Fanfic: Desperte comigo (adaptada) aya finalizada | Tema: ponny e vondy

Já estava acordado na manhã seguinte quando ela entrou no quarto; estava sentado e debruçado sobre as pernas, que massageava. Olhou-o satisfeita e alegre por ele estar tomando uma parte ativa em sua recuperação.
— Tive uma longa conversa com Dulce a noite passada — disse, sem tirar os olhos das pernas.
— Ótimo, espero que pedir desculpas tenha sido bom para sua consciência — colocou-se atrás dele e começou a lhe massagear as costas e os ombros.
— Estava aborrecida. Parece que Christopher sai novamente assim que a deixa em casa à noite e acha que está se encontrando com outra mulher.
Os dedos de Anahi pararam. Seria possível? Não acreditava que fosse o tipo de homem que fizesse aquele tipo de coisa. Era vulgar e não era um homem do tipo.Alfonso virou a cabeça para olhá-la.
— Dulce acha que está se encontrando com você — disse diretamente.
Ela recomeçou o movimento dos dedos.
— O que disse? — Tentou manter a calma e se concentrou na sensação da carne sob suas mãos, observando que não parecia mais tão magro como antes.
— Disse-lhe que descobriria e colocaria um fim nisto, se fosse verdade. E não pareça tão inocente porque sabemos que Christopher sente atração por você. Inferno, teria de estar morto para não sentir. É o tipo de mulher que tem homens a rodeando como abelhas em torno de um pote de mel.
Christopher dissera a mesma coisa sobreAlfonso , pensou, e sorriu com um pouco de tristeza; não tinha idéia do quanto ambos estavam longe da verdade.
— Não estou me encontrando com Christopher — a voz era calma, sem aborrecimento. — Além do fato de ser casado, quando eu teria tempo? Estou com você o dia inteiro e à noite estou cansada demais, sem a energia que ter um caso exige.
— Dulce disse que a viu com ele no pátio uma noite.
— Viu. Conversávamos sobre você, não fazíamos amor. Sei que ele está infeliz com Dulce...
— Como sabe?
— Não sou cega. Devotou os últimos dois anos a você e praticamente ignorou o marido e, naturalmente, ele se ressente. Por que acha que estava tão determinado a encontrar uma fisioterapeuta para você? Quer vê-lo andando de novo para ter a esposa de volta. — Talvez não devesse lhe contar, mas já era hora de Alfonso perceber que estivera sufocando as vidas da irmã e do cunhado com sua condição física.
Ele suspirou.
— Está bem, acredito em você. Mas, apenas no caso de começar a pensar em como Christopher é atraente, quero dizer que uma coisa que não vou tolerar é que Dulce seja magoada.
— É uma menina grande. Não pode interferir a favor dela pelo resto da vida.
— Posso, enquanto precisar de mim e enquanto for capaz. Quando penso em como ficou depois que nossa mãe morreu... Juro, Anny, acho que seria capaz de matar para impedir que fique daquela maneira de novo.
Pelo menos ela tivera uma mãe que a amava. As palavras estavam na ponta da língua de Anahi, mas não disse. Não era culpa de Dulce que a mãe de Anahi fosse incapaz de amá-la. Sua carga de amargura era dela, não alguma coisa que pudesse ser transferida para os ombros de outra pessoa. Então afastou o pensamento.
— Acha mesmo que está se encontrando com outra mulher? De certa forma, não acredito. É tão apaixonado por sua irmã que nem vê mais ninguém.
— Vê você — insistiu Alfonso.
— Nunca me disse nada — respondeu com honestidade, embora estivesse ainda esticando um pouco a verdade. — Como sabe? Intuição masculina?
— Se quer chamar assim — murmurou, e se recostou nela como se estivesse cansado. Os seios macios apoiaram o seu peso. — Ainda sou um homem, mesmo se não consigo caçar uma tartaruga e pegá-la. Posso olhar para você e ver as mesmas coisas que ele vê. É tão danadamente linda, macia e forte ao mesmo tempo. Se pudesse caçá-la, senhora, teria a corrida de sua vida.
As palavras suaves a alarmaram de uma forma totalmente diferente do pânico que normalmente sentia diante de um homem na caça. As mãos dela ainda estavam nos ombros de Alfonso e o seu peso descansava nela; seu corpo lhe era tão familiar como o próprio, a textura da pele, o cheiro dele. Era como se fosse uma parte dela porque o reconstruía-o, refazia-o, moldando no homem lindo que fora antes do acidente. Era uma criação dela.
E, de repente, quis descansar a face na cabeça dele, sentir a textura sedosa de seus cabelos. Mas rejeitou o impulso, tão contrário a sua natureza. No entanto, a cabeça dele a atraía e moveu a mão do ombro para tocar-lhe as mechas escuras.
— Com esse cabelo está começando a parecer um cão pastor — a voz dela era um pouco trêmula e com um indício da risada que partilhavam com tanta freqüência agora.
— Então corte para mim — a voz era preguiçosa e deixou a cabeça encontrar uma posição confortável no ombro dela.
— Confiaria em mim para cortar seus cabelos? — Estava um pouco atônita.
— É claro. Se posso confiar meu corpo a você, por que não minhas mechas?
— Então vamos fazer isto agora — deu-lhe uma palmadinha no ombro, — Gostaria de saber se tem orelhas. Vamos, saia de cima de mim.
Um tremor percorreu seu corpo e virou os olhos para ela, tão verdes e tão abissal. Sabia o que ele pensava, mas desviou o olhar e se recusou a deixar o momento se estender.

Uma intimidade sem nome os envolvera. Estava abalada, no entanto não podia dizer que realmente sentia medo. Era... estranho, e a testa dela adquiriu uma ruga pensativa enquanto usava a tesoura nos cabelos bastos. Tratava-se de um paciente e aprendera a não ter medo de seus pacientes. Aproximara-se mais dela do que jamais permitira qualquer um se aproximar, mesmo as crianças que lhe tocavam mais o coração. Era o desafio de sua carreira; tornara-se tão importante, mas ainda era um homem e não conseguia compreender o motivo por que não lhe despertava aquela sensação doentia e gelada que normalmente sentia quando um deles se aproximava. Alfonso podia tocá-la e não conseguia tolerar o toque de nenhum outro homem.