Fanfic: El hechizo | Tema: Trendy / Dulce e Poncho

Capítulo 38

Finalmente havia conseguido chegar mais cedo em casa depois de uma função no teatro. O que era raro, pois aquela era a última e geralmente ele iria para um barzinho comemorar. Bom, quem faria isso era o velho Alfonso, o novo iria para a casa ficar com a namorada e descansar.

Roni e Pablo, seus outros seguranças haviam ficado com ele durante o evento, pois González estava de folga hoje.

Chegou apressado. Iria tomar um banho e dormir. Estava exausto. No quintal já pode escutar algumas vozes mais altas do que o normal, e quando entrou na sala as vozes se tornaram berros. Ficou desesperado e seguiu o som. Vinha da área dos empregados, do quarto de González.

Era a voz de Dulce que gritava descontroladamente. Também se ouvia as vozes de Rute e González, ambos alterados. A última coisa que ouviu quando chegou à porta foi González dizendo "Vai logo, sua puta". PUTA? Ele olhava para Dulce e dizia isso? Não pôde acreditar. Foi nesse momento que explodiu.

-O que está acontecendo aqui? -Alfonso entrou no quarto aos berros, estava horrorizado com a cena.

Ninguém o respondeu de imediato. Naquele momento um silêncio assustador envolveu o cômodo. Todos olhavam Alfonso assustados. Ele estava furioso e encarava González de um jeito medonho.

-O que acontece é que a Dulce está um pouco descontrolada. Deve ser o cansaço, ela precisa dormir. –González tentou disfarçar enquanto guiava Dulce de um jeito delicado até a porta.

-Você a chamou de que? Eu ouvi direito? -Alfonso rezava para que estivesse escutado mal.

-Não, eu falava... –o segurança não tinha o que dizer.

-O que diabos está acontecendo? Por quê a gritaria? –Alfonso exigiu uma explicação.

-Já lhe expliquei. Ela está nervosa, isso não faz bem. Estávamos tentando acalmá-la e... -pôs-se a explicar.

-Mentira! -Dulce o enfrentou. -Pede pra ver o notebook. -apontou para o aparelho em cima da cama.

-O que tem o notebook? -Alfonso perguntou confuso.

-Veja você mesmo. –Dulce ia saindo do quarto, mas Alfonso a segurou.

-Me diz o por quê, Dulce.

-Vamos, González. Deixe que vejamos o notebook. Vai. Agora. -Dulce ordenou.

-Eu não acho justo. -o segurança olhou para Alfonso. -Ela estava invadindo minha privacidade e não acho certo que nem ela e nem o senhor, com todo o respeito, veja minhas coisas.

-Tem razão, González. -concordou Alfonso. -Meu amor, vamos descansar. -a abraçou e a encaminhou para a saída do quarto.

-Não! Pede pra ver, pede agora. -estava irritada. -Se não tem nada de mais ele não vai se importar em deixar que você veja.

Alfonso a olhou, estava nervosa. Olhou González, ele parecia estar com medo. Por fim decidiu que era melhor ver o maldito notebook e acabar com tudo de uma vez.

-Me deixe ver. -pediu Alfonso.

-Eu não acho certo o que está fazendo. -González protestou.

-Eu também não, mas...

-Vê logo! -Dulce gritou. -Olha tudo o que tem nas pastas e vê que é ele quem vaza nossas noticias e ainda ganha pra isso.

-O que? -Alfonso estava surpreso.

-Não acredite no que ela fala, por favor. -o segurança implorou.

-Rute, leve a Dulce pro quarto. E você, Dulce, não saía de lá. -estava bravo e Dulce não ousou desafiá-lo.

Quando as duas saíram, Alfonso fechou a porta do quarto. Ficaram trancados lá durante uma hora. Ninguém sabia o que estava acontecendo.

Para Dulce os minutos se arrastaram. Não conseguia mais esperar que ele voltasse. Tentou se distrair com um livro, mas era inútil. Pensou em sair do quarto e ver o que acontecia, mas logo mudou de idéia.

Deitou-se na cama e esperou esperou e esperou. Um tempo depois ele entrou. Nenhum dos dois disse nada.

Alfonso foi até seu guarda roupa e pegou algo para vestir. Foi ao banheiro, escovou os dentes e tomou um banho. Tudo isso sem dizer palavra alguma. Sua cara estava fechada, não queria papo com ninguém. Quando saiu do banheiro vestiu-se, penteou os cabelos e deitou.

Dulce o observou durante um tempo e logo não se conteve, precisava dizer alguma coisa.

-E ai? O que aconteceu? -perguntou com uma voz baixa. Ele demorou a responder.

-O demiti. -foi breve. -Não vai mais incomodar. -virou-se para o outro lado. Não a olhava nos olhos.

-Meu amor. -deu um jeito de ficar frente a frente com ele. -Você está bem?

-Claro que não, Dulce. Como poderia estar? -a olhou.

-Me desculpa, eu não devia ter insistido nisso, devia ter deixado tudo como estava.

-Não é isso... Eu confiava muito nele, era uma das pessoas que mais confiava e aconteceu isso... É horrível. Acho que não posso confiar em ninguém.

-Não diz uma coisa dessas. Pode confiar em mim, na sua mãe, no seu pai.

-Será mesmo?

-Sério isso? -não acreditou no que ele havia dito. -Bom, tudo bem. -deitou-se novamente.

-E ele fez isso por dinheiro. Sabia que eu confiava tanto e faz isso por dinheiro. Eu fui idiota.

-Você foi ingênuo, só isso. Não precisa se condenar. -o abraçou. -Não quero que pense mais nisso, por favor. Tudo já está bem, vamos continuar a vida normalmente.

-Tudo bem. -respondeu brevemente.

-Vem aqui. -o beijou. -Eu te amo.

-Eu também. –ele sorriu, um sorriso um pouco amarelo.