Fanfic: Paixão incontrolável | Tema: LevyRroni

Maite acendera algumas velas de citronela que encontrara na sacola de Elizabeth , e observava o pôr-do-sol com um copo de suco na mão.

MPerroni— Aonde você foi? — ela quis saber, e afastou-se para o lado, para deixar espaço para ele se deitar também.

WLevy— Tinha de ponderar sobre algumas coisas. Maite não fez perguntas. Will sabia que ela era inteligente, mas passou a respeitá-la ainda mais. Maite não queria pressioná-lo. — E você? O que fez enquanto eu estive lá dentro?

MPerroni— Cochilei um pouco. Tentei recuperar minhas energias. — Ela pôs o copo perto da sacola. Apanhou um bloco de papel com aroma de limão e uma caneta amarela. — E anotei algumas impressões que tive sobre o que ocorreu entre nós.

WLevy— Elizabeth mandou papel e caneta?

Maite achou graça.

MPerroni— De acordo com a nota que ela anexou, a sugestão eram bilhetes sensuais. Mas achei que dava no mesmo. Quer ouvir o que escrevi?

WLevy— Na verdade, não.

MPerroni— Sério?

Ela pareceu confusa e ofendida, mas o que escrevera devia ter mais a ver com sua vida de fantasia do que com a situação que enfrentava no momento.

WLevy— Não quero ler, Maite. Ainda não. Talvez quando a história estiver terminada, está bem?

Fitou-o, intrigada, dando de ombros. Guardou o papel na sacola.

MPerroni— E agora, então?

WLevy— Eu te amo.

Maite o encarou boquiaberta.

MPerroni— Como?

Will resmungou. Uma mulher sempre quer ouvir duas vezes.

WLEVY— Eu disse que te amo, Maite, eu te adoro, Eu estou louco por você.

Ela fechou a boca e começou a recolher as peças de roupa e o vidro de óleo.

MPerroni— Ah...

Will tentou observar seu rosto, mas as sombras provocadas pelas velas tornavam sua expressão ininteligível. O silêncio não o convencia de que ela não o amava também, pelo contrário. Will sabia que a capacidade de amar de Maite era maior que a sua. Talvez tivesse se apaixonado muito antes de ele reconhecer o sentimento em si mesmo.

Maite não aceitaria seus sentimentos por Will, ou admitiria que seu plano de independência, tão bem-feito, pudesse dar errado.

Ou talvez não o amasse. Talvez o tivesse visto apenas como um meio de conseguir o que queria, um amante temporário que lhe ensinasse sobre sexo. Mas Will não concordava com essa teoria. Fora policial por muito tempo e sabia reconhecer bondade, apesar de que isso não significava que ela quisesse, ou devesse, pôr suas emoções em jogo porque ele não conseguia mais esconder as dele.

WLevy— Você não tem de dizer nada, Maite. Não tem de fazer nada. Só achei que, uma vez que temos sido honestos um com o outro até agora, eu devia lhe falar.

MPerroni— Por isso foi lá para dentro? Para decidir se devia ser honesto ou não?

Will meneou a cabeça. Estava impressionado e assustado com o que Maite significava para ele. E com a possibilidade de ser rejeitado.

WLevy— Necessitava apenas de tempo para pensar.

MPerroni— Talvez porque não tivesse certeza de seus sentimentos, Will. — Aproximou-se, com o olhar aflito. — Nós só nos conhecemos há dois dias. Não podemos decidir mudar nossas vidas só porque temos essa química sexual incrível.

"Como é?"

WLevy— Como admitir a existência de um sentimento pode mudar nossas vidas, Maite? Ela não respondeu e continuou a arrumar tudo. "Droga!" Will a segurou pelos ombros e encarou seu rosto espantado. Na verdade, cheio de pânico. Era capaz de apostar que Maite o amava, mas isso não estava de acordo com seu plano. Ele não pensara no que sua sinceridade poderia lhe custar. Will tentou suavizar o clima com um sorriso. — Temos uma química incrível, não é?

Ela suspirou, aliviada.

MPerron— Sim, temos. E ainda não vimos nada. 

Maite envolveu o pescoço dele e se encostou em seu corpo.

MPerroni— Atingimos todas as bases e alcançamos a meta. Quem sabe inventem um campeonato no futuro? Em nosso futuro.

Céus, como a queria! Precisava tê-la naquele momento ou enlouqueceria. Mas não era mais apenas desejo. Will queria ficar unido a ela, fazer amor de modo tão profundo e intenso que Maite se esqueceria de tudo o mais, de seus objetivos e sonhos.

Will sabia, porém, que Maite não podia fazer isso. Sempre se dedicara e cuidara de outras pessoas. Até esse final de semana, nunca tivera a chance de ficar só, e aí estava ele pondo suas emoções em jogo e ameaçando seus planos. Tinha de mudar a maneira como Maite encarava os fatos, mas não de um dia para o outro.

Usando todo o autocontrole que possuía, soltou-se dela.

WLevy— Não, Maite, chega de partidas de beisebol por hoje.

Ela recuou. Pareceu que ia falar, mas desistiu. Calada, terminou de pôr as coisas na sacola, apagou as velas e desapareceu na cabana.

Will achou que ela iria se trocar e se preparar para voltar para casa. Não a dele, dessa vez. A dela. Ele criara uma barreira entre os dois. Talvez até tivesse arruinando o que poderia ter sido a melhor noite de amor que experimentaram, mas decidiu se arriscar, como o seu coração ordenou.  Após permitir a Maite alguns momentos para refletir, Will recolheu o cobertor e sacudiu-o. Sabia que ela reagia bem à expectativa e que florescera ao descobrir a força de seu poder. Ele lhe entregara o controle e seu amor. Esperava apenas que, mais cedo ou mais tarde, ela ainda quisesse o que tinha para lhe oferecer.