Fanfic: Desperte comigo (adaptada) aya finalizada | Tema: ponny e vondy

Moveu-se pela sala, guardando coisas e preparando a massagem que faria nele quando saísse da banheira, mas suas ações eram puramente automáticas. A conversa tinha sido casual, até mesmo trivial, mas ela sentia alguma coisa totalmente diferente sob as palavras. Olhava-a, via-a como uma mulher, não uma terapeuta. Estava, ao mesmo tempo, amedrontada e excitada com seu sucesso porque esperava que demorasse muito mais para lhe dar atenção. A maneira intencional como a olhava enviava mensagens que não estava treinada para decifrar. Como terapeuta, sabia instintivamente do que seus pacientes precisavam, como mulher, era totalmente ignorante. Nem mesmo tinha certeza se não a olhava com desdém.
— Está bem, agora chega — disse, rouco, rompendo sua linha de pensamento. — Espero que Alberta não tenha ficado com raiva de mim porque estou com fome. Acha que me alimentará?
— Dulce e eu lhe daremos nossas sobras — ofereceu Anahi, generosa, e ganhou dele um olhar apreciativo.
Minutos depois, estava deitado de bruços, na mesa de massagem, uma toalha em torno dos quadris, suspirando de contentamento enquanto os dedos fortes de Anahi faziam sua mágica na carne dele. Repousou o queixo sobre os braços cruzados, a expressão ausente e absorta, um homem concentrado em planos secretos.
— Quanto tempo mais até conseguir andar? Continuou a trabalhar nas pernas dele enquanto considerava a resposta.
— Quer dizer, até que dê os primeiros passos ou caminhe sem ajuda?
— Os primeiros passos.
— Vou arriscar a dizer seis semanas, embora seja apenas uma avaliação generalizada — advertiu. — Não estou fazendo promessas. Pode conseguir em quatro ou cinco semanas ou pode levar dois meses. Realmente, depende do programa de terapia que planejei, se foi mesmo bom. Se você se esforçar demais, pode se prejudicar e então levará mais tempo.
— E quando à dor, diminuirá?
— Quando os músculos se acostumarem com seu peso e com os movimentos. Suas pernas ainda estão dormentes?
— Inferno, não — gemeu — posso sentir quando me toca. Mas depois daquelas câimbras da noite passada, não tenho certeza se quero.
— É o preço a pagar — provocou, então lhe deu uma palmada leve no traseiro. — Hora de se virar.
— Gosto deste vestido — estava deitado de costas e podia olhá-la. Anahi não ergueu os olhos e se manteve flexionando os dedos num ritmo constante. Quando ela não respondeu, ele se esforçou um pouco mais. — Tem pernas sensacionais. Vejo-a todos os dias, vestindo quase nada, mas não tinha percebido como suas pernas são maravilhosas até vê-la neste vestido.
Ergueu uma sobrancelha. Aquele comentário confirmou sua suspeita de que não estivera consciente dela como uma mulher. Virou-se de lado para ele enquanto esfregava as mãos pela panturrilha da perna direita, esperando que a massagem vigorosa impedisse que tivesse câimbras. Quando o toque quente da mão dele repousou em sua coxa nua, deu um grito abafado e endireitou o corpo.
—Alfonso! — Exclamou, empurrando freneticamente a mão num esforço para tirá-la de seu vestido. — Pare com isto! O que está fazendo?
— Está brincando com minhas pernas — a voz era muito calma — então é justo que brinque com as suas.
Os dedos dele estavam entre suas pernas e o polegar na parte externa da coxa e ela se encolheu com a sensação da mão, enquanto a outra perna pressionou instintivamente para impedir o movimento para cima. O rosto ficou vermelho.
— Gosto disto — a voz era rouca, os olhos brilhantes. — Suas pernas são tão fortes, tão lisas. Sabe qual é a sensação da sua pele? Cetim frio.
Ela se virou, tentando se libertar da mão e, para seu susto, os dedos escorregaram ainda mais para cima. Inspirou com força e prendeu o ar, então ficou imóvel, olhos abertos e alarmados enquanto tentava acalmar a sensação de pânico no estômago. O coração disparou.
— Por favor, solte-me — sussurrou, esperando que o tremor em sua voz não fosse percebido se não gritasse.
— Está bem — concordou com um pequeno sorriso. Quando começou a se sentir aliviada, ele acrescentou: — Se você me beijar.
Agora o coração dela batia com tanta força, num ritmo tão frenético que levou a mão ao peito numa tentativa de acalmá-lo.
— Eu... só um beijo?
— Não posso dizer — disse, a voz lenta, os olhos nos lábios dela. — Talvez, talvez não. Depende do quanto vamos gostar. Pelo amor de Deus,Anny, já a beijei antes. Não estará violando nenhum voto sagrado de não se envolver com um paciente. Um beijo não é o que chamo de envolvimento.