Fanfic: Um vizinho pefeito DyC [terminada]
- Não fui ao supermercado ontem - explicou ele, sem conseguir deixar de pensar em Dulce. - Para jantar, geralmente faço um pedido a algum restaurante.
- Pelo mesmo telefone que você não atende? - Eu vou recarregar a bateria, Mandy.
- Espero que sim. Se pelo menos ele estivesse funcionando, agora estaríamos sentados a uma mesa do Four Seasons, tomando champanhe Cristal para comemorar. - Com um sorriso, acrescentou: - Fechei o contrato, Christopher. Rede de Almas vai se transformar em um grande sucesso do cinema. Terá os produtores que quiser, o diretor que preferir e a opção de fazer o roteiro pessoalmente. Tudo isso regado a uma generosa quantia, claro.
- Não quero que estraguem o roteiro - foi a primeira reação dele.
- Isso só dependerá de você. - Mandy suspirou.
- Para não correr o risco de que algo não o agrade, faça você mesmo o roteiro.
Sem dizer nada, Christopher se aproximou da janela, ainda tentando absorver a notícia. Um filme mudaria a perspectiva que a peça havia atingido no teatro, mas, por outro lado, geraria uma renda de milhões de dólares.
- Não quero me envolver demais nisso, Mandy. Toda aquela loucura do cinema não me agrada.
Ela serviu duas xícaras de café e se aproximou da janela, entregando uma a ele.
- Então faça apenas o trabalho de supervisão. Ou de consultoria, se preferir.
- Sim, acho que isso será suficiente para mim. Providencie tudo, está bem?
- Pode deixar comigo. Agora, se você conseguir parar de dar pulos de alegria, poderemos conversar sobre seu trabalho atual.
Christopher curvou os lábios, sem conter o sorriso.
Levado por impulso, deixou a xícara sobre o parapeito da janela e segurou o rosto de Mandy entre as mãos.
- Você é a melhor e, com certeza, a mais paciente empresária desse ramo.
- Está absolutamente certo. Espero que esteja tão orgulhoso de você quanto eu estou. Vai dar a notícia à sua família?
- Deixe-me primeiro digerir a idéia por alguns dias.
- A notícia vai se espalhar logo, Christopher. Não vai querer que eles a recebam por outros meios, não é?
- Tem razão - anuiu ele. - Vou ligar para eles. - Com um sorriso, completou: - Depois de recarregar a bateria do telefone, claro. Por que não saímos para comemorar, tomando champanhe?
- Pensando bem, por que não? Ah, só mais uma coisa - falou Mandy, em um tom casual. - Não vai me dizer o que está havendo entre você e a bela garota do apartamento 3A?
- Não tenho certeza de que haja alguma coisa para dizer - respondeu Christopher, em um resmungo.
Christopher continuava a não ter certeza sobre aquilo quando bateu à porta de Dulce naquela mesma noite. Mas sabia que tinha de fazer alguma coisa a respeito daquela sombra de indignação e tristeza que vira nos olhos dela, horas antes.
Não que aquilo dissesse respeito a ela de alguma maneira, lembrou a si mesmo. Não pedira a ela que bisbilhotasse sua vida. De fato, fizera tudo para que ela se mantivesse afastada. Pelo menos até a noite anterior, concluiu ele, com um suspiro exasperado.
Sempre detestara agir por impulso, e fora justamente isso que fizera na noite anterior. Para começar, não deveria ter aceitado sair com ela. Ainda mais por um motivo tão idiota. E muito menos beijá-la, ainda que por um motivo louvável: puro desejo.
Quando Dulce abriu a porta, Christopher estava mais do que pronto para um pedido de desculpas.
- Ouça, sinto muito - começou, com um certo tom de impaciência. - De qualquer maneira, isso não era da sua conta. Vamos apenas esclarecer as coisas.
Ele fez menção de entrar, mas parou de repente quando Dulce o deteve, levando a mão a seu peito.
- Não o quero na minha casa.
- Não diga tolices, Dulce, foi você quem começou. Talvez eu tenha deixado as coisas saírem um pouco do controle, mas...
- Comecei o quê?
- Isso!
Christopher levantou as mãos, aborrecido pela falta de palavras e detestando ver aquela sombra de tristeza no olhar dela.
- Tudo bem, eu comecei - Dulce admitiu. - Nunca deveria ter levado biscoitos para você. Sim, foi pura idiotice da minha parte. Também não deveria ter me preocupado em arranjar um emprego para você e nem em lhe oferecer uma refeição decente, por pensar que você não tinha condições de pagar uma.
