Fanfic: El hechizo | Tema: Trendy / Dulce e Poncho

Capítulo 43

Chegaram em casa quando já estava escurecendo. Dulce estava com dor, eram contrações, sentia-se um pouco desconfortável, então tomou um banho e foi direto se deitar.

Alfonso ficou no andar de baixo. Escreveu uma carta aos fãs e a imprensa esclarecendo sua idéia de tirar férias.

"Olá!

Acredito que por ser uma pessoa pública tenho que dar explicações a todos vocês, imprensa e principalmente fãs.

O motivo pelo qual escrevi essa carta é que durante essa semana uma coisa muito importante acontecerá na minha vida, uma coisa que mudará tudo de um jeito avassalador: O nascimento da minha filha.

Esse é um momento único e muito especial pra mim. Será um momento que sem dúvidas me encherá de felicidade. Por isso quero aproveitar ao máximo.

Quero vê-la nascer e poder cuidar dela. Quero passar junto a ela todos esses primeiros momentos de sua longa vida, pois são momentos mais do que especiais.

Também quero estar junto a Dulce. Quero apoiá-la e cuidá-la como nunca cuidei.

Enfim, quero um tempo pra me dedicar cem por cento a minha nova família.

Entrarei em um período de férias, talvez um pouco longas, mas é claro que voltarei. Amo os palcos, amo o que faço e amo meus fãs e nunca deixaria nada disso.

Vocês são maravilhosos! Obrigado por tudo e me desejem sorte nessa nova fase.

Espero que me entendam.

Obrigado mais uma vez. Amo vocês!

Alfonso Herrera"

Terminou de escrever e releu a carta, estava boa. Em seguida a enviou para seu assessor, o mesmo se encarregaria de publicá-la.

Foi para o quarto e também tomou banho. Jantaram juntos e deitaram-se. Ainda não era tarde, mas já iriam dormir.

-A dor ainda está muito forte? Não quer ir ao médico? -ele perguntou.

-Não, com certeza ainda não deve ter dilatação. -garantiu. -Agora vamos dormir, sim?

-Está bem. -assentiu. -Já escrevi a carta dizendo sobre minhas férias.

-Que bom. Obrigada, amor. -o beijou rapidamente. -Boa noite.

-Boa noite, querida.

Estavam se acomodando para dormir quando o celular de Alfonso tocou. Ele o pegou e olhou a tela, era Marcela. Afim de não arrumar problemas com Dulce recusou a ligação.

-Quem era? -ela perguntou.

-Número desconhecido, deixa pra lá. -respondeu.

-Mesmo? -duvidou. -Deixa eu ver. -tentou pegar o celular dele.

-Não, não precisa. Vamos dormir, Dulce, estou cansado. -escondeu o celular.

-Está bem. -deu-se por vencida. Provavelmente era Marcela e ele estava escondendo isso dela.

Voltou a pensar no dia do shopping, na ligação de Marcela, e nisso... Uma angústia a atingiu. Será que ele estaria traindo-a? Tentou não pensar mais nisso. Virou-se para o lado e forçou-se a fechar os olhos e pegar no sono.

Cerca de cinco minutos se passaram desde então. O quarto estava silencioso, exceto pelo barulho da televisão. O silêncio de ambos foi quebrado quando a empregada, Rute, bateu na porta e entrou com cautela.

-Alfonso. -chamou. -Você tem visita.

-Essa hora? -a olhou. -Quem é?

-Acho melhor você mesmo ver. -evitou falar quem era na frente de Dulce. -Está esperando aqui na sala de cima.

-Rute, pode dizer quem é. -pediu. -Vamos, fale.

-É... Está bem. É a Marcela. -disse.

Foi como que automático. Assim que ouviu o nome, Dulce deu um pulo da cama, levantou-se como um foguete. Parecia até não estar grávida e incapaz, parecia ter a vitalidade de uma criança de dez anos.

-O que essa puta faz aqui? -berrou e foi correndo em direção a porta.

-Dulce! -Alfonso a seguiu com pressa. Sabia do que ela seria capaz, tinha que impedi-la.

Dulce foi até a sala rapidamente. Estava vermelha de raiva. Quando chegou onde Marcela estava perguntou com calma, pelo menos era o que mostrava:

-Posso saber o que está fazendo aqui? -sua voz era dura.

-Poncho! -não deu a mínima para Dulce, passou por ela como se não existisse e foi em direção a Alfonso que estava atrás da mesma. O abraçou de um jeito provocante e carinhoso.

-Oi. -ele respondeu seco, estava sem graça por Dulce ver aquela cena. Quase não apertou Marcela, não correspondendo o abraço.

Dulce estava paralisada. Não acreditava no que via. Como Marcela tinha coragem? Apesar de estar quieta por fora, por dentro seu sangue fervia, seu coração estava acelerado como se fosse sair pela boca.

-O que quer aqui? -Dulce perguntou já mostrando irritação.

-Assunto nosso. -Marcela a olhou de uma forma debochada. -Precisamos terminar o que falamos no shopping. -disse a Alfonso, fazia aquilo de propósito.

- Shopping? -tudo estava confirmado, ele estava com Marcela naquele dia.

-Marcela, acho melhor ir embora, não é um bom momento... -ele se pronunciou.

-Então estava com ela? -Dulce perguntou a ele. Seus olhos já se enchiam de lágrimas.

-Não, eu... -não sabia o que dizer.

-Ela não sabia? -Marcela se fez de desentendida.

-Bem que eu desconfiei... -Dulce o olhou com raiva.

-Pelo visto não sabe o que seu namorado faz por ai. Pensei que contassem tudo um ao outro. -Marcela soltou.

-Vai embora daqui! -Dulce gritou. Agora tremia de nervoso, estava vermelha, sua pele queimava de ódio de ambos. -Sai!

-Calma, Dulce... –Marcela se fez de boazinha.

-Marcela, vai embora, por favor. -pediu Alfonso.

-Você mentiu pra mim. -Dulce gritou enquanto chorava, dizia isso a Alfonso.

-Não, é que... -fez uma pausa. -Rute. -chamou a empregada que apareceu no mesmo instante. -Leve a Marcela embora.

-Tchauzinho. -Marcela sorriu indo e direção a escada com Rute, iria embora sem resistência. Afinal, já havia causado danos.

-Dulce, eu não te disse por quê... -ele iria se explicar.

-Você estava com ela. Preferiu ela do que eu.

-Não é isso, nos encontramos sem querer e... E ai saímos pra comer. -explicou.

-Vocês almoçaram juntos? -perguntou sem acreditar. -Eu não creio nisso, Alfonso! Estava com ela! Me fez de idiota!

-Meu amor, se acalme. Vai fazer mal ao bebê. -tentou fazer com que ela ficasse melhor.

-Me solta! -se afastou bruscamente. -Você é um mentiroso!

-Dulce, para com isso, por favor. -pediu tentando controlá-la.

Ela deu um último grito. Estava nervosa, histérica. Foi nesse último grito, no último surto que sentiu o líquido escorrendo por suas pernas. Olhou para baixo e assustou-se.

Alfonso entendeu o que acontecia na mesma hora e se desesperou. Ambos entraram em pânico. A bolsa havia estourado.

Ele a pegou no colo rapidamente enquanto ela gritava desesperada. Agora não eram mais gritos de raiva e sim de dor, uma dor física, uma dor que a queimava por dentro. As contrações estavam mais intensas, insuportáveis, talvez estivesse nascendo.