Fanfic: El hechizo | Tema: Trendy / Dulce e Poncho

Capítulo 14

No dia seguinte, antes de ir trabalhar, como prometido, ela ligou. Ele demorou a atender, quase no último toque.

-Alô? –ele atendeu.

-Oi. Tudo bem?

-Sim e você?

-Bem. Por que demorou pra atender?

-Estava arrumando minhas coisas.

-Pra que?

-Eu não te disse, mas viajo hoje pro Chile. É pra promocionar o novo filme. –ele explicou.

-Mas por quanto tempo? Por que não me disse nada?

-Por dois dias. Não disse por que vai ser rápido, não tinha necessidade.

-Bom, está bem. Não vamos nos ver antes de ir?

-Tem tempo pra tomar café comigo em uma lanchonete próxima do banco?

-Tenho. Nos vemos mais tarde. Um beijo. -desligou.

Tomaram café juntos. Foi algo muito rápido, pois ambos tinham seus compromissos diários.

Enquanto terminava de tomar o suco, Dulce sentiu uma pequena tontura. Estava tudo começando de novo. Tentou parecer bem, não queria preocupá-lo.

Do lado de fora alguns paparazzis estavam à espreita. Mas nada de muito tumulto.

-Vou sentir saudades. -passou a mão pelo rosto dela.

-Eu também, mas não são tantos dias, apenas dois. Passa rápido.

-Assim espero.

-Juízo ein.

-Juízo é meu sobrenome, querida. -riu. -Vamos? Preciso ir para o aeroporto. -levantou-se.

-Espera. -levantou-se também. -Melhor que isso seja aqui dentro. -o beijou.

Os dois dias passaram rápido. Pelo menos para ele. Dulce tentou se distrair com o trabalho, academia e com algumas amigas, mas os constantes enjôos e vertigens a impediam.

No fundo já desconfiava o que estava acontecendo, mas não podia e nem queria aceitar. Tentou fingir que nada acontecia, mas no sábado de manhã foi quase que impossível.

Levantou com uma ânsia terrível, e a tontura não a deixava ficar em pé. Precisava tirar a dúvida, mas sabia que não podia ir a uma farmácia e comprar um teste como se fosse uma pessoa normal. Se a vissem seria o começo de um escândalo muito maior. Teria que recorrer a uma amiga do banco.

-Dulce? O que houve? –atendeu o telefone depressa.

-Será que pode me fazer um favor, Zoraida?

-Mas é claro que sim.

Alfonso chegaria ao México às cinco da tarde, mas não estava nos planos ir ao apartamento de Dulce, pois precisava descansar. Mas logo os planos seriam mudados.

Zoraida chegou com o teste mais ou menos meio dia. Certificou-se que ninguém a estava observando e foi em total sigilo para o apartamento da amiga. Não poderia ficar e saber o resultado, pois tinha um compromisso.

-Amiga, se sim, eu quero ser a primeira a saber, ouviu? -segurou as mãos de Dulce.

-E será. Só espero que não seja o que estou pensando, não é o momento e...

-Se tiver que ser será. Vai dar tudo certo. -beijou-lhe a bochecha. -Até mais.

Durante as duas horas seguintes tentou tomar coragem para fazer o teste. Esperava estar errada, mas no fundo sabia que não estava. Os enjôos, as tonturas, sua menstruação atrasada, tudo dizia que sim.

Caminhou até o banheiro com o teste nas mãos. Não precisava ler as instruções, sabia bem como funcionava. Enfim, tomou coragem e se trancou no cômodo.

Olhou-se no espelho. Aquela mulher não era a mesma de meses atrás, estava mudada, sua vida estava completamente distinta. E daqui pra frente mudaria muito mais do que poderia imaginar.

Saiu do banheiro com lágrimas nos olhos. Pegou seu celular. Discou o número com dificuldade, pois tremia muito. O telefone chamou várias vezes, ele não atendeu. Ligou novamente e ouviu o bipe da caixa postal.

-Sei que quer descansar assim que chegar, mas preciso falar com você, é um urgente. Pode vir pro meu apartamento? -sua voz era chorosa e continha um súbito desespero.