Fanfic: Desperte comigo (adaptada) aya finalizada | Tema: ponny e vondy

Ninguém jamais a amara antes. Ninguém jamais se preocupara com ela, abraçara-a enquanto chorava, con­fortara-a quando estava aborrecida ou angustiada... com exceção de Alfonso. Fizera todas aquelas coisas. Até mesmo Christopher pensara que era forte e confiante, mas Alfonso vira sob a superfície, percebera como era vulnerável, como era facilmente ferida. Ele substituíra as lembranças de violência por lembranças de amor. Agora, quando sonha­va com o toque de um homem, era com o toque dele que sonhava e isso a enchia de uma necessidade dolorosa.

Alfonso a amava! Era inacreditável, mas tinha de acreditar. Libertara-o do compromisso, esperando que a esquecesse, mas aquilo não acontecera. Não tinha sido um caso de longe dos olhos, longe do coração. Dera-se ao trabalho de descobrir onde ela estava e lhe dera tempo para pensar sobre uma vida sem ele antes de telefonar. Não desistira.

A medida que os dias se passavam, seguia rigorosamen­te a rotina de terapia com Kevin com um sorriso, canta­rolando constantemente. Mostrava-se sempre tão disposto a fazer tudo o que mandava que era um prazer trabalhar com ele e sabia que logo não precisaria mais dela. O aci­dente de carro que o machucara já fora esquecido há muito tempo e agora apenas se preocupava com a possibi­lidade de poder jogar bola quando o verão chegasse.

— Como vai seu paciente? — Perguntou Alfonso da vez seguinte em que telefonou e Anahi sorriu ao som de sua voz.

— Está indo maravilhosamente bem. Estou prestes a promovê-lo para um andador.

— Boa notícia e não apenas para ele. Isto significa que poderá ter uma longa lua de mel.

Ela não disse nada, apenas ficou lá sorrindo. Não, Alfonso Herrera não desistia. Qualquer outro homem teria largado tudo, aborrecido, mas quando decidia que queria alguma coisa ele a perseguia.

— Você desmaiou? — Perguntou, cauteloso.

— Não — disse ela, e começou a chorar. — É apenas que o amo tanto e sinto tantas saudades de você.

Ele deixou escapar um suspiro longo e trêmulo.

— Compreendo o sentimento deles — resmungou e, ao olhar interrogador, sorriu de novo. — Sou um dos an­tigos pacientes — explicou.

— Cuide bem dela — pediu. — Foi tão boa com Kevin, conseguiu mantê-lo ativo e alegre, impediu que ficasse entediado. É especial.

— Eu sei — disse Alfonso com gentileza.

Anahi dobrou a curva da escada com duas crianças chorosas nos braços; parou quando o viu e seu rosto se iluminou.

— Você veio — sussurrou, como se não tivesse ousado realmente acreditar.

— Com os sinos tocando — disse, e subiu os degraus num pulo gracioso que fazia do leve defeito da perna uma brincadeira. Não havia como tomá-la nos braços sem incluir as crianças, assim abraçou os três e a beijou. Cici enfiou o dedo entre suas bocas e riu.

Alfonso afastou a cabeça para trás e olhou a garotinha com uma expressão severa, que devolveu com um olhar direto de total inocência.

— É o homem que vai levar Annie embora? — Pergun­tou Kevin, choroso e erguendo o rosto molhado do pescoço de Anahi.

— Sim, sou — respondeu, muito sério — mas prometo tomar muito cuidado com ela se me deixar levá-la. Também fui paciente a ainda preciso muito dela. Minha perna dói à noite e precisa fazer massagem.

Aquilo Kevin podia compreender e, depois de um momento, acenou.

— Está bem — suspirou — é realmente boa em fazer massagens nas pernas.