Fanfic: El hechizo | Tema: Trendy / Dulce e Poncho

Capítulo 35

Lembrar daquele dia custava muito, era algo angustiante. Sentia-se mal lembrando de tudo que fizeram com ela e sentia-se ainda pior só de pensar no que já havia feito.

Isso não daria certo de jeito nenhum. Não poderia viver assim. Estaria infeliz sem ele e com ele. Estaria infeliz de todos os modos. Só que com ele seria um pouco menos.

-De que adianta te contar? –ela perguntou querendo fugir das lembranças.

-Vamos ficar juntos. Eu não agüento mais ficar sem você. -se aproximou, ia beijá-la, porém ela se afastou. -O que foi?

-Eu não nasci pra isso... Não posso viver assim... Não estou preparada pro tipo de vida que você leva. Sempre vai acontecer alguma coisa, sempre vou enlouquecer, eu não agüento, sou fraca... -sua voz era chorosa.

-Dulce, me diz o que aconteceu, me explica tudo, por favor. -acariciou seus cabelos.

-A imprensa. Diziam coisas horríveis sobre mim. Suas fãs me perseguiam por toda a parte, me xingavam nas redes sociais, estavam sempre me esperando na porta do banco. Eu fui enlouquecendo, não conseguia ouvir mais nada. -a voz chorosa havia se transformado em soluços. -Chegaram a me ameaçar e naquele dia tentaram me... Tentaram me bater.

-E por que não me disse nada? -a abraçou.

-O que você ia poder fazer? -o olhou fixamente, sabendo que ele não poderia fazer nada. –Ia me trancar em uma caixinha?

-Me perdoa? Me perdoa por não ter te deixado explicar? –ele queria chorar, queria implorar o perdão e tirar toda a dor que ela estava sentindo.

-Isso é o de menos. Só quero que você me perdoe pelo que fiz. Eu sei que o que disse não justifica, mas mexeu muito comigo e eu não agüentei... -não conseguiu completar a frase.

-Claro que te perdôo. -a abraçou novamente e beijou o topo de sua cabeça. -Eu preciso muito de você, quero ficar com você, volta pra mim. -sussurrou no ouvido dela.

-Eu também quero isso, mas já disse que não consigo viver assim.

-Eu vou te ajudar. Ninguém mais vai te fazer mal, juro que vou te proteger como nunca. Confia em mim.

-Como consegue estar aqui comigo mesmo depois do que fiz? - o olhou nos olhos.

-Meu amor é muito maior do que qualquer erro que você possa cometer. –Alfonso explicou.

-Você me disse coisas tão feias. Disse que tinha nojo de mim, que queria que eu morresse. -as lágrimas a essa altura eram difíceis de controlar.

-Meu amor, eu estava nervoso, disse muita besteira sem pensar. Tudo isso não é verdade. Eu te amo, te amo tanto que não cabe dentro de mim.

-Promete que nunca mais vamos nos separar?

-Nunca mais. Quero passar o resto dos meus dias com você.

-Eu estava com tanta saudade. Quando fiquei sabendo que estava com a Marcela pensei que não me amava mais...

-Difícil é deixar de te amar. -a beijou fervorosamente. Ambos com uma grande necessidade. -Eu te amo.

-Eu também te amo. -o beijou novamente.

Dormiram juntos. O dia amanheceu logo. Quando acordou, Alfonso já estava desperto, porém ainda deitado.

-Bom dia, meu amor. –ele sorriu.

-Bom dia. -o abraçou de lado.

-Estava morrendo de saudades de acordar do seu lado, sabia?

-Eu também. –ela abriu um sorriso de orelha a orelha.

-Bom dia, minha bebê. -passou a mão pela barriga de Dulce. -Como vai a menininha mais linda?

-Ah para, seu bobo. -riu. -Ela não vai falar com você.

-Me deixa sonhar vai. Amor, até agora estamos chamando a bebê de "ela", já pensou em um nome? -a olhou fixamente.

