Fanfic: Desperte comigo (adaptada) aya finalizada | Tema: ponny e vondy

Também sentia que não podia dizer nada a Chistopher. Como poderia se zangar com ele quando era apenas polido? Amava a mulher, tinha certeza. Gostava do cunhado e o admirava. Mesmo assim, reagia a Anahi de uma forma que ela não podia se enganar.
Já fora objeto de atenção indesejada antes, mas esta era a primeira vez que a atração que despertava não tinha sido óbvia e não sabia como lidar com aquilo. Sabia que Chistopher jamais tentaria forçá-la, mas Dulce estava ciumenta. Parte de Anahi, sua parte profundamente feminina, estava até mesmo envaidecida pela atração que despertara. Se Dulce desse ao marido a atenção que merecia nada disto estaria acontecendo.
Mas não eram importantes, pensou. Não podia permitir que se tornassem importantes. Apenas Alfonso importava. Começava a sair da prisão da deficiência e cada vez mais se revelava o homem que fora antes do acidente. Esperava colocá-lo em pé dentro de um mês. Não caminhando, é claro, mas em pé. Permitindo que as pernas se acostumassem a suportar o peso do corpo de novo. O que fazia agora era o básico, restaurando-lhe a saúde e construindo suas forças para que pudesse se levantar quando exigisse isto dele.
Encheu de água quente uma vasilha de plástico e colocou dentro o frasco de óleo que usava para aquecê-lo para a massagem que sempre fazia nele antes de entrar na piscina, numa tentativa de protegê-lo do frio. Não que houvesse possibilidade de frio na temperatura de mais de trinta graus Celsius de um dia de verão em Phoenix, pensou secamente, mas ainda estava tão magro, tão fraco que não correria nenhum risco com ele. Além disso, parecia gostar da sensação do óleo quente na pele enquanto o massageava e tinha muito poucas alegrias na vida.
Estava inquieta e andava sem rumo pela academia, parando de vez em quando para fazer alongamento. Mas decidiu que precisava de algo mais intenso para aliviar um pouco da energia e se colocou no banco de peso.
Gostava de levantar halteres. Seu objetivo era a força, não a estrutura do corpo, e o programa que seguia tinha este objetivo. Para Alfonso, alterara bastante o roteiro para construir a estrutura de seus músculos sem transformá-lo num Mr. Universo. Controlou cuidadosamente a respiração, concentrou-se no que fazia e começou suas séries. Para cima, para baixo, para cima, para baixo. Terminou os exercícios para as pernas e ajustou os sistemas de polias e pesos para o que queria fazer com os braços. Soltou o ar dos pulmões e começou de novo. As exigências que fazia aos músculos chegaram a um nível em que eram quase prazerosas. De novo. De novo.
— Sua trapaceira maldita! — O grito a assustou e se endireitou, o medo lhe tomando as feições. Confusa, olhou-o. Acabara de entrar com sua cadeira de rodas, o rosto vermelho e contorcido de fúria.
— O quê?

Ele apontou para os pesos.
— É levantadora de pesos! — Gritou, tão furioso que tremia. — Sua trapaceira, sabia que me venceria na queda de braço aquele dia! Inferno, quantos homens poderiam vencê-la? Ruborizou.
— Nem todos — disse sem modéstia, o que pareceu deixá-lo ainda mais enfurecido.
— Não consigo acreditar nisto! — Gritava cada vez mais alto. — Mesmo sabendo como me sentiria por perder para uma mulher numa queda de braço, você me fez apostar e trapaceou!
— Nunca disse que não era boa nisto — lembrou, tentando segurar o riso. Ele estava maravilhoso! Se a raiva pura fosse capaz de colocá-lo em pé de novo, andaria naquele minuto. Uma risadinha lhe escapou ao controle e, ao ouvi-la, ele começou a bater o punho com força no braço da cadeira de rodas; infelizmente, bateu nos controles e a cadeira começou a pular para a frente e para trás, como um cavalo selvagem tentando se livrar de um cavaleiro indesejado.