Fanfic: Simplesmente Nós (Vondy) *--* | Tema: Rebelde (Vondy)
— Ai, minha cabeça — choraminguei, enquanto tentava me levantar da cama para tomar um
comprimido de Neosaldina.
— Que bonito, né, dona Dulce Maria ? Bebendo sem moderação!
Seriam meus tímpanos ou a voz de minha mãe havia subido para uns 200 decibéis?
— Não me diga que agora vai começar a compensar suas mágoas com bebida?
Joguei o travesseiro sobre o rosto e abafei um grito. Tinha uma caixa de abelha zunindo
dentro de meu cérebro e minha mãe ficava armando sermão.
— Mãe — gemi —, pode acreditar. A bebedeira de ontem foi um fato isolado. Não vou
virar alcoólatra por isso, né? Agora, me deixa dormir. Ainda é muito cedo.
— Realmente — disse ela, escancarando as cortinas para que eu visse o céu. — Cedo
demais, afinal são “só” cinco horas da tarde.
Como era horário de verão, o sol ainda reluzia sobre a cidade.
— Você está dormindo há mais de 12 horas. E deve ter tido um sono agitado, pois gemeu e falou o tempo inteiro, principalmente o nome do Christopher .
Encolhi. Por que o amor nos transforma em seres tão ridículos?
— Não me diga que continua tendo aquele sonho recorrente. Pensei que já tivesse
passado.
Olhei para minha mãe, não querendo exatamente enxergá-la, mas fiquei pensando sobre o
que ela disse, sobre os dois assuntos que mamãe, sem querer, abordou na mesma conversa.
Ela afirmou que eu havia dito o nome do Christopher enquanto dormia e perguntou se meu sonho
recorrente ainda existia.
De repente, algo se acendeu dentro de mim. Foi como se uma luz tivesse entrado em
minha cabeça para iluminar meu raciocínio. Por que eu nunca tinha feito as conexões corretas?
Por que ficara cega por tanto tempo? O tempo todo, a resposta estivera bem na minha frente.
— Está escutando, Dulce?
— O quê? — Minha cabeça estava longe.
— Eu mandei você levantar dessa cama e tomar um banho para ver se esse corpo
melhora. Depois, vê se come alguma coisa. Fiz uma lasanha. Vou ter que sair agora, pois tenho
um evento mais tarde
Concordei. Mas, depois de minha brilhante constatação, concordaria com tudo para me
livrar logo de minha mãe. Assim que ela saiu, fui para o chuveiro. Prestes a tomar uma
decisão importante, eu precisava estar cem por cento segura a respeito do que faria.
Minha boca continuava seca, sintoma da bebedeira da noite anterior, mas meu corpo não
exalava mais nenhum cheiro da noitada. Respirando fundo para acalmar meus ânimos, liguei o
computador, acessei o gerenciador de e-mails e me pus a escrever o texto mais difícil — e
também o mais libertador — de minha vida.
De: Dulce Maria
Para: Christopher Uckermann
Assunto: Meu lugar
Querido Christopher,
Esta é a última vez que procuro você. Prometo que não o incomodarei mais depois
que terminar de escrever esta mensagem. Aliás, já estava determinada a te esquecer
desde aquele meu e-mail que ficou sem resposta. Sou boa em interpretação e entendi seu
recado silencioso. Sei que pareço insistente e pegajosa, mas não posso deixar de
compartilhar com você a revelação que tive hoje mais cedo, depois de quase ter morrido
de tanto beber vodca na virada do ano. Pelo menos, a bebedeira serviu para clarear
minha mente. Contraditório, não?
Bom, estou enrolando. É melhor eu ir direto ao assunto antes que você decida
deletar a mensagem. Espero conseguir me expressar com clareza, de modo que, depois de ler este texto, você pelo menos entenda minhas atitudes durante o tempo que fiquei na
Krósvia.
Chris, nunca comentei isso com você, mas desde pequena uma história se apodera
de meus sonhos. Sempre a mesma história. Não que eu tenha o mesmo sonho todas as
noites, mas ele é frequente, a ponto de eu conhecer intimamente cada detalhe. Começou
quando eu tinha uns 7 anos e entendi que era diferente das outras crianças porque, ao
contrário delas, o nome do meu pai não estava registrado na minha certidão de
nascimento.
