Fanfic: A Aposta 2 - O Casamento Adp. | Tema: AyA

Quando os caras chegam ao 96º DP, o advogado já está à espera de Alfonso. O papo por telefone foi rápido demais e ele só entendeu que a Anahí surtou e esbofeteou uma maníaca.

Entram na delegacia e encontram as meninas sentadas num banco no corredor claustrofóbico. Mais a frente, a Kibi Mor e Ana Paula estão sendo vigiadas de perto por um policial carrancudo.

Dulce se joga nos braços de Ucker. Maite puxa o seu Ganchinho para um selinho. Anahí não se move, continua cabisbaixa e bem quietinha. Está toda machucada, mas o que realmente dói é o seu ego humilhado.

As meninas se apressam a colocar o advogado a par dos acontecimentos. Narram com riqueza de detalhes sórdidos tudo o que aconteceu mais cedo e por que rolou o desentendimento.

Alfonso não fica para ouvir. Sem hesitar, aproxima-se de Anahí e ergue o queixo dela, verificando os estragos. Olho direito inchado, vários arranhões na face, no pescoço e duas mordidas proeminentes nos braços.

Os lábios dela estão comprimidos, trêmulos, constrangidos. Alfonso imediatamente se senta e acaricia os fios emaranhados. Anahí tomba a cabeça na mão dele, cerrando as pálpebras.

— Me desculpe, Alfonso.

— O que houve por lá? O que descobriu?

— Ela confirmou tudo e eu perdi a noção. – lágrimas rolam pelo rosto dela, morrendo na mão de Alfonso. — Era esse o plano? Levantar uma suspeita para depois jogar na minha cara que não confio em você?

— Ela deve ter investido muito dinheiro nessa vingança e não acho que tenha acabado aqui. –ele conclui, puxando-a para mais perto.

Anahí aninha-se naquele ombro quente, sentindo-se imediatamente amparada, abraçada, protegida. Como pôde colocar em xeque o caráter dele? O que ela tinha na cabeça?

Em contrapartida, há um sentimento de alívio por não ter sido enganada. Nunca mais duvidará da palavra dele, mesmo que a situação seja extrema e as provas irrefutáveis. Dará um voto de confiança sempre e ele será inocente em todas as ocasiões, até que se prove o contrário.

O advogado toca no ombro de Alfonso, chamando-o para uma conversa particular. Um tanto contrariado, deixa Anahí com os amigos e segue o engravatado para uma salinha mais adiante.

— Aquela ali é a Kibiscate? – Ucker questiona Dulce.

— Hum, hum.

— Tem cara de biscate mesmo, vocês não poderiam ter escolhido apelido melhor.

— Pois é, tenho que concordar.

Ucker se aproxima da irmã e seu semblante transborda orgulho. Anahí sempre foi boa de briga e, apesar de estar num estado lastimável, fez um estrago bem maior na adversária. E dá-lhe Anahí!

— A verdade veio à tona, deveria me escutar mais vezes. – Ucker inicia num tom irônico.

— Se eu fosse escutar você, não estaria com o Alfonso.

— Hum, isso é uma verdade, pode jogar na minha cara. – Ucker dá uma geral em Anahí e continua: — Alma lavada?

— É, pode-se dizer que sim.

— Você está um lixo.

— Valeu, Ucker. Sempre que eu precisar de um apoio moral, me lembre de chamar você. – ela bufa.

— Nossos velhos vão surtar quando virem você nesse estado. – ele observa e Anahí estremece.

— Nem pense em contar! – ela brada.

Com as mãos para o ar, rendido, ele finaliza:

— Sou um túmulo.

O advogado reaparece e segue para a sala do delegado. Alfonso está parado sob o umbral, pensativo. Seu semblante é indecifrável e Anahí estremece quando se entreolham. Ele não faz qualquer menção em se aproximar e ela se levanta do banco num salto, mas é imediatamente contida por Gancho e Ucker.

Oh, deuses protetores dos fortes e explosivos, o que ele está tramando?

Sem pestanejar e com um olhar matador, toma a direção contrária e caminha com passos pesados e decididos para o final do corredor, mirando Sophia e Ana Paula. Ambas percebem a rápida aproximação e Ana se manda dali mais do que depressa. A face de Alfonso é o próprio anjo caído encarnado.

Sem se alterar, ele puxa uma cadeira metálica ruidosamente e se senta. Mira aqueles olhos maldosos e borrados, numa expressão tão congelante que, por um mísero instante, a Kibi chega a temê-lo.

— Agora somos nós, Sophia.