Fanfic: Everything Can Change? - Vondy #FINALIZADA | Tema: Adaptada

033 – Uma Morte

Dias atrás ....

Diego Hernández foi levado diretamente para a cadeia, onde passou a noite e um dia , mas durante o correr da madrugada nenhum policial ousou encostar a mão nele, haviam preferido deixar o trabalho sujo para os presos , contudo nenhum advogado ousou pegar o caso de Diego, pois parte temia Christopher e os demais a Fernando , ninguém queria problemas com os homens mais poderosos deMéxico, então para a desgraça de Diego apenas lhe restou a defesa de um defensor publico , que apenas pretendia mover o mínimo possível em auxilio a seu cliente e esse mínimo não envolvia sua liberdade .

Pela manhã Diego foi transferido até a penitenciaria Estadual da cidade de México, onde permaneceria até seu julgamento, logo que chegou o obrigaram a se despir e vestir um macacão na cor laranja e um calçado no pé que mais parecia uma meia, tendo que deixar todos seus pertences para trás ele foi guiado até sua cela, porém a cela não seria apenas sua , ele teria que dividir com mais quatro presos, aquele pequeno espaço , que continha quatro camas feitas com cimentos e um colchão jogando no chão, onde as necessidades eram feitas em um pequeno buraco feito no chão , a única forma de higiene era uma torneira fixada em um pia, onde a velocidade da agua era apenas gotas o chuveiro não era muito melhor , o chuveiro não era propriamente um transformador elétrico, mas sim um cano ,onde saiam apenas algumas gotas, essa era a nova morada de Diego Hernández.

–Carne nova rapazes a ordem e que o tratem como um príncipe – anunciou o carcereiro , levando seu cassetete contra as grades , na intenção de chamar a atenção dos homem que habitavam aquele pequeno lugar , habilmente ele abriu a cela com seu molho de chaves, levou sua mão até o braço de Diego o agarrando e o empurrando para dentro daquele lugar - Façam bom proveito - terminou o carcereiro cerrando a cela e virando-se para sair

Diego olhava para seus companheiros de cela assustado, os homens eram de uma estrutura maior que a sua, suas expressões não eram as mais amigáveis, tinham a pele toda tatuada, com imagens que apenas alguém que habitasse aquele ambiente saberia reconhecer seus significados .

–Como se chama? –indagou um com uma voz grossa e forte

–Di...Di.. Diego – gaguejou Diego , levando suas mãos até a cela fria e pressionando seus dedos com força, ele encostou sua cabeça na tentativa de ver se podia chamar alguém em seu socorro caso algo acontecesse, mas infelizmente não teve êxito .

–Ainda por cima é gago – falou outro preso chegando perto dele e encostando seu corpo no seu – Os gagos são os que mais nos encantam , pois eles não conseguem gritar – informou o preso rindo e olhando para os demais companheiros que também gargalhavam .

– Que tal começarmos logo a diversão – sugeriu um dos presos enquanto olhava para os demais

– Agora! Perfeito! Já! – houve um misto de resposta de todos , que iam em direção a Diego.

Rapidamente uma mão puxou Diego e o puxou para trás, ele estava tomado pelo medo que mal conseguia proferir um ruído , logo pode sentir duas mãos rasgarem seu macacão na parte da frente o abaixando rapidamente, deixando seu corpo nu totalmente exposto.

–Por favor! Não – murmurou ele em um sussurro quase sem som

– Adoro quando eles suplicam – respondeu uma voz grossa

Em poucos segundos Diego pode sentir duas mãos afastarem suas nadegas e algo grosso e duro invadir seu ânus.

–Socorro!- gritou ele tentando se soltar .

Mas as tentativas de Diego de soltar seu corpo das garras daqueles homens foram em vão, apenas como resposta a seus pestanejos recebeu vários socos na região de seu abdômen .

–Quietinho princesa – ordenou um dos presos – Agora é a minha vez – anunciou ele .

Lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Diego, que murmurava algumas palavras como se estivesse orando . Porém parecia que os anjos haviam esquecido dele naquele dia, pois aquela tortura se seguiu durante todo o tempo em que o Sol estava alto, apenas cessando , quando o Sol ameaçava se por e a Lua aparecer.