A história falsa que minha mãe me contou foi compreensível, mas deixou um buraco
no meu peito, pois não é fácil para uma menininha ficar sabendo que o pai abandonou a
mãe quando soube da gravidez. Claro que, na época, ela amenizou o fato, mas eu me via
como a garota com o registro de nascimento incompleto.
De certa forma, acredito que o conhecimento desse episódio tenha provocado o
sonho. Sei lá! O surgimento dele foi tão imediato! E olha que eu tentei entendê-lo
recorrendo a tudo quanto é tipo de profissional, desde psicólogos até sensitivos. Mas
ninguém me deu uma explicação satisfatória.
Até que o Fernando apareceu. Ao mesmo tempo em que foi maravilhoso descobrir
que eu tinha, sim, um pai e que ele também estava feliz por me conhecer, fiquei
apavorada ao saber que ele era um rei e queria que eu me tornasse a princesa do país
dele.
Foi aí que conectei meu sonho com a descoberta da outra metade de minha vida.
Ambos pareciam tão semelhantes! Para que você mesmo tire suas conclusões, vou
resumir a história: nesse sonho, eu sempre apareço sozinha, num campo muito verde,
com flores numa espécie de canteiro nas laterais. Uso um vestido amarelo-ouro, longo,
tomara que caia e bem rodado a partir da cintura. Para meu espanto, ele é idêntico a um
que encontrei no armário de minha bisavó Catarina, na ilha. Pensando nisso, agora vejo
claramente como tudo faz sentido. Meus cabelos estão presos num coque perfeito. Atrás
de mim existe uma escadaria sem fim. Não sei para onde ela vai. Fico olhando para o
alto, primeiro com uma expressão confusa, mas sorrio depois. Então, de repente, começa
a ventar, e venta tanto que meus cabelos se soltam e rodopiam em volta de minha
cabeça. Olho para cima outra vez e fico transtornada. Não sei o que vejo, mas não deve
ser coisa boa. Em seguida, algo chama minha atenção do outro lado do campo e eu me
viro. Alguma coisa me deixa contente e então estendo a mão. Mas não chego a tocar em
nada, pois, quando estou prestes a fazer isso, acordo.
Não me considero uma garota espiritualista, com dons mediúnicos nem nada. Mas
desde que “encontrei” o vestido amarelo do sonho, tenho me perguntado sobre a
possibilidade de estar recebendo algum sinal do céu, dos deuses, sei lá! Então, concluí
que o sonho foi uma premonição, um aviso para que eu me preparasse para encarar a
nova vida que caiu de surpresa sobre mim. Também deduzi que estar entre dois lados no
meio da ventania simbolizava minha dificuldade de conviver com minhas duas
nacionalidades: a brasileira e a krosviana
Como eu estava enganada! De certa forma. Porque o problema verdadeiro é outro.
Eu só me permiti ser dividida em duas — uma Dulce do Brasil e uma Dulce da Krósvia —
porque não enxerguei antes que só posso ser uma pessoa plena se me aceitar como a
união de minhas partes. Não posso ser só Dulce Saviñon, nem só Dulce Markov, pois o
que define minha identidade é a soma de todos esses nomes, ou seja, sou Dulce Maria Saviñon
Markov. Independentemente do país onde esteja, da língua que fale, sou uma.
Portanto, não preciso optar entre o Brasil e a Krósvia. Pertenço aos dois. E, se naquele dia não acreditei em sua palavra, hoje sei que foi por medo. Inconscientemente,
associei a escolha de ficar com você com a extinção de minha personalidade brasileira.
Como fui burra! A ventania de meu sonho é a paranoia que me consumiu nos últimos
meses. O susto em meu olhar simboliza o tal receio de me perder. A escadaria sem fim,
minha indecisão. Mas a mão que estendo para algo ou alguém que não vejo é para você,
porque você é que está lá do outro lado, que é o cara que me deixou à vontade para ser
eu mesma. E o vestido? Apenas um recado da Catarina. Ela queria que eu escolhesse o
caminho certo e me conduziu até ele.
