Fanfic: Paixão incontrolável | Tema: LevyRroni

Tudo bem, ela podia fazer isso. Era adulta. Entrevistara inúmeros investigadores da área de homicídios, vários chefes da polícia local, o secretário de segurança, o investigador-chefe do FBI para o crime organizado e, porque a irmã famosa a ajudou só para provar seu poder, o chefe do serviço secreto da CIA. E nenhum deles a deixara atordoada... Também, não se sentira atraída por nenhum deles. Atração sexual. Que idéia...

MPerroni —Gosto de estar atualizada. Você não se importa de eu fazer tantas indagações, não é?

Wil sorriu, e Maite sentiu um calor intenso. Ele tinha um sorriso lindo, parecido com o de um Deus Grego.

WLevy —Não, não me importo nem um pouco. E acho que a classe gosta de nossa... interação. — Fez uma pausa.

Maite ponderou por um momento, e percebeu que ele fizera uma insinuação para observar sua reação. O que ela deveria dizer? Que gostaria de interagir mais se estivessem a sós? Maite tomou um gole do refrigerante diet. Sorria como uma tola, tinha certeza. Mas, se aprendera algo com a irmã, a estrela do rock, era que quando não se quer responder a uma pergunta, o certo é se calar. "Apenas sorria e pareça simpática". A última parte era mais difícil. Mas podia sorrir, não? Contudo, não naquele caso. Wil franziu as sobrancelhas e continuou: — Escritores pensam parecido com os detetives. Temos uma visão diferente, como se pensássemos na ordem inversa! "Ahá! Um tema que podia acompanhar."

MPerroni —É como minha amiga Any diz. Começamos pelo final e traçamos o caminho de volta.

Só haveria mais duas semanas de aula, e essa era a primeira vez que falava com ele além de cumprimentos educados e de perguntas durante a aula. A inexperiência a deixava em desvantagem. Reconhecia sua atração por William Levy. Afinal, que mulher ficaria indiferente a seu incrível magnetismo? Ela, porém, tinha muitos motivos para se afastar. Agora, mas não por muito tempo. Desse modo, como de costume, Maite se isolara a uma mesa no canto do bar, enquanto seus colegas e o instrutor tomavam refrigerante e comiam doces comprados nas antigas máquinas. Não que não gostasse de se relacionar com o resto da classe. Por seis semanas Maite evitara falar com o detetive  Levy fora da aula. Conversas pessoais poderiam levá-la a descobrir que gostava mais dele do que já suspeitava, que o desejava e que negar esse desejo era mais um ato de covardia do que de desinteresse. Não podia dar conta das cpomplicações de um relacionamento amoroso em sua vida, não ainda. Mas em breve, talvez..  Ela era uma mulher solteira sem nenhuma obrigação a não ser consigo mesma. Durante toda a vida cuidara dos outros e colocara as necessidades deles em primeiro lugar. Logo, porém, estaria sozinha e descobriria quem era e o que queria, sobretudo no que dizia respeito a Wil, ou a qualquer outro homem. Wil interrompeu-lhe os devaneios ao começar a brincar com a espiral do caderno.

WLevy —Não entendo muito de romances, mas, sim, detetives têm de raciocinar na ordem inversa dos fatos. Nunca analisei as coisas por esse ângulo: começar pelo crime e descobrir seu motivo e circunstância. É um conceito interessante.

Maite deu de ombros e observou as mãos grandes dele, os dedos longos, e mais uma vez notou que não usava aliança. Percebera isso na primeira aula, seis semanas atrás, e confirmara que era solteiro com a sra. Perez logo depois. Wil era solteiro. Ela era solteira. Ambos eram adultos. Mesmo sua inexperiência não a impedia de notar que o interesse de Wil ultrapassava suas teorias de ficção. A constatação a fez apanhar o caderno e segurá-lo contra o peito. Wil a encarou. — Será que você gostaria de discutir um pouco mais nossas estranhas linhas de pensamento? Num jantar, quem sabe? Sua voz calma exerceu um efeito estranho sobre Maite, uma ouvinte atenciosa. Wil achava que ela iria recusar.

MPerroni —Estou muito ocupada no momento.

Ele fez que sim e ficou parado, em pé. Maite tentara não recusar o convite por completo, mas de alguma forma o dispensara. "Estúpida, estúpida, estúpida!" Dissera a verdade. O que mais poderia falar sem parecer desesperada?

WLevy —Talvez uma outra hora, então. Fique com as fotos, Maite. Tenho outras cópias.

E Wil se foi. Maite praguejou e guardou o caderno na bolsa, ciente de que não escreveria mais uma só palavra naquele dia. Apanhou algumas moedas e foi até a máquina de doces. Havia barras de chocolate. Isso era o que importava. Talvez uma outra hora, ele dissera. Sim. Quem sabe? Seu desejo sexual ficara guardado por muitos anos, e libertar as paixões poderia ser temerário se não ficasse de olho na recompensa: o contrato do livro. Tinha que retornar a aula. Antes disso, teria de encontrar uma maneira razoável de seduzir o homem de seus sonhos William Levy e atraí-lo para que lhe ensinasse as nuances do desejo ardente e passional. Sem compromisso.