Quando os carcerários o encontraram ,Diego já estava inconsciente e caído em meio a sua cela, sem muita pressa o levaram até a enfermaria, onde ele agonizou esperando o doutor que fazia sua refeição noturna. Finalmente quando o medico foi ao seu socorro , pouco o fez apenas ousou a falar ao telefone

–Não resta muito tempo ao miserável – informou o médico ao delegado Andres que encontrava-se do outro lado da linha – Creio que em poucas horas podemos anunciar seu óbito – afirmou o medico com uma naturalidade .

Diego agonizou permanecendo ora em estado de consciência, ora em estado de pouca consciência e ora em estado nenhum de consciência , mas essas alternâncias duravam poucos segundos, porém aquela agonia se prolongou durante uma longa hora para ele, que por fim desistiu de lutar por manter-se em seu corpo, que estava praticamente falhando devido as varias hemorragias internas que haviam dentro de si .

–Dulce!– proferiu Diego em um sussurro, por fim desistindo de lutar por sua vida e entrando em óbito, sozinho, em uma enfermaria de uma penitenciaria e em um estado mínimo de consciência.

Mansão Uckermann ....

– O que houve com o Diego? - indagou Dulce parada na porta do escritório, encarando seu marido .

Dulce pode perceber uma expressão de espanto formar no rosto de seu marido ao encontra-la ali, mas ela necessitava saber o que havia se passado com Diego , mesmo sendo culpa dele seu estado atual, ainda ele era um ser humano, que havia acabado naquela circunstância por sua culpa. Porém antes que Christopher pudesse proferir qualquer palavra o telefone voltou a soar e habilmente Dulce viu ele levar o aparelho até seu ouvido e em poucos segundos sua expressão se tornar em uma expressão calma, até de alivio e certa felicidade .

–Obrigado Andres! – proferiu Christopher finalizando a chamada e pousando o telefone em sua base

–Então León não vai responder minha pergunta? –indagou Dulce  o fitando com uma expressão seria

–O Diego faleceu – informou Christopher em um tom calmo e naturalmente – Ele havia sido preso e acabou sendo torturado e outras coisas que não vem ao caso , isso o levou a óbito a poucos minutos – terminou Christopher em um tom frio

Dulce ao ouvir aquelas palavras , pareceu ficar sem chão, rapidamente ela levou seu olhar para baixo , tentando constatar que ainda estava sobre algo firme, aquela noticia a havia afetado, não conseguia acreditar que Diego estava morto, apesar de tudo que ele lhe fez passar , ele era um ser humano que não merecia morrer, ela queria vê-lo preso por sua segurança e para a dele, mas jamais havia desejado a sua morte , afinal ele precisava de ajuda e tratamento. Ela pode sentir uma lágrima escorrer de seu olho esquerdo, aquela noticia havia feito seu peito ser tomado por uma tristeza . Contudo não podia acreditar na reação de Christopher, ele estava feliz com aquilo, estava feliz com a morte de outro ser humano , naquele instante Dulce apenas conseguia ver o homem que mais odiava o Christopher frio, possessivo e arrogante , odiava vê-lo assim .

–Dulce você ainda vai chorar por ele? – indagou Christopher com uma expressão de indignação em seu rosto

–Você prefere que sorria como você Ucker?- indagou Dulce em um tom alterando e mirando seu marido – Ele é um ser humano que não merecia isso- continuou Dulce em um tom alterado e com a expressão seria – Tudo isso aconteceu com ele por minha culpa – disse ela levando seu dedo indicador de encontro ao seu peito – Se não tivesse me envolvido com ele , nada disse teria passado – continuou ela alterada e o fitando e dando um risada irônica – Melhor nada disso teria passado com ele se você não tivesse voltado e oferecido dinheiro Ucker – continuou ela em um tom serio , proferindo um suspiro – Mas vamos mais para o passado , nada disso teria acontecido se você não tivesse me abandonado – gritou Dulce, enquanto algumas lágrimas escorriam por seu rosto.

Dulce apenas observou Christopher permanecer em silencio com suas palavras e como sempre mantendo aquela expressão fria e controlada , que ela tanto odiava, odiava quando ele se transformava naquela pedra de gelo que nada seria capaz de atingir, nem suas palavras .

