Fanfic: Procura-se um marido (Adaptada Vondy)- Finalizada | Tema: Vondy

Inês se virou abruptamente e, para minha total perplexidade, sorriu.
- Você teria deixado seu avô orgulhoso – disse num tom amável.

- Teria?

- Ah, sim. Você pensou no grupo, como ele fazia. Grande homem,. O seu
Narciso... - seus olhos castanhos ficaram opacos, perdidos em outros tempos. Ao
julgas pelo saudosismo em seu rosto, eram tempos que ela adorava. Piscando e
sacudindo a cabeça ligeiramente, ela voltou ao presente e acrescentou. - Se precisar
de alguma coisa, tiver alguma dificuldade, pode me pedir ajuda. Vai ser um prazer
ajudar, srta. Dulce.

Quase engasguei de surpresa. Fiquei chocada e de certa forma emocionada, não
só pela oferta de ajuda, mas por ela me tratar com tanto respeito. Era como se ela
me visse como... como... a neta de Narciso Moraes de Bragança e Lima. Alguém de
valor.

- Caramba! Obrigada, Inês.

Ela assentiu e abriu caminho para que eu passasse.

Mal cheguei à minha mesa no quinto andar, setor nove, e Ucker me chamou pelo
MSN.

Ucker_Comex diz:
O que aconteceu? Por que você foi chamada na presidência? Está com
problemas?

Dulce Lima diz:
A principio pensei que sim.
A Vanessa foi na sala do Hector, só Deus sabe fazer o quê.
Pensei que ela tivesse contado pra ele, mas se contou ele não deu importância,
ou não quis demonstrar que sabia.

Ucker_Comex diz:
Ela pode muito bem ter dito alguma coisa. E o Hector é muito esperto.
Precisamos ter cuidado.

Dulce Lima diz:
É, já saquei.

Ucker_Comex diz:
Mas o que ele queria afinal?

Dulce Lima diz:
Encontrei com ele ontem de manhã.
Deixei escapar que ganho um salário miserável. Ele ficou surpreso e quis mais
detalhes.
Falamos de aumento salarial.

Ucker_Comex diz:
Você pediu aumento?

Dulce Lima diz:
Na verdade, meio que exigi.

Ucker_Comex diz:
Você mal começou a trabalhar e já pediu aumento?
Você é impossível!

Dulce Lima diz:
Preciso de grana. Odeio os ônibus dessa cidade e você não gosta de me dar
carona.
Decidi comprar uma moto.

Ucker_Comex diz:
VOCÊ VAI COMPRAR O QUÊ?

Uuuh! Vovô não seria o único a ficar irritado com a minha moto.

Dulce Lima diz:
Preciso acabar de organizar essa pilha de contratos.
Nos falamos no carro.

Ele me lançou um olhar nada satisfeito de sua mesa. Na verdade, parecia quase
louco. Tentei me concentrar no que estava fazendo, mas era difícil ignorar a
sensação de estar nua sob aqueles holofotes abrasadores.

Vanessa, como a cobra que era, se aproximou devagar, feito uma hiena
sorridente, e não demorou nadinha para mostrar as garras.

- E ai? O que o Hector queria?

- Nada que seja da sua conta – resmunguei.

- Tive momentos muito agradáveis com o Ucker no sábado à noite... - ela disse,
sentando no canto da minha mesa.

- Ah, eu sei. Ele me contou – sorri candidamente. - Sabe que não imaginei que
você precisasse disso? Chantagear um homem pra conseguir sexo... Que decadente.

- E não precisei. Sabe, Dulce, você finge bem. Quase chegou a me convencer
que vocês realmente tinham alguma coisa. Então imagina como fiquei surpresa ao
ouvir que você tinha comprado seu marido – ela sacudiu a cabeça e seus longos
cabelos cobriram os ombros. - Se eu soubesse que o Ucker estava a venda, teria feito
uma proposta há muito tempo.

Essa Vanessa é uma cobra mesmo...