Fanfic: El hechizo | Tema: Trendy / Dulce e Poncho

Capítulo 25

Quando saiu para trabalhar no dia seguinte as coisas estavam totalmente mudadas. Todos a olhavam com desprezo, principalmente a imprensa. A nota no jornal havia dado uma grande repercussão e todos queriam saber sobre a gravidez.

Como sempre não deu atenção a paparazzi nenhum, mas eles insistiam em estar onde ela estava.

Perguntas do tipo "O golpe da barriga é verdade?" ou "Teria coragem de enganar Alfonso?", apareciam constantemente. Era horrível, quase que um pesadelo.

Sempre entrava em casa cheia da imprensa. Procurava não sair muito, queria evitar tudo aquilo.

Como ela não dizia nada sobre o rumor e muito menos Alfonso, a imprensa deu um jeito de "confirmar" o que diziam.

As fãs do ator começaram a atacá-la. E agora não apenas em redes sociais, mas pessoalmente, quando ela saia do trabalho. Era tudo tão péssimo!

Muitas vezes chegava em casa chorando, aquilo a aliviava. Não contaria nada a Alfonso, não sabia o porquê disso, mas não contaria.

A imprensa estava fazendo tanta pressão que chegou a pensar em terminar com ele. Mas era isso o que queriam e ela não ia dar esse gostinho a eles.

Os meses foram passando e tudo ficando cada vez mais intenso. Não podia suportar, essa vida não era pra ela.

Quando sua barriga começou a ficar visível, a impressa parou com as especulações, ela estava grávida sim e eles não podiam negar. Foi um alivio, mas nada daquilo pararia tão cedo.

Em uma noite, Dulce estava na casa de Alfonso. Ambos já estavam no portão, já era hora de se despedirem.

Alfonso a prensou contra o muro a fim de beijá-la, foi quando sentiu que o celular da mesma (em seu bolso do shorts) vibrava. Dulce se afastou e pegou o aparelho, observou a tela durante uns segundos e riu.

-O que foi? Quem é? -ele questionou.

-Não é nada, só um amigo do banco. –ela explicou.

-Só um amigo do banco? Isso pra mim não é SÓ. -deu ênfase a palavra.

-Não tem nada de mais, meu amor. Ele só disse uma coisa engraçada. -voltou a beijá-lo.

-Espera. -saiu do beijo. -Deixa eu ver. -estendeu a mão pedindo o celular dela.

-Claro que não. Está maluco? Quer meu celular pra quê? -disse indignada. -Tá duvidando do que eu disse?

-Não, mas eu também quero ver o que é tão engraçado. –ele estava sério.

-É claro que não vai ver. -disse decidida. -Se quiser acredite em mim, se não quiser problema seu.

-Você por acaso acreditava em mim?

-Vai começar com isso outra vez, caramba? E eu não pedia pra ver o seu celular. Se digo que não é nada é por que é verdade.

-Me deixa vez essa porra de celular logo e eu sossego. -foi tentar pegar o celular da mão dela.

-Não, já disse que não. -guardou o celular no bolso. -Eu já vou e não precisa me levar. –foi se afastando.

-Espera! Está tarde para você ir... -mas ela já estava dentro do carro.

-Eu me viro sozinha, querido. -e saiu.

Via-se que ele havia ficado extremamente estressado. Entrou em casa morrendo de raiva. E claro que a imprensa viu a briga, no dia seguinte os sites já falavam sobre ela. Imediatamente, as fãs começaram a dizer que Dulce não fazia bem a ele, e os ataques começaram outra vez.A seguiam por toda parte, a xingavam e maltratavam.

Dois dias depois da briga, ele ligou e se acertaram. Fora a briga mais idiota que já tiveram. Juraram que nunca mais iria acontecer.

E os ataques contra ela continuavam, cada vez piores...

Chegou a um ponto, quando já estava com cinco meses de gravidez, que não pôde suportar mais. Era uma sexta-feira e tudo acabaria naquela mesma noite.

Chegou do serviço chorando como de costume. Uma menina, provavelmente uma fã, havia tentado agredi-la. Aquilo já era demais!

Foi até o banheiro e se olhou no espelho. Estava pálida, os olhos fundos, avermelhados e com olheiras. Aquela não era a mesma Dulce de três meses atrás. A Dulce hoje estava ultrapassada, cansada e esgotada emocionalmente.

Abriu o armarinho do banheiro. Observou durante alguns segundos um pequeno vidro com alguns comprimidos. Realmente faria aquilo? Sim, faria.

Abriu o vidro e olhou as cápsulas, eram redondas e brancas. Respirou fundo e enfiou o máximo que conseguiu na boca. Com água da torneira engoliu todas possíveis. Jogou o vidro de remédio no lixo e lavou o rosto.

Continuou a se olhar no espelho observando cada detalhe do seu ser. Lembrando cada detalhe de sua vida. Como conhecera Alfonso, quando ele a pediu em namoro e quando descobriu a gravidez.

Gravidez? Talvez isso não existisse mais... Lembrou da morte da irmã e hoje alguma coisa morreria também, alguém se encontraria com Gabi, ou não, pois Gabi estava no paraíso.

Foi até o quarto já com a vista escura. Custou para que conseguisse trocar de roupa. Colocou sua camisola e sentou na beira da cama.

Lembrou-se da porta da sala. Não estava trancada, era melhor que estivesse. Caminhou em direção a saída do quarto. Suas pernas estavam pesadas, sentia falta de ar, não conseguia mais respirar, a vista escurecia. Deu mais alguns passos e tudo se apagou.