Fanfic: A Aposta 2 - O Casamento Adp. | Tema: AyA

Com Maite ao volante, Anahí abraça os livros contra o peito, como se isso pudesse amenizar o estrago feito por Sophia. Não sabe como será recebida no apê, mas a estratégia de Mai para a reconquista de Alfonso é, no mínimo, inusitada.

— Nunca o vi bêbado. – Anahí observa.

— Nem eu. Deve ser divertidíssimo. – Mai ri.

— Acha que esse é um bom momento? Não deveríamos esperar até amanhã?

— O Gancho é um zero à esquerda quando o assunto é amigo bêbado que precisa de um banho frio e cuidados especiais. Você é a melhor pessoa para cuidar da ressaca desiludida do Alfonso.

— E se ele me expulsar?

— Seja firme, não arrede o pé e também não chore, combinado?

— Tão fácil falar. – Anahí revira os olhos, bufando.

— Mais fácil ainda realizar. Me prometa que será dura na queda.

Depois de ter sido enganada lá no passado e condenada ao medo perpétuo de ser enrolada, Anahí se tornou uma muralha e nada, absolutamente nada, era capaz de causar o menor abalo. Mas quando o assunto é Alfonso, ela simplesmente perde o chão e a noção. Ainda assim, é convicta ao dizer:

— Ok, eu prometo.

— Ótimo. Estamos chegando, prepare aí o seu espírito guerreiro.

•••

Sophia checa os estragos pós-fight no espelho de corpo inteiro, devidamente instalado no amplo corredor do apartamento em Moema. Sozinha, com uma taça de vinho em mãos, esse diabo encara a própria face e pasmem, desata a chorar.

Atira a taça contra o espelho, contorcendo-se de ódio a seguir. De alguma forma, sabe que nada do que fizer poderá separar aqueles dois. Chega até a planejar um acidente, mas isso se mostra demais até para ela.

Se o casal retomar o relacionamento, ela não deixará barato. Não permitirá que Anahí prenda Alfonso para todo o sempre e fim. Sua mente diabólica vai maquinando cenários, pensando em formas de separá-los sem precisar usar a morte como guia.

Enquanto Sophia respirar, será um abalo sísmico constante na vida daqueles dois.

•••

Anahí se apruma quando chegam ao apê. Respira fundo e segura Maite pelo braço antes que a amiga abra a porta. Elas se encaram no hall e nenhuma palavra é dita. Os olhos amendoados de Mai dizem que tudo ficará bem e Anahí acredita.

Entram no apartamento e encontram Alfonso vestindo um roupão preto, sendo obrigado por Gancho a tomar um café forte, desses em que o aroma sem açúcar empesteia o ambiente. O cara está um lixo e o pirata uma fera, pois o amigo não colabora.

— O que está fazendo aqui? – Alfonso atira, prendendo Anahí num olhar desses fuzilantes.

— Só vim ajudar. – ela diz, num fio de voz.

— Você fez isso? – Alfonso interroga Gancho e o outro apenas dá de ombros, se isentando por completo. — Cara, até você está me traindo?

— Eu não traí você, Alfonso. – Anahí morde o lábio, fazendo as lágrimas mudarem de ideia. Não irão cair, como prometeu para Maite.

— Ah, tá. Beijar outro cara é o que então?

— Eu não beijei. – ela retruca.

— Certo, vou sair por aí não beijando ninguém também, pode ser? – ele provoca.

— Não, não pode! – Anahí surta, atirando o livro sobre a bancada da cozinha em estilo americano.

— O que é isso? – ele finalmente se toca do que tem em mãos e para até de respirar.

— Eu e o Gancho estamos indo. – Maite puxa o pirata pela mão. — A lição de casa é simples: quero que leiam o conteúdo desse livro inteirinho. Garanto que será terapêutico e eu espero, sinceramente, que o passado seja a porta de entrada para o futuro. Vocês são almas gêmeas, seus babacas, então é melhor começarem a agir como tais.