Fanfic: Desperte comigo (adaptada) aya finalizada | Tema: ponny e vondy

A dor que inundou seu coração disse que, finalmente, acertara no motivo por que ela queria partir. Tinha medo de acreditar no amor porque ninguém nunca a amara. Olhou-o atenta; consciente de que havia chegado a um marco em sua vida. Podia se manter em segurança e partir, mas as pessoas que buscavam segurança jamais conheciam o deslumbramento de percorrer todo o caminho de colocar seus corações em risco. Jamais corriam perigo nenhum e assim nunca ganhavam nada. Tudo tinha seu preço, lembrou de novo. Tudo o que podia fazer era tentar. Se vencesse, se por algum milagre ganhasse a maçã de ouro, sua vida seria completa. Se perdesse, estaria mesmo pior do que estava agora? Já o amava; deixá-lo agora tornaria a dor menor do que deixá-lo mais tarde?
— Está bem — disse, a voz tensa, consciente de que estava queimando as pontes. Podia sentir o calor dele em seu corpo. — Ficarei com você. Mas não me peça para me casar, pelo menos não agora. Vamos ver como as coisas funcionam. É muito mais fácil a recuperação depois de um caso do que quando um casamento não dá certo.
Ele ergueu uma sobrancelha.
— Não é muito confiante, é?
— Sou... cautelosa — admitiu. — O casamento foi traumático para mim. Vamos dar um passo de cada vez. Se... se tudo der certo, casarei com você quando quiser.
— Vou cobrar — murmurou. — Gostaria de me casar agora. Gostaria de engravidá-la agora, se pudesse. Esperava que dedicássemos muito tempo a esse projeto, mas agora vou ter de tomar precauções. Nossos filhos só virão depois que estivermos casados por nove meses. Ninguém vai fazer as contas e desprezar nossos bebês.
Os olhos dela eram poços dourados, tão grandes de assombro que praticamente tomavam todo o seu rosto. A ideia de ter filhos era tão atraente, tão maravilhosa que ficou tentada a dizer que se casaria naquele momento. Sempre quisera filhos, ser capaz de usar o profundo reservatório de amor que se acumulava nela. O cuidado e a afeição que nunca recebera de sua mãe estavam lá, esperando pacientemente por uma criança. O bebê de Alfonso : olhos verdes, cabelos escuros; aquele adorável sorriso que fazia surgir a covinha escondida. Mas não podia jogar com uma criança, assim não disse nada, apenas ofereceu:
— Vou ver um médico e conseguir a receita para um anticoncepcional.
— Não — recusou com um tom definitivo — nada de pílulas. Não vai correr nenhum risco, por menor que seja, com seu corpo. Posso lidar com isso sem nenhum perigo e é assim que faremos.
Não se importava, o pensamento de que estava disposto a assumir a responsabilidade pela segurança dela lhe causou uma sensação calorosa. Colocou os braços em torno dele e se aninhou, sentindo seu cheiro.
— Diga que me ama — exigiu, segurando-lhe o queixo e erguendo seu rosto para o dele. — Sei que me ama, mas quero ouvi-la dizer.
Ela lhe lançou um sorriso trêmulo,
— Amo você.
— Foi o que pensei — havia enorme satisfação na expressão do rosto dele quando a beijou como recompensa. — Tudo vai dar certo, querida, apenas espere para ver.

Não ousava ter esperanças, mas parecia que ele podia ter razão. Alfonso comprou uma bengala negra e fina, que parecia mais um complemento sexy do que alguma coisa que realmente usava para se apoiar, e todas as manhãs Miguel o levava de carro para o trabalho.
A princípio, Anahi se afligia durante todo o tempo em que ficava fora. Temia que pudesse cair e se machucar, que tentasse se esforçar demais e se cansar, Depois de uma semana, foi obrigada a admitir que o desafio de trabalhar de novo lhe fazia muito bem. Ao contrário de cair, cada dia parecia melhor, andando mais depressa e com menos dificuldade. Nem precisava temer que estivesse se esforçando demais; estava em excelentes condições, graças ao programa que criara.
Quase enlouqueceu ao pensar em todas as mulheres com quem fazia contato todos os dias; sabia bem como era atraente, principalmente com aquele leve defeito na perna. Quando voltou para casa no primeiro dia, prendeu a respiração, esperando que ele dissesse alegremente:
— Bem, estava certa; foi apenas uma paixonite e pode partir agora.
Mas nunca disse. Voltava para casa tão ansioso como ia para o trabalho e passavam as tardes na academia ou nadando, se o dia estivesse quente. Dezembro era um mês agradável e a temperatura à tarde era amena, embora à noite caísse para quase ao ponto de congelamento. Alfonso decidiu mandar colocar um aquecedor na piscina para que pudessem nadar à noite, mas tinha tanta coisa em mente que estava sempre adiando sua instalação. Anahi não se importava se a piscina ficasse aquecida ou não; por que se dar ao trabalho de nadar quando era muito melhor passar as noites nos braços dele?
O que acontecesse, qualquer que fosse o fim determinado para a história, sempre o amaria por havê-la libertado de sua gaiola de medo. Nos braços dele, esquecia o passado e se concentrava apenas no prazer que lhe dava, um prazer que retribuía com todo o coração e alegria.

Era o amante de que precisava, tinha maturidade para compreender as recompensas da paciência e a astúcia de, algumas vezes, ser impaciente. Dava, exigia, acariciava, experimentava, ria, provocava e satisfazia. Sentia-se tão fascinado pelo corpo, dela como Anahi pelo dele e esta era a espécie de admiração aberta de que precisava. Os acontecimentos que a tinham modelado a fizeram cautelosa, mesmo quando esta emoção era felicidade, e a absoluta honestidade com que a tratava deu-lhe o impulso de que precisava para se assumir como uma mulher, finalmente segura de sua feminilidade e sexualidade.