Fanfic: Desperte comigo (adaptada) aya finalizada | Tema: ponny e vondy

A paixão da noite anterior não se repetiu; quando finalmente foi para a cama, atirou o braço sobre ela e dormiu quase antes de resmungar um boa noite. Ficou ouvindo sua respiração calma por um longo tempo, sem querer dormir e perder um só momento de seu tempo com ele.

Com calma resignação, fez planos no dia seguinte para seu futuro; entrou em contato com o dr. Norwood e aceitou um caso, então reservou uma passagem num voo para Milwaukee. Seu paciente seguinte ainda estava hospitalizado, mas em três semanas poderia começar a terapia, assim isso lhe dava três semanas para passar com Alfonso.

A cada dia ficava mais distante dela, mais envolvido com seu trabalho, precisando cada vez menos de Anahi. Em seus momentos de fraqueza, tentava se convencer de que era porque ele tinha tanto trabalho a fazer, mas não acreditava nisso por muito tempo. Reagiu fazendo o que sempre fizera, escondendo sua dor e infelicidade num canto escuro da mente e construindo uma muralha em torno dele. Mesmo se a matasse, deixaria-o com a cabe­ça erguida e não o aborreceria chorando. Ele não gosta­ria e, de qualquer maneira, não era do tipo que chorava. Não lhe diria nada sobre o que sentia; só que tinha dúvidas sobre o casamento e que achava que seria uma boa idéia passarem algum tempo separados. Contaria a ele que aceitara um novo caso e que, quando terminas­se o trabalho, poderiam discutir a situação. A consciên­cia dele não o incomodaria se fizesse as coisas daquela maneira, ficaria aliviado por ter sido idéia dela.

Soube que Christopher voltara à cidade quando ele tele­fonou e pediu para conversar com ela em particular. Hesitou e ele compreendeu e explicou:

— Dulce sabe que estou aqui, foi ela que sugeriu que conversasse com você.

Por que iria querer que Christopher conversasse com Anahi? O que poderia lhe dizer que a esposa não pu­desse tão bem quanto ela? Mas uma terceira pessoa algumas vezes podia ver a situação de uma forma mais clara do que as envolvidas, assim concordou.

Chegou no começo da tarde. Parecia mais jovem, bronzeado por suas semanas em Aspen ao sol do inver­no e muito mais relaxado. As linhas de tensão haviam desaparecido do rosto e substituídas por um sorriso.

— Está ainda mais linda do que antes — disse, debruçando-se para beijar seu rosto.

Não se afastou; Alfonso lhe ensinara que nem todos os homens precisavam ser temidos. Sorriu para ele.

— Também está com ótima aparência. Devo enten­der que já esteve com Dulce?

— Jantamos juntos ontem à noite e me mandou vir vê-la.

— Por quê? — Anahi estava perplexa.

Foram para o pátio e se sentaram ao sol. Com as pa­redes da casa protegendo-os do vento, o dia frio de ja­neiro era agradável e nem precisou usar um suéter.

Chistopher se recostou nas costas de concreto do banco e cruzou um tornozelo sobre o joelho. Percebeu, distraída, que usava jeans, a única vez em que o vira com uma roupa tão casual, e um pulôver azul que fazia os olhos cinzentos parecerem azuis.

— Porque é uma mulher inteligente — respondeu, pensativo. — Soube desde o princípio que me senti atraí­do por você e nosso casamento não pode dar certo se estiver entre nós.

Anahi arregalou os olhos.

— O quê? — A voz era fraca. — Mas... mas tem sido tão amigável, tão aberta...

— Como disse, é uma mulher inteligente. Sabia que não retribuía meu interesse. Jamais foi capaz de ver nin­guém além de Alfonso. A maneira como me sinto sobre você é uma coisa que tenho de resolver sozinho.

Anahi balançou a cabeça. 

— Isto é ridículo. Não me ama, nunca me amou. Sempre foi louco por Dulce.

— Eu sei — admitiu, então riu. — Mas, por algum tempo, fiquei muito confuso. Minha esposa não parecia se importar se estava por perto ou não e lá estava você, tão adorável que até doía olhá-la, tão forte e segura. Sabia o que queria e não deixava que ninguém ficasse em seu caminho. O contraste era impressionante.