Pena que eu não soube reconhecê-lo no momento certo. Mas agora tudo está claro.
Meu caminho é você.
Christopher, se tiver lido até aqui, peço, mais uma vez, que me perdoe. Entretanto, se nossa
história não tiver mais jeito, saiba que vou seguir minha vida. Já sofri e me condenei
demais. Agora, chega. Também não vou desaparecer da Krósvia só para evitar esbarrar
em você. Lá é meu lugar também.
Eu realmente te amo demais, mas não posso viver afundada no que perdi.
Sinto sua falta. Chega a doer. Mas, se tiver que ser assim, vou superar.
Um grande beijo!
Dulce
Nem sei quantas vezes reli a mensagem. Também não tinha certeza se fizera bem de
escrevê-la. Mas o que mais poderia fazer? Eu devia explicações para Christopher e pelo menos
pude contar a verdade, já que finalmente eu a tinha descoberto.
Fechei os olhos e enviei. Meu coração batia acelerado de tanto imaginar as repercussões
daquele e-mail, se é que teria alguma. No entanto, eu não queria me iludir. Vai saber o que
Chris faria quando lesse meu nome em sua caixa de entrada. Talvez nem chegasse a abrir a
mensagem. Porém, eu encerrava por ali. Não me manifestaria mais. Meu orgulho me impedia
de prosseguir.
*************
Reta-final da fic !!
Mais alguns caps ela acaba :(
Peço que comentem, oq estão achando e o que vcs acham que irá acontecer daqui pra frente *.*
Beijoos :* :*
Autor(a): Nobody's Perfect :)
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Passei a semana me policiando para evitar a Internet durante o dia. Se eu me permitisse,checaria meu Outlook o tempo inteiro, mas não estava disposta a me prender diante docomputador, nem a deixar a ansiedade me dominar.Mesmo assim, de vez em quando eu dava uma olhadinha na caixa de entrada e verificavase havia uma resposta de Chris. Mas ela nunca apareceu. Eu poderia ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 12
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stellabarcelos Postado em 24/01/2016 - 13:42:18
Aí que história linda! Amei do início ao fim!
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cavondy Postado em 08/12/2014 - 01:37:05
Posta mais!!!
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candyvondy2 Postado em 24/11/2014 - 17:07:22
Aiiii mds do céu q isso coitada da dul mais eu tenho certeza q o cão do nome de cachorro ta no meio e meu bebe ta safrendo por causa disso Há mais se eu pego essa Laika eu sou capaz te matar
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nobodys_perfect Postado em 24/11/2014 - 15:07:09
candyvondy2 :Rsrs" que bom vc tb está acompanhando *--* sra. fantasma hahaha " .. eu tbm não gosto do ser canino kkk " , quando eu li esse livro cada página que ela entrava eu a matava mentalmente haha " postei mais alguns caps , espero que goste !! bjs :*
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candyvondy2 Postado em 24/11/2014 - 14:30:03
Oii leitora n tão nova mais fantasma kkkkk aii como eu amo sua fic eu amo o casal vondy,tenho um ódio mortal pelo nome de cachorro e amo sua fic kkkl Posta mais plixxx
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day326 Postado em 07/11/2014 - 00:33:03
Moça adoro sua fic to da vez que eu leio o nome laika me lembro de um canik kkkkkk #pegacachorrinha AHUSHSUSHSUS ahh esses últimos capitulos nao ta aparecendo o site deu bug denovo ;( mas continua postando #melhorasplease
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nobodys_perfect Postado em 30/10/2014 - 23:08:32
Eu vou postar mais sim :) e obrigado por acompanhar e me avisar que não estão aparecendo os caps :/ .. vou respostá-lo pra vcs .. o site está com esse problema chato ás vezes :P .. maaas vou postar mt hj rsrs *-*
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day326 Postado em 30/10/2014 - 13:59:15
Gostei muito dos capitulos, mas os demais nao estao aparecendo ://, posta mais :))
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day326 Postado em 16/10/2014 - 02:34:18
Oi ;) muito boa e engraçada dou muita risada com sua fic... continua ??
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nobodys_perfect Postado em 15/10/2014 - 20:22:38
Mais uma leitora *--* !! Continuaando ... <3