Fanfic: Simplesmente Nós (Vondy) *--* | Tema: Rebelde (Vondy)
PAM !!
Pulei da cama com o coração disparado. Estava no meio de meu sonho recorrente quando
ouvi o barulho. Por um instante, pensei que estivesse em meu velho quarto em Belo Horizonte
e a faxineira, com toda a sua delicadeza, estivesse dando uma geral no apartamento.
Mas não era nada disso. Foi só abrir os olhos para dar de cara com uma realidade muito
mais assustadora. De pé, diante de mim, Christopher exibia toda a sua gostosura.
Puxei o lençol até o pescoço, desejando cobrir também o rosto. Afinal, experiências
anteriores comprovavam que eu não era nada atraente ao acordar.
Quis perguntar o que ele estava fazendo ali, mas Chris foi mais rápido.
— Eu disse que te pegaria às oito. Você não honra seus compromissos?
Encarei-o com os olhos pesados de sono, estupefata. Gente, estava para nascer um sujeito
mais autoconfiante e sem noção. Como ele tinha coragem de invadir meu quarto e praticamente
me agredir verbalmente? E se eu dormisse pelada ou estivesse toda aconchegada num ursinho
de pelúcia? Não que eu tenha um. Quero dizer, tenho, mas não durmo com ele. Não mais.
Puxei meu celular da mesinha de cabeceira e constatei que passava das nove da manhã.
Ainda bastante cedo para quem estava de férias.
Alexander saiu andando pelo quarto, puxando as cortinas e abrindo as janelas, como se
fosse o dono do pedaço. Quanto a mim, não tinha conseguido recuperar minha voz ainda e só
ficava olhando para ele, esperando acordar do que parecia ser um pesadelo.
— Vamos lá! Saia dessa cama! Mexa-se! Vou estar aqui na sacada. Tem cinco minutos
O pior foi que eu obedeci. Sentindo-me como um soldado acatando as ordens de um
general autoritário, corri até o banheiro só para quase desmaiar assim que vi minha imagem no
espelho. SOCORRO! Ajeitei-
-me como pude e, no closet, coloquei a primeira roupa que vi. Acho que cumpri o tempo que
Chris me dera, pois, quando o encontrei na sacada, ele abriu um sorriso desconhecido até
então. Parecia verdadeiro.
— Agora, você pode me dizer por que entrou no meu quarto daquele jeito? — questionei,voltando a falar de repente. — No meu país, isso se chama invasão de privacidade.
Ainda sorrindo, porém com um novo tom — mais crítico —, ele retrucou:
— Aqui, chama-se cobrar uma promessa.
— Eu não prometi nada a você — disse, cruzando os braços no peito.
— Não conhece o ditado “quem cala consente”?
Nossos olhares se cruzaram e deixamos que ficassem assim por um momento, como se
tivéssemos disputando um jogo: quem desvia primeiro? Claro que perdi.
Apoiei-me na mureta da sacada e deixei a beleza da paisagem acalmar meus nervos. Eu
tinha, de meu quarto, a vista mais esplêndida do mundo: o oceano azul, a areia branca e fina,
as ondas em seu vaivém ritmado, montanhas ao fundo e pássaros marinhos sobrevoando tudo.
Quando eles se cansavam da luta pela conquista de um peixe, pousavam nas rochas que
contornavam o lado esquerdo da praia. Magnífico.
Acho que Christopher percebeu meu encantamento, pois também se recostou na mureta,
bem a meu lado, mas ficou em silêncio.
— O que é aquilo? — perguntei, apontando para uma pequena ilha a quilômetros da
costa.
— É a Ilha de Catarina — respondeu ele, acompanhando a direção de meu dedo
indicador.
— Tão pequena...
— Sim. E é justamente por ser pequena, distante, mas ao alcance da vista, que se tornou a
Ilha de Catarina.
— Como assim? — Virei-me para Christopher, esperando uma história. Entre tantas
qualidades, também sou curiosa. Hehe.
Chris suspirou, concentrando-se. Então, começou:
— Em 1925, o avô do seu pai, Miroslav Markov, casou-se com a filha de um nobre
russo, chamada Catarina Sorvinski. Ele já tinha sido proclamado rei da Krósvia e o
parlamento estava fazendo a maior pressão para que ele se casasse. Você sabe, naquela época
um rei sem rainha não tinha muita credibilidade, e Miroslav não possuía uma imagem muito
positiva perante o povo. Ele era muito mulherengo.
Revirei os olhos, como se aquilo fosse uma grande novidade. Junte as palavras HOMEM
+ PODER e o resultado será LUXÚRIA. Fiquei com vontade de dizer isso em voz alta, mas
me contive para não estragar a história.
— Catarina era jovem, rica e linda — Chris continuou. — O que mais Miroslav poderiaquerer? O pai dela ficou exultante quando seu tataravô pediu a mão de Catarina. Afinal, ele
era um imperador. Mas Catarina pouco conhecia Miroslav e não queria se casar, pois não
simpatizava com ele.
— Por que não? — indaguei. — O que ela sabia sobre ele?
Christopher respondeu sem tirar os olhos da ilha:
— Sabia tudo. Sabia sobre as amantes e sobre as viagens secretas para a Itália, onde era
frequentador de um dos prostíbulos mais famosos da época. E o pai de Catarina também sabia,
mas achava esse comportamento normal. Coisa de homem. E, como não cabia às mulheres
escolher o marido, Miroslav e Catarina se casaram. Ela tinha acabado de completar 19 anos.
