Fanfic: DyC Vida Bandida

Capítulo 2

6 meses atrás

Dulce estava sentada em uma sala pequena, que continha apenas duas cadeiras, uma mesa e um espelho. A sala na realidade fazia parte da Prisão Federal do México e era o local onde geralmente se interrogavam suspeitos, advogados vinham conversar com seus clientes. Dulce estava intrigada com a sua situação. Ela era promotora pública, não tinha nada que estar ali. Quando seu superior o promotor Peter a avisou que o acusado queria conhecê-la, Dulce se irritou.

Dul: O que ele pode querer comigo? Até onde eu sei quem vai colocá-lo na cadeia sou eu.
Peter: Talvez ele queira convencê-la a abandonar o caso... todos sabem como vc é competente e não se intimida por nada.
Dul: Exatamente por isso ele deveria presumir que eu não vou abandonar o caso. Vc não leu os jornais? Esse homem é acusado de cometer o crime mais hediondo do México nos últimos 50 anos. Ele deve estar sonhando se pensa que eu vou abandonar esse caso.
Peter: De qualquer maneira vc terá que ir vê-lo. Vamos lá Dulce, o que te custa?
Dul: Meu tempo e a minha paciência, coisas que não tenho em grande quantidade.
Peter: Encare isso como uma ordem Dulce Maria. Vá vê-lo e tente conseguir qualquer coisa que a ajude a ganhar esse caso.
Dul: Quando vc me chama pelo nome completo, tudo indica que as coisas não estão bem. (ela dá de ombros e se afasta) Tudo bem senhor Peter, irei ver esse assassino e tentarei reverter essa visita ridícula ao meu favor.
Peter: Ele ainda não foi considerado assassino. Cuidado com o seu vocabulário.
Dul: Eu estou trabalhando nesse caso. Acredite em mim Peter, ele vai ser considerado culpado com direito a prisão perpétua e sem recurso.

Agora, Dulce estava lá se perguntando mais uma vez como ela havia se metido nisso. Dulce acreditava fielmente que quando alguém é acusado de um crime, tem algo a esconder ou um passado duvidoso. Ela era muito competente em seu trabalho e não se intimidava na presença de pessoas importantes. Dulce começou a verificar alguns papéis enquanto esperava a chegada do prisioneiro.

O ruído estridente indicou que a porta se abrira. Por ela passou um homem com uma calça jeans surrada e uma camiseta em estado lamentável. Estava algemado. Colocaram ele na cadeira da frente e se retiraram. Dulce desviou o olhar dos papéis e encarou o rosto do homem. Apesar do seu estado e da situação que se encontrava, Dulce não pôde deixar de observar a beleza do rosto, o corpo bem proporcional e sarado e os olhos magnéticos. Ela manteve o olhar sem se constranger, não era do tipo tímida. O homem a encarou e desviou o olhar logo em seguida.

Dul: (verificando as folhas para se lembrar do nome dele) Senhor Uckermann, eu sou a promotora Dulce Maria Saviñon e serei a encarregada da acusação no seu caso. Me disseram que queria falar comigo...
Chris: É verdade... eu queria. (sua voz soava fraca e cansada)
Dul: Não vejo o que poderia querer comigo Sr. Uckermann...
Chris: Chris.
Dul: Como?
Chris: Por favor me chame de Chris. Cada vez que me chama de Sr. Uckermann me sinto como um velho.
Dul: Sinto muito mas não quero ter tanta intimidade com um acusado de homicídio. Para mim o senhor será apenas Senhor Uckermann e nada mais.
Chris: (dando de ombros) Ok. Se importa se eu a chamar de Dulce? Ou de Dul? Acho seu nome muito mais lindo que o seu sobrenome.
Dul: (rangendo os dentes) Senhorita Saviñon por favor... (ela abandonou a formalidade, estava se irritando) De qualquer maneira o que vc quer? Quer fazer um acordo com a promotoria?
Chris: Algo assim... ouvi dizer que vc é muito boa no que faz e as minhas chances são pequenas.
Dul: Ouviu bem. Que acordo vc deseja fazer? Está querendo evitar o julgamento e pegar uma pena mais leve?