–Sim Dulce – proferiu Christopher em um tom calmo a fitando – Tem razão é minha culpa ele ter entrado em sua vida- continuou ele , enquanto se dirigia ao bar que havia no cômodo , calmamente ele agarrou uma garrafa de uísque , a abriu com as pontas dos dedos, segurou a tampa e virou a garrafa derramando o liquido em um copo – Mas não foi culpa minha ele ter aceitado o dinheiro e te abandonado – proferiu ele fechando a garrafa e levando o copo até seus lábios e por fim se virando e encontrando o olhar de sua esposa – Então querida não me peça para ficar triste com a morte dele – murmurou Christopher a fitando e levando novamente o copo até seus lábios

– Como você consegue? – indagou Dulce com uma expressão de incredulidade

– Como consigo o que Violetta ? – indagou Christopher em um tom serio e frio

– Ser tão frio – murmurou Dulce o mirando – Ser essa pedra de gelo – disse ela esticando sua mão e apontando em direção ao seu marido- Um monstro! – murmurou ela suavemente as palavras .

Contudo para espanto de Dulce ao terminar de proferir aquelas palavras, observou a expressão de seu marido se transformar, de uma expressão fria em uma expressão que ela nunca havia visto antes, a expressão dele era um misto de raiva, magoa, loucura , era algo difícil de distinguir, Christopher por fim parecia fora de si, mas aquilo que tanto Dulce queria ver não a agradou e sim a assustou de uma forma que ela nunca havia ficado antes diante de Christopher .

–Eu que sou o monstro da historia Dulce? – indagou Christopher em um tom alterando e levando sua mão contra seu peito – Só porque não sinto pena daquele crápula - continuou ele falando cada vez mais alto – Porque teria o matado com as minhas próprias mãos se você não tivesse inconsciente naquele hospital – gritou Christopher a fitando com uma expressão alterada – Não Dulce, eu não sinto culpa nem nada por aquele maldito, porque ele me tirou tudo ! – gritou Christopher – Tudo Dulce! – continuou Christopher em um tom mais baixo – Ele matou meu filho – proferiu Christopher com os dentes cerrados – E levou você junto, porque a minha Dulce a mulher que eu amo , morreu a partir do momento que soube da perda do nosso filho – gritou Christopher completamente alterado enquanto a fitava e levando seu braço para trás e rapidamente o levando para frente, jogando o copo de encontro com a parede.

Dulce não sabia o que sentir, parecia que seu coração havia parado de bater com cada palavra que Christopher proferia , estava assustada com ele , nunca o havia visto assim , dentro de si havia um temor , mas ao mesmo tempo não podia nem queria aceitar aquilo que ele estava falando, não entendia como ele não era capaz de entender sua dor, ele estava sendo egoísta e injusto , afinal ele mesmo a culpava pela perda do bebê , ela sentia vontade de voar até ele com os punhos cerrados e bater em seu peito, para que assim ele voltasse a ser o Christopher de antes, aquele carinhoso e não aquela pedra, fria e agora maluco , mas infelizmente estava incapacitada de realizar tal ato .

–Você também esta me matando com cada olhar que me lança – murmurou Dulce calmamente – Ou cada olhar que não me lança, mas que no fundo sei o que significa – continuou Dulce calmamente – Sei que você me culpa pela morte do nosso filho- disse Dulce calmamente em um tom serio

Dulce pode observar a expressão de seu marido se abranger com cada palavra que proferia, por fim pode ver ele voltar ao normal, mas infelizmente sabia que era tarde demais para os dois, que pareciam estar no limite, devido a dor que sentiam, mas que não eram capazes de compartilhar .

–Dulce!- proferiu Christopher calmamente e a mirando com um olhar mais sereno – Você está .... – antes que ele pudesse terminar sua frase, Dulcle voltou a falar

– Não diga nada Ucker – murmurou Dulce, seguido de um suspiro e voltando a se movimentar em direção a porta – Boa noite !! – proferiu Dulce, andando o mais rápido que era capaz com aquelas muletas e suplicando que Christopher não a seguisse .

Para o alivio de Dulce ela chegou ao seu quarto, sem rastros de Christopher atrás de si, tranquilamente e com a cabeça baixa ela se dirigiu até a cama, as palavras de Christopher a haviam magoado, como ele poderia ser tão insensível a ponto de dizer que ela havia morrido, mas infelizmente ela sabia que seu marido tinha razão, realmente parte de si havia se partido naquele acidente, ela era capaz de reconhecer que não era mais a mesma depois de tudo ,que não era aquela Dulce que queria conquistar seu marido e temia que ele partisse, para seu desespero, sentiria até um alivio se ele atravessasse aquela porta e nunca mais regressasse. Enquanto pensava em tudo que havia discutido a instantes com seu marido, lágrimas começaram a escorrer por seu rosto, lentamente ela pousou sua cabeça em seu travesseiro e sem se dar conta , pegou no sono em meio a lágrimas.