Fanfic: Desperte comigo (adaptada) aya finalizada | Tema: ponny e vondy

Anny decidiu que Christopher era astuto demais, assim interrompeu a conversa e se virou energicamente para suas malas, ajudando-o a levá-las para o carro dele. O veículo que ela usava era alugado e, depois de trancar a casa de praia e devolver o automóvel, estava pronta para partir.

Mais tarde, quando estavam no jato particular voan­do para Phoenix, começou a fazer perguntas a Christopher  sobre o paciente. Do que gostava? O que odiava? Quais eram seus hobbies? Queria saber tudo sobre sua educa­ção, visão política, cores favoritas, tipo de mulher com quem saía ou sobre a esposa, se fosse casado. Descobrira que esposas geralmente tinham ciúmes do relaciona­mento íntimo que se desenvolvia entre uma terapeuta e seu paciente e queria saber o máximo que pudesse sobre uma situação antes de enfrentá-la.

Christopher  sabia praticamente tudo sobre a vida pessoal de Alfonso e finalmente Anny lhe perguntou qual era seu relacionamento com o homem.

A boca firme se abriu num leve sorriso.

— Sou vice-presidente da empresa dele, assim sei tudo sobre suas operações de negócios. E sou também seu cunhado. A única mulher com quem terá de lidar é minha esposa,Dulce, que é irmã caçula dele.

— Por que diz isso? Vivem na mesma casa com o Alfonso?

— Não, mas isso não quer, dizer nada. Desde seu aci­dente, Dulce passa praticamente todo o tempo com ele e sei que não ficará satisfeita quando você chegar e des­viar a atenção. Sempre adorou Alfonso, quase como uma obsessão. Quase enlouqueceu quando achamos que ele poderia morrer.

— Não permitirei nenhuma interferência no meu programa terapêutico — havia um tom calmo de firme advertência na voz de Anny. — Cuidarei de todos os aspectos de sua vida, todas as suas horas, visitas, alimentação, inclusive os telefonemas que recebe. Espero que sua esposa compreenda isso.

— Vou tentar convencê-la, mas Dulce é exatamente como Alfonso. Teimosa e determinada e tem a chave da casa.

— Vou mandar trocar as fechaduras — pensou em voz alta, perfeitamente séria em suas intenções. Irmã amo­rosa ou não, Dulce Ucker não teria permissão para as­sumir o comando ou se intrometer na sua terapia.

— Ótimo — aprovou Christopher, uma ruga se formando na testa austera. — Gostaria de ter minha esposa de volta.

Começava a parecer que tinha algum outro motivo para querer que seu cunhado andasse de novo. Era evi­dente que, nos dois anos que haviam se passado desde o acidente, a irmã negligenciara o marido para cuidar do irmão e aquilo estava estragando o casamento. Era uma situação na qual não queria se envolver, mas dera sua palavra de que cuidaria do caso e não traía a confiança das pessoas.

Devido à diferença no fuso horário, era o meio da tarde quando Christopher  a levou de carro para o bairro exclusivo de Phoenix onde Alfonso vivia. Desta vez, era um Lincoln, branco, luxuoso e fresco com o ar condicionado. Quando dirigiu pela alameda circular até a casa estilo hacienda, ela viu que também parecia luxuosa e fresca.

Chamá-la de casa era como chamar um furacão de vento; aquilo era uma mansão. Branca e misteriosa e mantinha seus segredos escondidos atrás de muros altos, mostrando apenas uma fachada graciosa aos olhares curiosos. A paisagem era maravilhosa, mistura das plan­tas naturais do deserto e do verde luxuriante, produto de cuidadosa irrigação. A alameda de entrada continua­va até os fundos da construção, onde ficava a área de garagem, como Christopher  contara a Anny, mas ele parou diante da entrada em arco da frente.

Quando entrou no imenso foyer, pensou que estava no jardim do paraíso. Havia uma serenidade no lugar, uma simplicidade digna formada pelos frescos azulejos de um marrom-claro do piso, as simples paredes bran­cas, o teto alto. A hacienda fora construída no formato de um U em torno de um pátio aberto que era fresco e perfumado, com uma fonte de mármore rosa no cen­tro lançando água fresca no ar. Podia ver tudo porque a parede interna do foyer, do teto ao chão, era de vidro.