Fanfic: Paixão incontrolável | Tema: LevyRroni

Maite recolheu suas coisas e voltaram pra casa em silencio.

Anne— Você o quê?!

Maite reconheceu o olhar de desaprovação de Any e entrou na lavanderia para procurar o balde, que tinha de estar em algum lugar. Entretanto, Any a conhecia o suficiente para saber que ela podia fugir, mas não se esconder. Nem mesmo em uma lavanderia.

MPerroni— Eu disse a Will para voltar para casa, Any. Por que está tão surpresa? Você mesma disse que eu não precisava me apaixonar para ter um caso.

Any bateu as palmas das mãos nas coxas e praguejou.Maite balançou a cabeça. Maite pretendia se livrar de sua frustração, e pretendia fazer lavando o carro. Assim que soube que Maite voltara para a mansão, Any aparecera e começara a procurar sinais da presença do bello e sexy Willliam Levy. Maite acabara por admitir que o mandara embora assim que chegaram do passeio. Chamou um táxi para Will. Queria ter lhe dado um beijo de despedida, dito algo como "Até amanhã" ou "Obrigada por tudo", mas não encontrara as palavras, e ele já lhe dissera tudo o que podia: o que ela não queria ter ouvido.  Depois que Will partiu, Maite passara a noite transcrevendo suas anotações e tentando, sem sucesso, recompor as dez páginas que escrevera no laptop. A situação de sedução e os termos eróticos tinham pouco apelo sem a proximidade de Will. Os personagens do novo livro se recusavam a cooperar, e ela não conseguia resgatar as cenas. Por fim, Maite fora para a cama. Não conseguira dormir, imaginando como se enganara sobre seus sentimentos por Will nos últimos dois dias. Para sua sorte, tinha Any para colocar em palavras o que estava nas entrelinhas.

Anne— É claro que você não tem de amá-lo, mas, se ama, é uma idiota por deixá-lo partir!

MPerroni— Will não partiu, Any. Eu o mandei embora.

Any gesticulou, na tentativa de se conter. Cruzou os braços, respirou fundo e fez uma pausa até se acalmar.

Anne— Maite querida, o que está pensando? Você se esquece de que falei com esse homem. Ele me disse, da maneira mais charmosa, para eu cuidar de minha vida. Um sujeito com um talento desses não pode ser dispensado. Maite encontrou o balde, apanhou alguns trapos e abriu o armário para pegar o produto de lavar carros. Sua primeira missão do dia era limpar todos os vestígios de sua viagem com Will. Primeiro, a sujeira e a lama no exterior; depois, o aroma na parte de dentro. E aí talvez, só talvez, pudesse deixar de lado a dor e a tristeza.

MPerroni— Tenho muito trabalho a fazer hoje, Any. Não estou a fim de conversar.

Conversar e analisar, mesmo com a melhor amiga, não mudaria um fato: ela amava Will. Com toda sua força. E isso mudava tudo. Tudo! Passou por Any e entrou na cozinha, carregando o balde. O objeto pesado esbarrou em sua perna, e ela se sobressaltou. Zangada, Any segurou-lhe o braço com força.

Anne— Por que não falou para ele que o ama, Mai? Sabe que o ama, sua idiota!

Maite desviou o olhar.

MPerroni— Que diferença faz? Não posso amá-lo. Não posso. Amar Will significa ficar com ele, e então nunca saberei como é estar só. — Recostou-se de encontro à parede. — Will é tão forte, tão incrível... Inteligente, espirituoso. Cheio de segredos e mistérios que eu poderia explorar durante toda a vida. Conheço a mim mesma, e sei que acabaria pondo as necessidades dele em primeiro lugar, mesmo que ele não quisesse. Passaria todo o tempo mostrando que me preocupo com seu bem-estar mais que tudo no mundo.

Anne— Como fez com Cassie e com sua mãe. Com todos a seu redor, inclusive eu.

Maite fez uma pausa, e então seguiu para a garagem. Sabia que Any iria atrás.

MPerroni— Isso mesmo. É minha vez, Any. Quero agora cuidar de mim. E só.

Any mexeu nos óculos escuros pendurados por um cordão.

Anne— Mas acontece que isso significa ficar sozinha. E se você não gostar da sensação? Nunca passou por isso, Mai. Eu, por outro lado, sei muito bem como é. E acredite querida, a solidão, diferente de bom sexo, não é algo que recomendo para quem amo.  Maite pôs sabão no balde, misturou na água e começou a esfregar a sujeira no automóvel. Desejou que o som de seus movimentos tivesse abafado a confissão de Any, mas ouvira cada sílaba, e se sentiu tocada. Mais uma vez, sua amiga estava certa.