Fanfic: El hechizo | Tema: Trendy / Dulce e Poncho

Capítulo 7

Os dias passaram, um de cada vez, mas sempre rápidos. Nenhum deu o braço a torcer e procurou o outro.

Ele permanecia extremamente zangado, estava sentido, a pior sensação do mundo para ele era não ter a confiança de quem amava. Ou melhor, quem ele amava não acreditava em seus sentimentos.

Dulce também não estava nada bem. Sua desconfiança estava matando-a. Não conseguia acreditar nele, sabia qual seria o final se se apegasse mais do que já estava, iria sofrer, ficar sozinha, enquanto ele estaria com outras.

Apesar de maravilhosa, aquela noite havia sido o maior erro de ambos.

Notas na imprensa saíam a todo o momento falando sobre a nova conquista de Alfonso Herrera. Os ataques em redes sociais estavam aumentando. Aquilo só podia ser um pesadelo. E se o pesadelo não tivesse fim, ela iria enlouquecer.

Em uma manhã de sábado, quando voltava da academia, passou na portaria do prédio para pegar o jornal diário.

-Bom dia, dona Dulce! -o porteiro como sempre muito simpático.

-Bom dia! -sorriu. -Será que sobrou um jornal ai?

-Claro, é o último. -entregou a ela o exemplar. -Mas por quê? A senhorita nunca vem aqui pegar o jornal.

-Ah é que eu preciso ver a sessão imobiliária.

-Vai vender aqui e se mudar?

-Quem sabe. -sorriu. -Tenho que ir, obrigada.

Sentou-se no sofá e abriu o jornal. Folheou as páginas a procura da sessão imobiliária, mas logo parou quando leu a grande manchete:

 "Dulce Maria dorme com Alfonso Herrera.

De acordo com uma fonte próxima, a ruiva passou a noite de sexta feira passada com o ator... A fonte ainda garantiu que ela saiu furiosa da residência de luxo."

Desmaiar seria sua melhor opção? Era o que queria nesse momento, mas não. Antes tinha algo para resolver. "Uma fonte próxima", o que aquele babaca estava pensando? Achava que ela era idiota?

...

Estacionou seu carro na frente da casa dele. O portão estava aberto, mas um segurança já a esperava no quintal. Não deu a mínima ao capanga e entrou aos berros na casa, procuraria Alfonso onde ele estivesse, falaria com ele.

Subiu as escadas enquanto dois empregados a seguiam, talvez querendo impedi-la. Entrou no quarto do ator. Estava uma baderna, como na manhã em que havia acontecido tudo.

-Onde ele está? -perguntou a um dos empregados.

-A senhorita precisa se acalmar. Ele já está chegando. Não quer esperar lá embaixo? -ofereceu gentilmente a empregada.

-Não, vou esperar aqui e diga pra ele se apressar, não tenho todo o dia. -sentou-se na cama.

-Não pode ficar aqui, ninguém pode entrar aqui sem a autorização do Alfonso.

-Não me interessa.

-O que está acontecendo aqui? -perguntou Alfonso enquanto entrava no quarto. Ao ver Dulce em sua cama lembrou-se de tudo e por um momento aquela imagem congelou, para ambos.

-A senhorita insistiu em ficar aqui, tentei dizer para esperar na sala, mas... -explicou-se a empregada.

-Tudo bem, Rute. -tentou acalmá-la. -Nos deixem sozinhos.

No mesmo instante todos saíram do quarto, a porta se fechou e eles se encararam.

-E então? -perguntou ele.

-Isso. -tirou a folha de jornal da bolsa e jogou na direção dele.

-Isso... -abaixou-se para pegar o pedaço do jornal. -O que tem isso? -questionou após ler a manchete. -Queria dormir comigo, mas não queria que ninguém soubesse?

-Quando saí daqui me certifiquei de que não havia paparazzi algum na rua, e não tinha. Essa tal "fonte próxima" só pode ser uma pessoa.

-Você não está pensando que eu...? Por que eu faria isso?

-Pra mostrar a todos como fui idiota. Pra se exibir como sempre, dizer que mais uma caiu na lábia do Alfonso Herrera.

-Ah Dulce, me poupe né? Você está paranóica, isso é ridículo.

-Olha aqui, se foi você é bom que de um jeito de concertar, caso contrário vai pagar muito caro. -ia caminhando em direção a ele com um jeito ameaçador.

-Juro que não fui eu. Acredite em mim uma vez sequer, por favor.

-Por que eu faria isso? Quando a pessoa falha uma vez, pode falhar outras mais.

-Eu nunca falhei, não diretamente com você. -um silêncio tomou conta do local. -Ou falhei?

-Não, comigo não, mas...

-Sério que quer viver assim pra sempre? Desconfiando das pessoas. Isso faz mal sabia?

-Eu tenho medo, não quero me decepcionar.

-Ninguém quer, mas faz parte da vida. A decepção nos faz mais forte, nos faz crescer. Não pode viver com medo, não pode viver fechada. Se arrisque. Pode até não dar certo, mas e se der?

-Você tem razão... –pensou um momento. -Me desculpa, de verdade.

-E a gente? Tá pronta pra se arriscar? -tentou conter seu sorriso. -Eu gosto de você, gosto de verdade. E ai? Pronta?

-Acho que sim. -respondeu sem muita certeza.

-Acha? -arqueou a sobrancelha.

-Está bem, estou pronta. -sorriu.

-Falta só uma coisa. -aproximou-se dela.

-O que?

-Quer namorar comigo? -a envolveu em seus braços e a olhou diretamente nos olhos.

-Preciso mesmo responder?

O beijo foi terno. Envolvia arrependimento, saudade, necessidade, alegria e uma nova etapa para ambos.