Chris: quero que saia desse caso.

Dul: (dando uma risada) Nada poderia me tirar desse caso Sr. Uckermann. Eu teria que ser muito doida para desistir. O senhor realmente achou que com os seus lindos olhos claros me convenceria a sair do caso? (ela riu mais alto) Nem em seus sonhos.
Chris: Quero que saia desse caso por um motivo justo. Se estivesse disposta a ouvir...
Dul: Acho que não estou. (ela pegou seus papéis e se dirigiu para a porta) (pensando) Eu sabia que vir aqui seria uma perda de tempo.
Chris: Quero que saia porque sou inocente. E acho que a senhora não gostaria de mandar um homem inocente para a cadeia, o que provavelmente acontecerá.
Dul: (a meio caminho de bater na porta para sair se volta e encara Poncho) (pensando) Que que custa ficar mais um pouco? Isso até que pode ser divertido! (ela volta e se senta na cadeira) (voltando a falar) Interessante Sr. Uckermann... que tal começar a me contar a história da sua inocência? Prometo não rir até o final... (as histórias de inocência sempre a divertiam)
Chris: Que bom que isso é uma piada para vc... para mim é coisa séria.
Dul: Entenda meu lado, já ouvi cada história de inocência... uma mais ridícula que a outra. Se encaixa no perfil dos culpados desesperados.
Chris: Não sou culpado nem pareço desesperado.
Dul: Está preso e chamou a promotora do caso para convencê-lo da inocência. Me parece isso ao extremo.
Chris: (sem conter uma risada) Vc sempre é espirituosa assim?
Dul: Geralmente nas sextas feiras... nas segundas geralmente minha espirutuosidade vira mau humor.
Chris: Como acabou promotora pública? Sonho da família?
Dul: (erguendo uma sombrancelha) Isso não é da sua conta... mas se quiser realmente saber, te trago a matéria no jornal que conta tudo sobre a minha vida... não garanto a veracidade, mas digo que a versão do jornal é mais emocionante que a história real.
Chris: (rindo) Saindo pela tangente como sempre...

Dul: (dando de ombros) Se não vai me contar a piada... digo a história da sua inocência, acho que eu vou embora... tenho que começar a procurar umas testemunhas para a acusação...
Chris: Não! (Dulce o olha de lado e começa a rir) Está bem, está bem, vou parar de te enrolar e começar a contar de uma vez.
Dul: Melhor assim... sabe como é meu tempo e a minha paciência estão em extinção. Ahhh e tenha em mente que tudo o que vc me disser poderá ser usado contra vc no julgamento.
Chris: (suspirando e coçando os pulsos, onde as algemas o incomodava) Certo, assumo o risco. Bem, eu poderia provar a minha inocência... mas o meu álibi se nega a cooperar...
Dul: Típico... e quem seria o seu álibi?
Chris: Angel, uma loira deslumbrante e fogosa que conheci na boate... na noite do crime, eu e ela estávamos no Motel Sensações fazendo... bem vc sabe.
Dul: (pensando) Saco... além de assassino é galinha... cada um que me aparece.... (voltando a falar) Se esse for o maior problema, pegue o registro no motel e use como prova.
Chris: Usei um nome falso... Angel é uma cantora, um pouco conhecida... tanto eu quanto ela usamos nomes falsos nessa noite.
Dulce: (pensando) Aham, e a minha avó é uma lambreta. Já ouvi histórias melhores... mas vou me divertir mais um pouco) (voltando a falar) Tudo bem ela usar um nome falso... mas por que vc usou um também? É famoso por acaso? (como Chris continuava em silêncio ela pensou) 1 a 0 para vc Dulce... o cara pode ser bonitão, mas não é esperto.
Chris: Ela insistiu... disse que se descobrissem que ela estava no motel, não gostaria que descobrissem com quem foi.
Dul: Por quê ela temeria isso? Vc não está a altura dela ou ela tem medo que vc conte algum segredinho sexual?
Chris: Na época não pensei nisso... mas hoje, refletindo sobre tudo o que aconteceu, cheguei a uma conclusão...
Dul: Que seria?
Chris: Armaram para mim... apenas isso... armaram para eu parecer culpado.