Fanfic: Quem nunca amou que atire a primeira pedra #

Ela insistiu para que fossemos em seu carro, apesar de não perceber qual diferença faria se fossemos no meu.

Ela estacionou em frente á casa noturna com um imenso e chamativo letreiro ‘Into the groove’.

Já havia ouvido falar, e sim, era uma das mais famosas e luxuosas boates de Los Angeles e pela grande movimentação a festa deveria estar bombando.

Sentia-me terrivelmente estranho em meio aquela multidão de pessoas amontoadas dançando e bebendo como se fosse o ultimo dia de suas vidas.

— Até que enfim chegou barbie! — Eu me arrepiei ao sentir o hálito quente roçar minha nuca. Subitamente eu me virei, ficando cara á cara com a dona daquela linda voz... Confesso que ao mesmo tempo em que me surpreendi, gostei do nosso inesperado reencontro.

Estava magnífica no fino vestido vermelho que delineava suas curvas e entrava em contraste perfeito com sua pele que aparentava ser tão... Delicada. Só agora percebi que sequer sabia seu nome e... Céus, não havia notado o quão intenso era o brilho de seus olhos amendoados.

Anahí: Duda! — Elas se abraçaram. — Perdão pela demora, é que meu irmãozinho parece uma moça quando vai se vestir! — Ela me olhou irônica e eu inconsciente passei as mãos sobre meu cabelo desalinhado, sempre fazia isso quando estava desconcertado e Annie sabia bem disso. Mania estúpida!

Hei... ela disse Duda? Então esse era o nome da garota?

Dulce: Então você é Christopher Uckermann? — Ela se virou séria á me fitar, o forte rubor tomou minhas bochechas. Quem havia de imaginar que a dona do cachorro que eu havia atropelado era a melhor amiga da minha irmã?

Christopher: E você é a tal ‘Duda’? — Gesticulei.

Anahí: Me perdi agora! Vocês já se conhecem? — Ela revezava seu olhar confuso entre eu e a bela ruiva.

Dulce: Seu irmãozinho foi o causador da morte do Guido! — Sua voz embargou. Agora mais do que nunca fiquei confuso, como ela podia ter feito uma festa quando seu cachorro havia morrido? Se ele fosse tão importante pra ela como aparentava, com certeza ficaria em casa chorando. Anahí me olhou perplexa e eu sabia bem o que vinha pela frente.

Anahí: Não creio Christopher! Você matou um cachorro? — Ela cuspiu as palavras. Senti que á qualquer momento ela iria quebrar a taça de champagne importado em minha cabeça.

Christopher: Não foi bem assim! Foi um acidente, poderia ter sido qualquer um!  — Eu me apressei em explicar. Iríamos iniciar uma longa discussão no meio dessa mistura insuportável de álcool, musica ensurdecedora e jovens dançando.

— Narri!  — O cara de sorriso engraçado e cabelos roxos chamou, abraçando-a sufocante. Salvo pelo Gongo!

Anahí: Christian, mi amor! — Ela sorriu e beijou-lhe a bochecha.

Christian: Como está barbie?

Anahí: Estou maravilhosamente bem e você? Onde está Poncho?

Christian: Ele estava te procurando á alguns minutos atrás... Mas relaxe, se você ver um cara deitado sobre o balcão do bar, é ele!

Anahí: Está tão bêbado assim? — Ela fez uma careta. Eu e a tal Duda estávamos em silencio observando os dois conversarem como se estivessem sozinhos. Ela forçou a garganta, fazendo um som desconhecido, eu particularmente preferiria que ela permanecesse calada, assim evitaria que Anahí tivesse me dado aquele olhar. — Oh, esse é meu irmão Christopher Uckermann! — Eu e ele trocamos um aperto de mão amigável.

Dulce: Por que vocês dois adoram me deixar de fora da conversa? — Ela expôs o lábio, formando um pequeno beicinho.

Anahí: Desculpe Duda! E Christopher, não se mova daqui! Tenho que procurar aquele bêbado irresponsável! — Ela apontou o dedo em minha direção e saiu puxando a mão do garoto.

Eu me sentia estúpido, estávamos parados um ao lado do outro, ninguém falava, apenas dávamos pequenas goladas em nossas taças.

A situação era constrangedora, até que ela resolveu sair andando. Não sabia o que fazer, só não queria ficar ali sozinho. Segui-a até o lado de fora da boate, onde ela se sentou na calçada e abaixou a cabeça.

Dulce: O que você quer? — Ela indagou com o olhar perdido quando me viu sentar ao seu lado.

Christopher: Nada! Será que não posso mais sentar na calçada?

Dulce: Não quando eu estou nela! — O céu estava escuro, sem sinais de estrelas. A pouca neve que ainda cobria a estrada já estava desaparecendo aos poucos. Enfim, o fim do inverno!

Eu não sabia o que dizer, afinal qualquer coisa que fosse dita, ela iria revidar de forma fria.

Christopher: Perdão! — Minha voz não passou de um sussurro.

Dulce: O que você disse? — Ela me olhou surpresa. Era tão surpreendente que eu pedisse desculpa?

Christopher: Por hoje de manhã... me perdoe! Reconheço meu erro! — Apoiei minha cabeça em minhas mãos.