Fanfic: El hechizo | Tema: Trendy / Dulce e Poncho

Capítulo 12

A comida que constituía o almoço era simples, mas muito bem preparada. Dona Blanca era uma cozinheira de mão cheia, fazia tudo com muito carinho, isso era perceptível.

Sentaram-se para comer quando já era um pouco tarde, mas valeu à pena a demora, pois tudo estava divino.

O assunto foi fluindo naturalmente e chegou a um momento em que o centro de todas as conversas era Dulce. Alfonso queria muito saber tudo sobre ela e não tinha vergonha em perguntar. Dulce, por outro lado, estava odiando ser o assunto, seus pais a faziam parecer uma péssima filha, isso a seu ver. Mas na verdade eles estavam apenas contando fatos e se divertindo.

-Saiu de casa aos vinte e dois anos, assim que começou um estágio e o dinheiro veio fácil. -comentou Fernando. -A mãe não queria que ela fosse, mas ninguém segurava a menina. Ficou um bom tempo sem dar noticias, aliás, nem sabíamos direito para onde ela havia ido.

-Mas depois ela apareceu e ficou tudo bem. -sorriu a mãe. -Mas sumir assim não é uma atitude de uma pessoa boa, que isso fique claro.

-Ah isso já foi. -Dulce comentou entediada com o assunto.

-E quando pintou esse cabelo de vermelho? Isso não é cor de gente descente. -a mãe insistia em tocar no mesmo assunto do cabelo. -Foi o ano em que começou a se rebelar.

-Claro, você não deixava a menina fazer o que queria. -lembrou o pai.

-Enfim, não gosto da cor do cabelo, mas minha filha fica linda de qualquer jeito. -serviu mais um pouco de macarrão para Alfonso. -Sabia que ela já foi modelo?

-Já? Nunca me disse isso. -ele falou a Dulce.

-Desde os quinze anos fazia umas campanhas fotográficas. Queria mesmo que ela desfilasse, mas a bichinha é pequena.

-Super pequena. -Alfonso riu.

-Mas a menina não gostava de ser modelo, só fazia as campanhas por que a mãe dela quase que obrigava. -o pai lembrou.

-Isso mesmo, pai. -disse Dulce. -Aquilo era horrível, tipo um massacre e eu nem ganhava muito.

-Mas ai quando fez vinte anos a menina se rebelou. Largou a carreira de modelo, pintou o cabelo, e se dedicou totalmente a passar no vestibular.

-Fazia cursinho durante a manhã e a tarde toda. Chegava em casa as cinco e continuava estudando. Parecia uma doença. Preferia que continuasse modelando. -disse a mãe.

-Que modelar o que? Ela queria era estudar, ter um emprego bom e dar no pé. -riu o pai.

-Vou lhe mostrar as fotos dela de quando modelava, Alfonso. São fotos lindas. E quem sabe se ela tivesse me escutado seria agora como você.

-Mãe, não é pra mostrar nada. -disse Dulce. -Aquelas fotos são uma vergonha.

-Mas eu quero ver. -disse Alfonso. -Pode pegar dona Blanca.

E a tarde foi assim: divertida pra Blanca, Fernando e Alfonso, e tediosa para Dulce. Saíram da casa já na hora do café da tarde. Dulce foi para o seu apartamento e Alfonso para sua casa, ele precisava descansar, pois gravaria cedo no dia seguinte.

A segunda-feira chegou e junto com ela mais uma matéria em sites e revistas: "Uma fonte afirmou que nesse domingo, Alfonso conheceu os pais de Dulce Maria". Uma fonte? A mesma fonte de todas as notas? Quem seria?

Dulce saía da academia quando foi pega de surpresa por alguns repórteres, dessa vez não teve como fugir e ela não queria ser grossa.

-É verdade que Alfonso conheceu seus pais? Então a relação já é séria? -perguntou um entrevistador desesperado por uma fofoca.

-Ele apenas fez uma visita, nada de mais. -e entrou em seu carro, fechou o vidro e partiu.

Alfonso a visitou na quarta. Assistiam filme em seu quarto quando ela contou sobre o ocorrido.

-Então já deu sua primeira entrevista?

-Ah para de brincadeira, seu bobo. Isso é sério. Não suporto a idéia de ser seguida sempre.

-Dulce, isso vai acontecer, não tem como evitar. O que você pode fazer é responder as perguntas de uma forma breve.

-Eu sei. Daria tudo pra saber quem está vazando essas noticias. Só nós sabíamos do almoço na casa dos meus pais.

-Não tem ninguém vazando essas coisas. Os paparazzis estão por toda parte, não tem como esconder.

-Não sei não ein. Enfim, logo logo eu não sei mais o que dizer.

-Amanhã tenho uma coletiva, provavelmente vão me perguntar sobre você. O que acha de dizer a verdade?

-Contar que estamos namorando? Está maluco? Vão me massacrar, suas fãs são possessivas, vão querer me quebrar ao meio. Já não basta tudo o que me mandam nas minhas redes sociais.

-Nada disso mais vai acontecer depois dessa coletiva, eu prometo. Vou te assumir e tudo vai ficar bem. -a abraçou. -Confia em mim?

-E eu devia?

-Mas é claro que sim.

-Pior que eu sou louca e confio mesmo. -riu.

-Louca é pouco. Pelo o que seus pais me falaram você é rebelde, revoltada, mal agradecida, independente, odeia modelar, se mata de estudar quando quer e desaparece do nada.

-Nossa, eles me massacraram, principalmente minha mãe. Aquilo foi um mico.

-Foi mesmo e pra você, pra mim foi só risadas.

-E quando eu vou conhecer sua família? Também quero ver suas fotos podres de quando era criança, saber de tudo errado que já fez e rir da sua cara como você está rindo da minha nesse momento.

-Ah isso vai demorar viu. Não vai rir de mim tão cedo.

-Por quê?

-Meus pais estão na Europa há dois anos, não sei quando voltam.

-Mentiroso, tudo pra não me apresentar. -fez bico.

-Birrenta. -beijou-a entre sorrisos.