Fanfic: Simplesmente Nós (Vondy) *--* | Tema: Rebelde (Vondy)
Na manhã seguinte, Chris não apareceu. Deixou um recado com Irina, dizendo que não poderia
sair comigo naquele dia. Só fiquei um pouquinho brava, não pelo bolo, mas, puxa, tinha
acordado cedo para não precisar ser escorraçada da cama outra vez por ele!
De qualquer forma, como já estava de pé, resolvi fazer uma caminhada por conta própria,
na beira da praia particular do castelo. Prendi meus cabelos num rabo de cavalo e, depois de
tomar café na cozinha mesmo, saí rumo ao sol.
Dei dois passos do lado de fora antes de ser “atacada” por um enorme cão cor de
chocolate, que chegou todo assanhado, mexendo o rabo freneticamente. Ele enfiou o focinho na
palma da minha mão, exigindo carinho.
Eu já o conhecia. Era Bruce, um dos cachorros do castelo, um labrador sapeca que
adorava saltitar pela propriedade, mais parecendo um cabrito. Fuçava o jardim e deixava os
empregados loucos. Por isso, quase sempre ficava de castigo, preso no canil.
Acariciei o pelo atrás das orelhas dele e fiz sinal para que me seguisse. Bruce era
moleque e partiu na minha frente, chafurdando na areia molhada.
Atrás dele, caminhei fazendo um balanço de minha vida nos últimos tempos. Tanta coisa
havia mudado, mas eu me sentia a mesma. Eu tinha um pai que, apesar de ser um doce e querer
o melhor para mim, era muito ausente. Por outro lado, a saudade que sentia de minha mãe
fortaleceu ainda mais meus laços com ela. Falávamo-nos quase todos os dias, por telefone,
MSN ou qualquer outro meio. Na noite anterior, ficamos cerca de uma hora conectadas. Ela
me contou que o buffet estava a mil por hora e que vovó ia participar de uma maratona em
volta da Lagoa da Pampulha. Não sei por que isso não me surpreendeu. Minha avó tinha mais
energia e disposição do que eu.
Na noite anterior eu falara com Any . Ficamos trocando mensagens pelo Facebook.
Primeiro, escrevemos banalidades, mas depois, quando perguntei por Douglas, senti que ela
desconversou um pouco. Achei esquisito. Aliás, já fazia um tempinho que uma pulga andava
morando atrás de minha orelha. Eram raros os momentos em que Douglas me procurava e,
quando o fazia, esquivava-se de assuntos mais íntimos. Ficava no oba-oba de velhos amigos,
mas jamais falava de nós como um casal.
No início, achei que era uma forma de ele bloquear a saudade. Só que, mesmo não sendo
uma expert em relacionamentos, notei que as coisas não eram assim tão claras. Ele parecia
estar fugindo. Se isso for verdade, pensei, acho que nunca ficaremos juntos para valer. Se o
que espero for maior do que o que o Douglas quer, será difícil levar qualquer coisa adiante.
Eu ainda me considerava apaixonada por ele. Quero dizer, talvez. Ou sei lá! Como eu
disse, não era exatamente experiente nessas questões de romance e isso contava muito no
modo como via as coisas.
Bom, voltando a falar de Estela, gostaria muito que ela viesse para cá. A gente se
divertiria horrores. Sugeri isso e ela quase desmaiou — pelo menos, foi o que demonstrou.
Combinamos de arranjar a vinda dela para minha cerimônia de apresentação ao povo da
Krósvia, mesmo eu não tendo ideia de quando isso aconteceria. Irina dizia que seria em breve,
mas ainda não tinha uma data marcada nem nada. Eu queria só ver. Esperava que ninguém me
obrigasse a vestir um traje de princesa, todo repolhudo, cafona e tal.
Agora, depois de meia hora de caminhada na areia, eu já estava suando. Então decidi
mergulhar no mar, gesto imediatamente copiado por Bruce. A água estava fria, mas nem liguei.
Achei a sensação deliciosa e fiquei nadando e furando ondas durante um tempão.
Assim que cansei daquilo, estendi uma saída de praia na areia e deitei sobre ela, tendo o
cuidado de não encostar o corpo molhado nos grãos para não virar um filé empanado. Bruce
se deitou a meu lado, todo fiel, e nós dois curtimos uma boa manhã na praia, como eu fazia
quando era criança e ia para Guarapari com minha mãe, meus avós e tios.
Não demorou muito e meu estômago deu sinal de vida. Que inferno, eu vivia para comer
naquele lugar! Tinha mais é que caminhar mesmo.
Corri até a cozinha, farejando o aroma de coisas gostosas. Como previ, Karenina
preparava um molho para rechear a torta que serviria no almoço. Cheguei por trás dela e a
agarrei pela cintura. Ela deu um pulo, segurando o peito.
— Menina, assim você me mata! Que susto! — exclamou, toda esbaforida, para me dar
um sorriso supercarinhoso em seguida.
— Puxa, Kare, estou com uma fome...
— Senta aí que eu te sirvo. O que quer? Uma saladinha de frutas? Suco?
— O que eu queria mesmo não existe aqui na Krósvia. Chama-se pão de queijo.
Conhece?
Ela olhou para o alto, refletindo.
— Pão de queijo? Acho que não. Como é?
De repente, tive uma ideia.
— Kare, eu sei fazer pão de queijo! Aprendi com minha mãe um tempo atrás e me lembro
da receita. Posso te ensinar?