— Coitadinha... — murmurei, de repente sentindo uma empatia enorme com minha
antepassada.
— Pois é. E ela sabia que não seria fácil, mas foi pior. Ele não a tratava com carinho e
ainda trazia as amantes para o castelo.
Cobri a boca aberta com a mão. Quanta humilhação e submissão!
— E entre quatro paredes, bom... — Christopher parecia tímido agora. — Dizem que
Miroslav não era dos mais gentis.
— Meu Deus! Como Catarina aguentou viver assim?
— Bom, ela acabou conhecendo uma pessoa, um homem que a fazia esquecer os
sofrimentos.
— Um amante?! — perplexa, olhei outra vez para a ilha. Que vida agitada tivera aquela
pobre mulher, minha bisavó!
— Sim. Era um dos empregados do castelo, mas não sei bem o que ele fazia. Os dois se
encontravam escondidos e logo começaram a levantar suspeitas. Até que um dia seu bisavô
descobriu tudo e acabou com a festa deles, se é que você me entende
— Como assim?
— Fácil adivinhar, não?
— Ele os matou?! — a frase soou mais como uma afirmação do que como uma pergunta.
Christopher balançou a cabeça.
— Mandou matar, mas só o homem.
— Oh... — Meus olhos se encheram de lágrimas e foi inútil tentar segurá-las. Gotas
grossas começaram a descer silenciosas por minhas bochechas.
— Para Catarina, o castigo maior era continuar a viver sem o amado. Com toda a sua maldade, Miroslav mandou construir um chalé na ilha e a levou para lá. Nunca mais Catarina
colocou os pés deste lado do mar. Morreu sozinha e infeliz poucos anos depois.
— Anos? Ela ficou presa lá por anos? Meu Deus do céu! Quanta crueldade!
Limpei as lágrimas com as costas das mãos e fiquei de frente para Chris , deixando as
palavras daquela história trágica assentarem em meu cérebro. Ele também me olhou e não
estava nem um pouco indiferente a tudo. Recontar a história pareceu mexer com seus
sentimentos.
— Meu bisavô era um monstro — murmurei. — Como Catarina sobreviveu na ilha?
— Todos os dias, uma empregada ia até lá de barco. Levava comida, livros, contava
histórias, falava do filho que ficou para trás e voltava chorando de pena de Catarina. Seu avô,
o príncipe Viktor, era pequeno e não entendia o que havia acontecido com a mãe. Quando
soube a verdade, já era tarde.
— Nossa! — foi tudo o que consegui pronunciar.
— É isso. E está tudo nos livros de história que as crianças leem na escola. Todo mundo
por aqui conhece a tragédia dos Markovs, que foi, de certa forma, compensada mais tarde pela
bondade do rei Viktor e do filho dele, seu pai.
Assenti, sem saber ao certo com que concordava. Não conseguia despregar os olhos da
ilha. Definitivamente, as pessoas não foram ficando mais maldosas ao longo dos anos. Elas
sempre foram
Autor(a): Nobody's Perfect :)
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Depois da sessão recordações dolorosas na varanda de meu quarto, tratei de tirar Christopherde lá, pois o clima ficou meio esquisito, como se tivéssemos transposto uma barreira, mas nãosoubéssemos como lidar com o novo território compartilhado.Eu praticamente o escorracei porta afora e ele ficou resmungando umas frasesi ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 12
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stellabarcelos Postado em 24/01/2016 - 13:42:18
Aí que história linda! Amei do início ao fim!
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cavondy Postado em 08/12/2014 - 01:37:05
Posta mais!!!
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candyvondy2 Postado em 24/11/2014 - 17:07:22
Aiiii mds do céu q isso coitada da dul mais eu tenho certeza q o cão do nome de cachorro ta no meio e meu bebe ta safrendo por causa disso Há mais se eu pego essa Laika eu sou capaz te matar
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nobodys_perfect Postado em 24/11/2014 - 15:07:09
candyvondy2 :Rsrs" que bom vc tb está acompanhando *--* sra. fantasma hahaha " .. eu tbm não gosto do ser canino kkk " , quando eu li esse livro cada página que ela entrava eu a matava mentalmente haha " postei mais alguns caps , espero que goste !! bjs :*
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candyvondy2 Postado em 24/11/2014 - 14:30:03
Oii leitora n tão nova mais fantasma kkkkk aii como eu amo sua fic eu amo o casal vondy,tenho um ódio mortal pelo nome de cachorro e amo sua fic kkkl Posta mais plixxx
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day326 Postado em 07/11/2014 - 00:33:03
Moça adoro sua fic to da vez que eu leio o nome laika me lembro de um canik kkkkkk #pegacachorrinha AHUSHSUSHSUS ahh esses últimos capitulos nao ta aparecendo o site deu bug denovo ;( mas continua postando #melhorasplease
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nobodys_perfect Postado em 30/10/2014 - 23:08:32
Eu vou postar mais sim :) e obrigado por acompanhar e me avisar que não estão aparecendo os caps :/ .. vou respostá-lo pra vcs .. o site está com esse problema chato ás vezes :P .. maaas vou postar mt hj rsrs *-*
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day326 Postado em 30/10/2014 - 13:59:15
Gostei muito dos capitulos, mas os demais nao estao aparecendo ://, posta mais :))
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day326 Postado em 16/10/2014 - 02:34:18
Oi ;) muito boa e engraçada dou muita risada com sua fic... continua ??
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nobodys_perfect Postado em 15/10/2014 - 20:22:38
Mais uma leitora *--* !! Continuaando ... <3