-Estava pensando em Lívia. O que acha?

-Acho lindo. -sorriu. -O que acha de Agatha?

-Ai não, que mal gosto. –Dulce fez careta.

-Chatinha você ein. -a beijou. -Vou preparar seu café, vamos tomar café na cama. -levantou-se.

-Finalmente estou sendo tratada como mereço. -riu. -E não demora porque estou com fome.

-Folgada. -gritou já no corredor.

Enquanto ele ia para a cozinha preparar o café da manhã, Dulce foi até o banheiro fazer sua higiene matutina. Ao sair escutou enquanto Alfonso conversava ao telefone.

NO TELEFONE

-Passei a noite aqui. Diz pra minha mãe não se preocupar. E talvez só apareça por ai durante a tarde. -a voz de Alfonso. -Sim, sim, nós voltamos. Realmente é ótimo... Obrigada, González... Preciso desligar... Tudo bem. Tchau.

FIM DA LIGAÇÃO

Voltou para a cama e alguns minutos depois Alfonso chegou com uma bandeja cheia de pães, torradas, sucos, frutas e etc. Sentaram-se encostados na cabeceira da cama e começaram a comer.

-Será que vou ter que pedir para ir ficar na minha casa de novo? -ele questionou.

-Ainda isso?-ela revirou os olhos.

-É que eu realmente acho péssimo que fique aqui sozinha. E se chega o momento e você não consegue chamar ninguém? E se você, Deus o livre, cai? -sua voz era de extrema preocupação.

-Fica tão lindo assim preocupado comigo. -fez carinho nele.

-Bobona. -riu. -Mas é sério, amor. O que me diz?

-Ah está bem. -cedeu. -Mas só vou daqui uma semana.

-Ah meu Deus! Que mulher difícil! -revirou os olhos. -Mas eu não tenho escolha mesmo não é?

-Escolha você tem. -se aproximou. -Dorme aqui comigo todas essas noites até eu ir pra sua casa? –ela pediu com jeitinho.

-Como resistir a esse olhar de cachorrinho? -brincou. -Nem que eu chegue aqui super tarde por causa das funções no teatro, mas eu dou um jeito e durmo com a minha pequena.

-Que amor. -o beijou. -Agora come uma torrada. -deu a torrada na boca dele. Ambos sorriram.

O resto do dia foi assim. Ficaram deitados apenas conversando, relaxando e aproveitando um ao outro.

Quando entardeceu Alfonso foi embora, iria se apresentar no teatro, a segunda de dez apresentações. Mas durante a noite voltaria e com suas coisas, pois ficaria uma semana ali.

Quando chegou, depois da função do teatro, Dulce já dormia. Era tarde, então preferiu não acordá-la.

O dia amanheceu. Dulce olhava alguns sites na internet enquanto ele preparava o café. Foi quando viu uma nota em um site dizendo que uma fonte próxima ao casal afirmou que eles haviam reatado. Seria talvez a mesma fonte de sempre? E quem seria essa pessoa? Quem sabia que eles haviam voltado? Pensou um pouco e lembrou-se: González. Falaria sobre isso com Alfonso.

A conversa ocorreu durante a refeição.

-Contou para alguém que voltamos? -perguntou como quem não queria nada.

-Só pra mamãe e comentei com o González. -disse sem se importar enquanto comia uma torrada.

-González trabalha pra você há muito tempo? –ela perguntou.

-Sim, é praticamente da família.

-Então isso quer dizer que é cem por cento confiável?

-Claro. -fez uma pausa. -Mas por quê?

-Nada. É que saiu uma nota em um site dizendo que voltamos e a mesma fonte próxima foi quem forneceu a notícia.

-Não está pensando que González... Está? -a olhou fixamente.

-É uma possibilidade, talvez até uma certeza.

-Não, meu amor, isso não faz o menor sentido. –ele disse convencido. -Esquece isso. Aliás, as pessoas precisam saber que voltamos.

-Já que diz. -mas ela ainda não tinha desistido totalmente.