— A se-senhorita? — gaguejou. — Me-mexer na cozinha? Seu pai me mata.
— Ah, deixa disso! Eu sou boa de cozinha. Lá no Brasil, quando estou com fome, quase
sempre me viro sozinha. Não faz diferença estar lá ou aqui. E então? Quer ou não quer
aprender? Garanto que não vai se arrepender...
— Tem certeza? — Ela ainda estava insegura. — Ai, meu Deus, se seu pai descobre...
— Ele não vai fazer nada. — garanti. — Aliás, ele vai adorar poder comer os pãezinhos
depois. Vamos! Me ajude a juntar os ingredientes.
E foi o que Karenina fez. Ainda bem que tínhamos tudo, afinal, a receita do pão de queijo
até que é simples. Então, depois de limpar a areia das mãos, comecei a dar a primeira aula de
culinária de minha vida — o que jamais imaginei que fosse fazer um dia. E minha aluna não
era qualquer uma, não. Era simplesmente a cozinheira-chefe do castelo da família real da
Krósvia. Se minha mãe me visse agora...
— O único problema, Kare, é que não temos queijo Minas. Vamos ter que improvisar
com este aqui — avisei.
Ela me olhava atenta, encantada por estar aprendendo uma nova receita, que depois
poderia ser servida nas mais variadas ocasiões.
— Quando um chefe de Estado vier se reunir aqui com o Fernando, você pode servir pão de
queijo, que fica bom com vários acompanhamentos. O ilustre visitante vai te elogiar e até
querer levá-la para o país dele. Já pensou?
— Mas isso está totalmente fora de cogitação — Karenina retrucou, com muita
veemência. — Meu lugar é aqui. Sempre foi e sempre será
Sorri. Continuei a lição, esforçando-me muito para não me esquecer de nada.
— O polvilho doce pode ser substituído pela mesma quantidade de polvilho azedo, Kare.
Tanto faz usar um como outro — expliquei. — Se quiser congelar a massa, faça bolinhas e
congele-as num recipiente aberto para não grudarem. Só depois coloque-as num saquinho.
Entendeu? Vamos assar?
Rapidamente o cheiro do pão de queijo invadiu a cozinha. A essa altura, várias ajudantes
de Kare nos rodeavam, aguardando ansiosas o resultado de nosso projeto. Não revelei
isso, mas eu também estava na expectativa. Se ficasse ruim, acho que morreria de vergonha.
Enquanto o tempo passava, sentei-me na bancada da pia e fiquei mordiscando uma maçã.
Karenina voltou para o molho dela e ambas esperamos num silêncio confortável, só
interrompido por uma voz que começava a assaltar com certa regularidade meus pensamentos.
— Que cheiro é esse? Hummmm...
Autor(a): Nobody's Perfect :)
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Christopher. Ele nunca aparecia sem fazer uma entrada triunfal. Parecia que ficavaesperando o momento certo.Pulei da bancada e dei as costas para ele. Achei melhor ir checar os pãezinhos em vez deolhar para seu rosto tão rapidamente. Sabe-se lá o que Chris poderia ler em meus olhos.— Oi, meu filho! Chegou na hora certa — Kare saudou-o com ent ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 12
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
stellabarcelos Postado em 24/01/2016 - 13:42:18
Aí que história linda! Amei do início ao fim!
-
cavondy Postado em 08/12/2014 - 01:37:05
Posta mais!!!
-
candyvondy2 Postado em 24/11/2014 - 17:07:22
Aiiii mds do céu q isso coitada da dul mais eu tenho certeza q o cão do nome de cachorro ta no meio e meu bebe ta safrendo por causa disso Há mais se eu pego essa Laika eu sou capaz te matar
-
nobodys_perfect Postado em 24/11/2014 - 15:07:09
candyvondy2 :Rsrs" que bom vc tb está acompanhando *--* sra. fantasma hahaha " .. eu tbm não gosto do ser canino kkk " , quando eu li esse livro cada página que ela entrava eu a matava mentalmente haha " postei mais alguns caps , espero que goste !! bjs :*
-
candyvondy2 Postado em 24/11/2014 - 14:30:03
Oii leitora n tão nova mais fantasma kkkkk aii como eu amo sua fic eu amo o casal vondy,tenho um ódio mortal pelo nome de cachorro e amo sua fic kkkl Posta mais plixxx
-
day326 Postado em 07/11/2014 - 00:33:03
Moça adoro sua fic to da vez que eu leio o nome laika me lembro de um canik kkkkkk #pegacachorrinha AHUSHSUSHSUS ahh esses últimos capitulos nao ta aparecendo o site deu bug denovo ;( mas continua postando #melhorasplease
-
nobodys_perfect Postado em 30/10/2014 - 23:08:32
Eu vou postar mais sim :) e obrigado por acompanhar e me avisar que não estão aparecendo os caps :/ .. vou respostá-lo pra vcs .. o site está com esse problema chato ás vezes :P .. maaas vou postar mt hj rsrs *-*
-
day326 Postado em 30/10/2014 - 13:59:15
Gostei muito dos capitulos, mas os demais nao estao aparecendo ://, posta mais :))
-
day326 Postado em 16/10/2014 - 02:34:18
Oi ;) muito boa e engraçada dou muita risada com sua fic... continua ??
-
nobodys_perfect Postado em 15/10/2014 - 20:22:38
Mais uma leitora *--* !! Continuaando ... <3