Fanfic: El hechizo | Tema: Trendy / Dulce e Poncho

Capítulo 42

O dia logo amanheceu. Acordaram cedo, o que era um tanto inusitado. Tomaram café na cama, como havia se tornado de costume. Terminaram a refeição rapidamente e desceram para a sala de estar. Colocaram um filme e puseram-se a assistir.

-Já disse que não agüento mais ficar dentro dessa casa? –ela disse olhando pra ele.

-Diz isso a cada cinco minutos. -riu. -Mas eu também não estou mais agüentando te ver deitada o dia todo.

-Vamos sair, vamos fazer alguma coisa diferente, por favor, eu imploro se for preciso. -pediu com jeitinho.

-O que quer fazer então?

-Uma loucura. -sorriu.

-No que está pensando? -a olhou curioso.

-Lembra que te disse que sempre quis andar de barco? O que acha? -sugeriu sabendo que era loucura.

-Andar de barco? Hoje? Assim do nada? -perguntou surpreso. -Está enlouquecendo?

-É, é uma besteira mesmo, esquece...

-É uma loucura, mas eu não disse que não faríamos. -sorriu e ela o olhou com esperança. -Se você quer, nós vamos.

-Sério, meu amor? -ele assentiu. -Obrigada! Obrigada! -o encheu de beijos.

-A única coisa que me dá medo é que pelo seu estado talvez possa passar mal.

-Não vai acontecer nada, fique tranqüilo. –garantiu. –Vamos, por favor?

-O que eu não faço por você, né? -a beijou.

No mesmo instante Alfonso resolveu tudo necessário para o passeio. Pediu para que checassem o estado do barco e que todas as providências fossem tomadas para que o passeio fosse perfeito.

Ao meio dia chegaram ao porto onde o barco estava parado.

Aquilo era loucura? Sim, mas não negaria isso a ela. Passariam apenas três horas no barco, mas seriam às três horas mais lindas de suas vidas.

-Isso aqui é tão lindo, a vista é indescritível! –ela exclamou animada enquanto observava a paisagem da parte externa do barco.

-É mesmo. -a abraçou por trás. -Primeira vez que anda de barco, certo? -ela assentiu. -Então que bom que estou aqui com você. -a beijou carinhosamente na bochecha. -O que vamos fazer?

-Podemos ficar apenas observando a vista? -ela perguntou.

-Claro, meu amor.

E ficaram assim. Apoiados na grade em torno do barco observando o grande espetáculo natural. Os minutos se passaram, mas não estavam conscientes do tempo. Apenas queriam aproveitar o momento juntos, abraçados e apaixonados.

Um tempo depois se deitaram em espreguiçadeiras do lado externo a fim de tomar um pouco de sol.

-Já nem lembrava mais como era o sol de tanto que ficava dentro de casa. -ela disse.

-Não seja exagerada. -riu. Uma pausa foi feita antes que falasse novamente. -Amor, e o nosso futuro? -virou-se de lado para olhá-la nos olhos.

-O que tem? -perguntou o observando.

-A bebê vai nascer logo, vai continuar lá em casa? Digo por que agora somos uma família, entende?

-Eu não sei, não sei o que o futuro nos reserva. -suspirou. -Claro que somos uma família, mas tudo fica tão difícil por você ser quem é.

-Antes você era a que menos ligava para quem eu era e agora me diz isso...

-Tem razão. Mas é que talvez não poderíamos ser uma família, não uma família normal... Entende o que quero dizer?

-Dulce, nada vai atrapalhar nossas vidas, muito menos minha carreira. -a beijou. -Tomei uma decisão importante esses dias.

-Qual? -perguntou.

-Assim que nossa filha nascer vou tirar férias. Quero curtir esse momento ao seu lado, ao lado da minha filha. Não quero perder nenhum segundo. Vou ficar com vocês o tempo inteiro.

-Está falando sério? -sorriu, ele assentiu. -Você é o homem mais maravilhoso do mundo.

-E você é a mulher que mais me faz feliz. -a beijou novamente, um beijo delicado.

Depois de um tempo entraram para a parte interna do barco. Tudo era muito lindo e limpo. Parecia uma casa de verdade, uma casa sobre as águas.

Lá dentro havia uma refeição completa que ele tinha mandado prepararem. Sentaram-se em voltar da mesa e comeram o grande banquete enquanto conversavam mais sobre o futuro.

-Quero morar junto com você, como se fossemos casados. -ele disparou.

-Tem certeza disso? -ela perguntou aflita.

-Não há dúvidas. -sorriu. -Vai vender o apartamento?

-Eu... Eu não sei. -ficou calada durante um tempo. -Ele é importante pra mim. Foi algo que consegui com o meu próprio esforço, com o meu próprio dinheiro. Não posso me desfazer dele do nada.

-Eu lhe entendo, mas minha casa é do que precisamos. Ela é grande, tem pessoas ao nosso dispor. Nossa filha cresceria muito melhor ali.

-Não, ela cresceria melhor em um lugar sem tantos luxos. Uma casa grande pra poucas pessoas gera uma vida vazia. Não quero viver em um lugar vazio, cheio de silêncio e solidão. Quero uma casa pequena, o suficiente para abrigar três pessoas.

-Pensando assim você tem razão. Bom, falamos sobre isso depois.

-Depois?

-Depois do nascimento da bebê... É que estou pensando em outras coisas. Mas nada disso vem ao caso agora.

-Amor? -ele a olhou. -Me diz uma coisa? Mas com toda a sinceridade do mundo.

-O que?

-Tem algo que está me incomodando até agora... -esperou um tempo. -Por quê demorou tanto aquele dia no shopping? Estava com alguém, não estava? -lembrou-se de Marcela e a ligação. Aquilo estava a sufocando, precisava perguntar.

-Ainda isso, Dulce? -não acreditou no que havia escutado. -Eu estava sozinho e demorei porque o shopping estava cheio, é só isso.

-Hm... É que...

-Olha, não quero brigar com você. -a acariciou. -Acredite em mim, por favor. -pediu.

-Está bem. -mas seus pensamentos ainda estavam em Marcela, ele devia estar com ela. Não sabia o que fazer para superar a tristeza por pensar nisso.

Após a refeição foram se deitar e ficaram durante um bom tempo aproveitando um ao outro. O dia havia sido maravilhoso! Talvez o melhor de suas vidas!