Fanfic: Desperte comigo (adaptada) aya finalizada | Tema: ponny e vondy

Anahi não conseguiu impedir; desistiu de manter uma expressão séria e riu até as lágrimas descerem. Deixou escapar um grito de alegria, então bateu no banco com o punho, imitando o modo como espancava os controles da cadeira de rodas; passou os braços em torno da cintura, resfolegando, sem ar, e cada nova demonstração de raiva dele lhe causava um novo estouro de risadas.
— Pare de rir! — Exigiu, a voz repercutindo nas paredes. — E se sente! Vamos ver quem vence desta vez!
Estava tão fraca com as gargalhadas que precisou se arrastar até a mesa de massagem onde ele colocara o cotovelo e a esperava com uma expressão sombria. Ainda rindo, deixou-se cair contra a mesa.
— Isto não é justo! — Protestou, colocando a mão na dele. — Não estou pronta, espere até eu parar de rir.
— Foi justo quando me deixou pensar que lutava contra uma mulher frágil e normal?
— Sou perfeitamente normal! — Continuava a rir. — Foi vencido com justiça e sabe disso!
— Não sei de nada! Trapaceou e quero uma revanche.
— Está bem, está bem, apenas me dê um minuto. — Rapidamente controlou a risada e flexionou a mão na dele. Começou a enrijecer os músculos. — Certo, estou pronta.
— No três — disse ele. — Um... dois... três!
Felizmente estava pronta para a contagem rápida. Jogou todo o corpo no esforço, percebendo que o peso adicional que ele ganhara e os poucos dias de trabalho com os pesos tinham aumentado sua força. Não muito, talvez, mas com o ímpeto adicional da raiva e as risadas que a enfraqueceram, talvez fosse o suficiente para ele ganhar.
— Você trapaceou! — Acusou-a por sua vez, cerrando os dentes enquanto usava toda a força do braço nele.
— Mereceu!
Ofegaram e bufaram e rosnaram por diversos minutos e o suor começou a escorrer em seus rostos. Estavam muito juntos, as faces quase se encostando, enquanto os braços unidos se esforçavam mais e mais. Anahi gemeu alto. A onda inicial de força dele fora maior do que a dela, mas não o bastante para terminar logo. Agora era uma questão de estamina e pensou que conseguiria superá-lo. Podia deixá-lo vencer, para tranqüilizar o seu ego, mas não fazia parte dela enganá-lo desta maneira. Se vencesse, seria apesar de tudo o que pudesse fazer. Alguma coisa de sua determinação apareceu na expressão dela e ele rosnou.
— Maldição, é agora que você deveria me deixar vencer! Ela ofegou e respirou fundo.
— Se quer ganhar de mim, vai ter de se esforçar mais. Não deixo ninguém me vencer!
— Mas sou um paciente!
— É um oportunista!
Alfonso cerrou os dentes e empurrou com mais força. Anahi abaixou a cabeça, um movimento que a fez descansar no ombro dele, e usou tudo o que tinha para neutralizar a sua ação. Lentamente, lentamente, sentiu o braço dele se mover para baixo. A onda de força que a vitória sempre lhe despertava atravessou seu corpo e, com um grito, bateu o braço dele na mesa.
Suas respirações ofegantes enchiam a sala e o coração dela batia com força em seus ouvidos, como as patas de um cavalo a galope. Estava recostada nele, a cabeça em seu ombro, e podia sentir o batimento rápido e forte do coração dele em todo o corpo. Lentamente, Anahi se afastou, deixando todo o peso cair contra a mesa. Como um boneco de pano, ele se deixou cair sobre a mesa também, a cor voltando devagar ao normal enquanto tentava controlar a respiração

Depois de um momento, descansou o queixo nos braços dobrados e a observou com aqueles escuros olhos verdes onde ainda havia sombras de tempestade. Respirou fundo, os olhos presos ao rosto dele.
— Fica lindo quando está zangado — disse naturalmente.

Piscou, atônito. Abalado, olhou-a por um longo, longo minuto que parecia suspenso no tempo; então um som estranho saiu da sua garganta. Ele engoliu em seco. E então o som seguinte foi uma gargalhada plena. Jogou a cabeça para trás e segurou a barriga, indefeso. Anahi começou a rir de novo.
Mexia-se, rindo sem parar, balançando a cadeira para a frente e para trás. Os controles sofreram novamente o impacto de seu punho e, desta vez, o movimento súbito, combinado com o balanço da cadeira, jogou-o no chão. Felizmente não se machucou porque Anahi não poderia parar de rir se sua vida dependesse disso. Caiu do tamborete, onde se sentara para a queda de braços, e ficou deitada ao lado dele, erguendo os joelhos para o estômago.