Fanfics Brasil - Alguém já ouviu falar na Krósvia? Simplesmente Nós (Vondy) *--*

Fanfic: Simplesmente Nós (Vondy) *--* | Tema: Rebelde (Vondy)


Capítulo: Alguém já ouviu falar na Krósvia?

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Os dias seguintes à minha chegada foram de reconhecimento de terreno. Ou seja, fui levada de
um lado para o outro por Irina, mas meio clandestinamente. Por mais que Fernando não tivesse
divulgado oficialmente a minha existência, ele temia por minha segurança. Isso era muito
engraçado porque, até então, a única preocupação de minha mãe tinha sido garantir que eu
chegasse em casa todos os dias com a cabeça bem grudada no pescoço e todos os meus fios de
cabelo no lugar.
O que Fernando não queria era que eu sofresse o assédio da imprensa antes da hora e não
pudesse curtir anonimamente meu novo país. Palavras dele. Meu pai também queria evitar que
a notícia se espalhasse pelo Brasil e se tornasse assunto das revistas de fofoca.
Sendo assim, para que as coisas acontecessem do jeito certo, Fernando estava planejando
um evento de apresentação de sua filha — ou seja, euzinha — ao povo da Krósvia. Nesse dia,
ele faria um comunicado oficial e divulgaria ao mundo que tinha uma herdeira legítima.
Quando ele me contou tudo isso, comecei a rir. Fiquei me lembrando de um livro que li
sobre uma princesa americana recém-descoberta. Eu estava vivendo algo bem parecido, com a
exceção dos cabelos indomáveis. Isso eu não tenho, graças a Deus.
Bem, passei dias andando com Irina para todos os cantos de Perla e me deslumbrando
com a beleza da cidade. Havia tantas praças e todas eram tão bem cuidadas e floridas! Não vi
lixo espalhado nem bancos estragados. As crianças brincavam — livres e seguras — nos
parquinhos.
E as flores! Era tanta variedade, tanta cor que fiquei sem fala. Aliás, parecia que Perla
nascera para ser florida. Cada casinha tinha um canteiro na frente, fosse no chão ou nas
sacadas. Tudo muito caprichado, como se as pessoas tivessem orgulho de viver naquele
pedaço do mundo.
Irina disse que sou engraçada. Normalmente os turistas se encantavam pelos palácios,
pelos monumentos históricos, pela arquitetura eclética... e eu lá, babando na natureza e nas
casas das pessoas comuns.
Não é bem assim. Também gosto das construções. Pelo amor de Deus, nasci em Minas
Gerais! Sou fã de Ouro Preto. Adoro antiguidades. E Perla tinha um monte delas. Mas não
dava para ignorar quão generosa a natureza foi com a Krósvia ao dar ao país um clima agradável, propício a tudo, além de um litoral digno de catálogos turísticos. Paradisíaco.
Sem brincadeira. Ao afundar meus pés naquelas areias brancas e finas, fiquei imaginando
uma cena idílica com Douglas e eu como protagonistas. Minhas bochechas chegaram a queimar.
Não vou descrever o que passou por minha cabeça. Só sei que foi bom e desejei muito que as
imagens passassem a ser reais. Ai, ai.
Outra marca registrada de Perla eram os cafés. Assim como eu imaginava que seria em
Paris, havia um em cada esquina, todos cheios de turistas, homens e mulheres de negócios,
estudantes, boêmios. Claro que fui conferir dia após dia se eles eram tão bons quanto
aparentavam e, como cafezeira de primeira, atesto que foram mais do que aprovados.
Devo registrar que a energia de Irina não tinha fim. Quando pensei que já tinha visto tudo,
conhecido todos os lugares, ouvido todas as histórias, ela me apareceu com mais um roteiro.
— Vamos seguir hoje a trilha da moda e do consumismo.
Eu chegara à Krósvia com uma pequena reserva financeira, conquistada com meu
irrisório salário de estagiária, mais a mesada que recebia de minha mãe para não ter que ficar
pedindo dinheiro toda hora. Mas nem bem tinha respirado os ares europeus e Fernando
aparecera com um sorriso nos lábios e um cartão de crédito nas mãos. Não adiantou
argumentar, dizer que não precisava, que ficaria bem com o que trouxera e coisa e tal. Ele
enfiou o cartão em meu bolso e ordenou: Use sem moderação.
Nunca tivemos problemas econômicos, digo, minha mãe e eu. O trabalho dela é bem
remunerado e vivemos com certo conforto. Mas eu jamais ouvira essa frase em toda a minha
vida. Mamãe sempre regrou tudo. Primeiro, porque a gente não nadava em dinheiro. Segundo,
bem, por motivos óbvios. Todo mundo sabe que não se pode dar a uma criança ou a um
adolescente tudo o que eles querem.
Aí aparece o meu pai e me diz uma coisa dessas, ainda por cima sorrindo. Inacreditável.
Se eu ainda fosse pequena, ele poderia estragar minha educação. Que bom que já estava bem
crescidinha...
Então, por excesso de responsabilidade — e pela boa educação que recebi de dona
Blanca —, insisti que não queria cartão de crédito nenhum e que nem era tão consumista assim.
Essa característica era forte em minha mãe e em vovó, mas eu sempre fui básica, como todos
bem sabem.
Fernando virou as costas e me deixou com cara de tacho. E o cartão na mão.
Só por isso, Irina inventou de me levar às compras. Fala sério. Ela disse que eu
precisava de roupas novas. E sapatos. E bolsas. E maquiagem. Então eu fui, fazer o quê?
Sem que eu me desse conta disso, já estava enfiada num mega shopping, gastando feito
louca, comprando coisas que eu nem sonhava ter.


