco. Tinha de se controlar. Se tivesse seguido seus instintos, teria feito amor com ela pela segunda vez e acabaria perdendo mais do que podia dar. Will a queria muito, cada célula dele precisava dela. Desde seu orgulho masculino até o ponto em seu coração que pensara que mulher nenhuma tocaria. Mas quando Maite admitiu que queria fazer amor de forma selvagem, que sua rudeza a excitava, Will percebeu que começava a se envolver demais. Maite tinha tudo o que sempre desejara em uma garota. Como poderia não querer estar com ela? Era inteligente, forte, tinha valores sólidos, porém uma mente aberta para novas experiências. Confiava nele. Deixara claro que sabia que Will nunca a magoaria... e, pela primeira vez depois que transformara aquele idiota em um monte de carne sangrenta, ele também soube. Will temia possuir um traço violento que, enfim, começava a se mostrar. Imaginava se tantas tentativas de ser perfeito e a infância em que o pai exigia supremacia espiritual, apesar dos próprios ataques de ira, o teriam transformado em um valentão intolerante. Perguntara-se se as fantasias sexuais ligadas a domínio e controle não seriam sinais da escuridão de sua alma. Era desesperador pensar que toda raiva contida desde a infância começava a manifestar.

Todavia, essa probabilidade desaparecia. Conseguira se segurar com Maite, mesmo após ela tê-lo encorajado a seguir seus instintos. Ela o fizera ver diferentes aspectos de seu passado, que esquecera, após anos pensando apenas na relação com o pai. Maite o lembrara do amor que tinha pela irmã e pela mãe, e lhe mostrara que amar a própria família não implicava necessariamente se sacrificar para sempre por seus desejos, necessidades ou expectativas.

Maite lhe ensinara coisas quando era ele quem deveria ser seu professor. Will apenas esperava que suas lições fossem tão valiosas para ela a ponto de fazê-la desistir da parte do trato que ele não esperava contestar.

Maite queria que o caso deles fosse temporário. Sem compromisso. Sem amor.

Bem, Will quebrara as regras, não é mesmo? Porque Willliam Levy amava Maite Perroni com toda sua força.

Praguejou e terminou a bebida. Deu um tapa em um mosquito, e lhe ocorreu que Maite seria comida viva lá fora. Precisava pôr as idéias em ordem. Bem, como era típico de Willliam Levy, ele analisara suas preocupações e tirara suas conclusões em tempo recorde. E graças a Maite.

A questão era: como lhe dizer que se apaixonara, sem assustá-la?