Fanfic: Desperte comigo (adaptada) aya finalizada | Tema: ponny e vondy

Quando recebeu um cheque com uma grande quan­tia, enviada pelo dr. Norwood, teve de se esforçar para não gritar alto de dor quando viu a assinatura dele. Queria rasgá-lo, mas não podia. O cheque tinha o valor exato que fora combinado pelo tratamento. Traçou com a ponta do dedo a assinatura forte, ousada. Era exata­mente como sabia que seria, quando estivesse longe dele, se tornaria apenas uma parte de seu passado. Fizera, o que era melhor, mas não soubera que teria de viver o resto de sua vida em agonia.

Com grande determinação, dedicou-se a reconstruir as defesas que deixara cair. Precisava delas, para deixar para trás as lembranças e a dor, para manter a escuridão a distância. Um dia, pensou, olhando o cinzento céu de inverno, encontraria a alegria de viver de novo. Um dia o sol brilharia de novo.

Havia exatamente um mês que estava com os Colberts quando foi chamada ao telefone. Franzindo a testa, per­plexa, deu a Kevin seu livro de colorir e os lápis de cor para ocupá-lo até voltar, então foi ao corredor atender o telefonema.

— É um homem — sussurrou Francine, sor­rindo, deliciada, então saiu para ver o que havia aconte­cido a Cici que gritara de repente como se estivesse sendo escalpelada.

Annie levou o aparelho ao ouvido.

— Alô — disse, cautelosa.

— Não vou mordê-la — disse, divertida, uma voz profunda e rica, e se recostou na parede quando seus joelhos pareceram se dobrar debaixo dela.

—Alfonso! — Sussurrou.

— Você está aí há um mês. Seu paciente já se apai­xonou?

Fechou os olhos, combatendo a mistura de dor e pra­zer que fazia sua garganta ameaçar se fechar. Ouvir sua voz a deixou toda fraca e não sabia se queria rir ou chorar.

— Sim, está loucamente apaixonado por mim.

— Como é? — Rosnou Alfonso.

— É um louro lindo, com grandes olhosverdes, não tão escuros quanto os seus. Fica amuado por horas se não vence quando jogamos Pescaria — enxugou uma lá­grima do rosto.

Alfonso riu.

— Parece que é um rival e tanto. Qual é a altura dele?

— Oh, não sei, a altura média de um menino de cin­co anos de idade, suponho.

— Bem, isto é um alívio. Acho que posso deixá-la sozinha com ele por mais alguns meses.

Quase deixou o telefone cair e precisou segurar o fio antes que ele chegasse ao chão. Colocou-o de novo na orelha e o ouviu dizer:

— Ainda está aí?

— Sim — e enxugou outra lágrima.

— Andei pensando muito — disse ele casualmen­te. — Disse muitas e muitas vezes que eu não a amava; explicou em grande detalhe porque não podia. Mas uma coisa que nunca disse é que você não me ama e parece que esta devia ser a razão principal para romper um noi­vado. Bem?

O que ele queria? Se assegurar de que estava bem, que não estava sofrendo? Mordeu o lábio, então disse, a voz fraca.

— Não amo você.

— Está mentindo — a voz se tornou dura e pode sen­tir a raiva dele surgir. — É tão louca por mim que está aí chorando, não está?

— Não — negou, enxugando furiosamente o rosto.

— Está mentindo de novo. Tenho uma reunião espe­rando por mim, assim vou deixá-la voltar para seu pa­ciente, mas ainda não acabei com você. Se achou que podia acabar com tudo quando tomou aquele avião, ainda tem muito a aprender a meu respeito. Vou ligar de novo. Sonhe comigo, doçura.