Por sorte, as atendentes das lojas falavam inglês (o país estava bem preparado para o
turismo) e não houve o menor problema de comunicação. Elas ficavam empolgadas quando
Irina contava que eu era brasileira e faziam um monte de perguntas, a maioria do tipo: Você
usa biquíni fio-dental? Ninguém merece.
Acabei comprando três calças jeans — uma de cintura baixa e justinha, outra básica e
uma de estilo masculino, meio larga no bumbum, da Dolce & Gabanna, pode? —, cinco
vestidos básicos, dois vestidos de festa, sete blusas, um casaco de lã e um blazer. Ah! E um
lenço também. E um par de luvas de couro vermelhas.
Tá bom. Para quem se diz não consumista, exagerei nas compras. Mas era tudo tão lindo,
e eu agora tinha tanto dinheiro...
Apaixonei-me pelos sapatos italianos Manolo Blahnik, dos quais eu só tinha ouvido falar
nos livros de Meg Cabot e Sophie Kinsella, e acabei levando três pares exclusivíssimos e
carésimos: uma bota preta de bico fino, cano alto e salto agulha, um “meia pata” rosa-choque,
furado na ponta para deixar os dois primeiros dedos do pé à mostra, e uma sandália de festa
creme. De outra butique, levei ainda uma bolsa de couro verde-escura e uma rasteirinha com
as tiras bordadas com pedras douradas.
Consumida pela euforia, acabei renovando minha gaveta de lingeries, dando-me de
presente alguns conjuntos de renda bem sexies da Victoria’s Secret, para uma emergência. Vai
saber? Não que eu esteja planejando algo... Ou talvez esteja, sei lá! Pelo menos, foi o que
fiquei repetindo para mim ao pagar as calcinhas e os sutiãs novos, embora, só de pensar na
possibilidade de concretizar minhas fantasias na areia da praia, sentisse a barriga gelar.
Cheia de sacolas nos braços, um sorriso de prazer na face e um rombo na conta bancária
— de meu pai —, avistei um salão de beleza e decidi que precisava fazer as unhas. Sou básica
— ou era? —, mas não sei ficar com as unhas por fazer.
Graças a Deus, havia uma manicure no salão e ela estava com tempo para me atender.
Irina aproveitou a oportunidade para trocar a cor do esmalte.
Sentei-me diante da moça e estendi as mãos para ela, que pegou uma lixa e começou a
aparar minhas unhas.
Notei que não havia nenhum sinal de alicates e removedores de cutículas. Como, por
Deus, a manicure pretendia dar um trato legal nas minhas unhas sem um bom e afiado alicate?
Quando a manicure, depois de guardar a lixa, retirou uma base da gaveta e quis saber
qual cor eu gostaria de passar, puxei rapidamente as mãos e perguntei, incrédula:
— Você não vai colocar minhas mãos de molho para tirar as cutículas?
— As cutículas? Tirá-las? Como assim? Posso empurrá-las, se fizer questão.
De queixo caído, balancei a cabeça energicamente. Não dá para fazer as unhas semeliminar as cutículas! A beleza do negócio está na eliminação das benditas cutículas. Todo
mundo sabe disso, não sabe?
Remexendo a bolsa, encontrei o saquinho de chita onde guardava os apetrechos que
levava para minha manicure de Belo Horizonte quando ia arrumar as mãos e os pés.
— Olha — comecei, paciente —, eu não sou manicure, mas posso lhe dar umas dicas.
Porque não dá para ficar com as unhas bonitas e nenhum esmalte as realça se as cutículas
continuarem aqui.
— Senhorita, eu realmente...
— Veja bem, hã, Virna — li o nome da moça em seu crachá. — Você consegue um par de
luvas de plástico com a cabeleireira?
Virna se limitou a balançar a cabeça, mas se moveu em busca das luvas.
— Muito bem — disse eu em tom professoral. — Agora, a gente borrifa um pouco de
água dentro de uma delas primeiro. Pode colocar uma pequena dose de creme hidratante
também. Depois, é só calçá-la em uma das mãos. Enquanto lixa as unhas da outra mão, a água
e o creme vão amaciar as cutículas desta e daí você poderá cortá-las com o alicate. Assim. Dê
aqui sua mão.
Sem nem perceber o que estava fazendo, executei todas as etapas relatadas para Virna na
própria Virna, sob os olhares atentos e incrédulos das clientes e funcionárias do salão. Sem
contar a boca escancarada de Irina, que devia estar a ponto de me arrancar dali e me prender
dentro do castelo. Seu olhar dizia o que ela pensava: O rei vai me matar! Estou expondo a
filhinha dele!
A manicure ficou muda. Mesmo não tendo destreza para fazer uma unha com perfeição,
consegui demonstrar à moça como deveria ficar uma mão bem-feita. Recebi aplausos
entusiasmados assim que terminei.
— Nos pés, você pode usar sacos plásticos — finalizei a lição. — E agora? Vai fazer
minhas unhas direito?
Virna concordou e tratou de aplicar as técnicas recém-aprendidas. Tudo bem. Admito
que não ficou uma maravilha, mas já era um começo. E, como já estava em um salão de beleza
mesmo, lavei e sequei os cabelos.
Ao me olhar no espelho, senti-me renovada. Com o guarda-roupa reestruturado, as unhas
feitas e o cabelo limpo e brilhante, estava pronta para encarar essa vida diferente e mágica
que caíra de paraquedas sobre minha cabeça.



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Autor(a): Nobody's Perfect :)

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Tudo lindo... até eu chegar em casa. Irina e eu entramos no castelo pela entrada secundária,destinada aos funcionários e moradores por ser mais curta e de acesso mais fácil.A essa altura, ou seja, quando eu já estava havia quase duas semanas na Krósvia, todomundo no palácio sabia quem eu era e conhecia meus hábitos &mda ...


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Comentários do Capítulo:

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  • stellabarcelos Postado em 24/01/2016 - 13:42:18

    Aí que história linda! Amei do início ao fim!

  • cavondy Postado em 08/12/2014 - 01:37:05

    Posta mais!!!

  • candyvondy2 Postado em 24/11/2014 - 17:07:22

    Aiiii mds do céu q isso coitada da dul mais eu tenho certeza q o cão do nome de cachorro ta no meio e meu bebe ta safrendo por causa disso Há mais se eu pego essa Laika eu sou capaz te matar

  • nobodys_perfect Postado em 24/11/2014 - 15:07:09

    candyvondy2 :Rsrs" que bom vc tb está acompanhando *--* sra. fantasma hahaha " .. eu tbm não gosto do ser canino kkk " , quando eu li esse livro cada página que ela entrava eu a matava mentalmente haha " postei mais alguns caps , espero que goste !! bjs :*

  • candyvondy2 Postado em 24/11/2014 - 14:30:03

    Oii leitora n tão nova mais fantasma kkkkk aii como eu amo sua fic eu amo o casal vondy,tenho um ódio mortal pelo nome de cachorro e amo sua fic kkkl Posta mais plixxx

  • day326 Postado em 07/11/2014 - 00:33:03

    Moça adoro sua fic to da vez que eu leio o nome laika me lembro de um canik kkkkkk #pegacachorrinha AHUSHSUSHSUS ahh esses últimos capitulos nao ta aparecendo o site deu bug denovo ;( mas continua postando #melhorasplease

  • nobodys_perfect Postado em 30/10/2014 - 23:08:32

    Eu vou postar mais sim :) e obrigado por acompanhar e me avisar que não estão aparecendo os caps :/ .. vou respostá-lo pra vcs .. o site está com esse problema chato ás vezes :P .. maaas vou postar mt hj rsrs *-*

  • day326 Postado em 30/10/2014 - 13:59:15

    Gostei muito dos capitulos, mas os demais nao estao aparecendo ://, posta mais :))

  • day326 Postado em 16/10/2014 - 02:34:18

    Oi ;) muito boa e engraçada dou muita risada com sua fic... continua ??

  • nobodys_perfect Postado em 15/10/2014 - 20:22:38

    Mais uma leitora *--* !! Continuaando ... <3


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