- Droga, Dulce...
- Você deixou que eu pensasse tudo isso! - ela o interrompeu, furiosa. - Deixou que eu acreditasse que estava passando por dificuldades, que era um músico desempregado, e aposto que deve ter rido muito disso. O brilhante e premiado roteirista Christopher Uckermann, autor da magnífica peça Rede de Almas. Aposto que está surpreso por eu conhecer o seu trabalho. Uma idiota feito eu não anda por aí lendo críticas sobre peças de teatro.
Christopher continuou em silêncio, e ela o fez dar um passo atrás.
- Não é mesmo, Christopher? O que uma "desenhistazinha" de tiras cômicas de jornal iria entender de arte? Ainda mais sobre teatro, sobre literatura séria? Deve ter rido muito à minha custa, não? Seu arrogante elitista! - A voz de Dulce falhou, sendo que ela havia prometido a si mesma que isso não aconteceria. - Eu estava apenas tentando ajudá-lo.
- Mas eu não pedi sua ajuda. Eu não queria sua ajuda.
Christopher notou que ela estava prestes a explodir em lágrimas. E quanto mais isso se evidenciava, mais furioso ele se sentia. Sabia muito bem como as mulheres usavam o choro para arrasar um homem, e não deixaria isso voltar a acontecer em sua vida.
- Meu trabalho diz respeito apenas a mim - acrescentou.
- Seu trabalho é produzido na Broadway e, se você não sabe, isso o torna público – retrucou Dulce.
- Não tinha nada que andar por aí fingindo ser um saxofonista.
- Toco sax porque gosto de tocar, só isso. Não estava fingindo ser, alguma coisa, foi você quem deduziu isso.
- E você não fez a mínima questão de me esclarecer.
- E se eu tivesse feito isso? Eu me mudei para cá em busca de um pouco de paz e tranqüilidade. Queria ficar sozinho. Mas quando me dei conta, lá estava você me trazendo biscoitos, seguindo-me pela rua e me fazendo passar metade da noite em uma delegacia de polícia. Como se não bastasse, depois apareceu pedindo que eu saísse com você para se livrar do olhar bisbilhoteiro de uma mulher de setenta anos, só porque não tem coragem de dizer a ela para não se meter em sua vida pessoal. E quando pensei que já tinha visto tudo que poderia ver, qual não foi meu espanto ao receber a proposta de ganhar cinqüenta dólares por um beijo.
O sentimento de humilhação finalmente fez uma lágrima rolar pelo rosto de Dulce, enquanto uma espécie de nó se formava em sua garganta.
- Não comece com isso - disse Christopher.
- Quer que eu não chore vendo-o me humilhar desse jeito? Vendo você me fazer sentir idiota, ridícula e envergonhada? - Dulce não se importou com as lágrimas que começaram a molhar seu rosto. Simplesmente continuou a encarar Christopher com toda sua indignação. - Sinto muito, mas não sou tão fria assim. Ainda choro quando alguém me magoa.
- Foi você mesma quem pediu isso.
Christopher tinha de dizer aquilo. De fato, ele estava desesperado para acreditar naquilo.
- Você conhece os fatos, Christopher - disse ela, num fio de voz. - Tem todos eles à sua disposição, mas insiste em ocultar seus sentimentos por trás deles. Levei biscoitos para você porque pensei que poderia precisar de um amigo. Já me desculpei por havê-lo seguido, mas posso me desculpar novamente.
- Eu não quero...
- Ainda não terminei - Dulce falou com tanta dignidade que o fez sentir uma onda de culpa. - Levei-o para jantar porque não queria magoar uma senhora muito doce e por pensar que você poderia estar faminto. Gostei de sua companhia e senti algo diferente quando você me beijou. Na verdade, pensei que você também houvesse sentido. Portanto, você está certo - ela assentiu, enquanto outra lágrima rolava por seu rosto. - Fui eu mesma quem pediu isso. Suponho que guarde todas suas emoções para o seu trabalho e que por isso não encontre uma maneira de aplicá-las em sua vida. Sinto muito por você. E sinto muito por haver pisado em seu solo sagrado. Nunca mais farei isso.
Antes que Christopher pudesse pensar em algo para responder, Dulce fechou a porta. Então ele ouviu as trancas sendo acionadas com fúria. Girando sobre os calcanhares, voltou para seu apartamento e seguiu o exemplo dela, também fechando as trancas da porta.
Finalmente tinha o que queria, disse a si mesmo. Solidão. Quietude. Dulce não voltaria a bater à sua porta, não o interromperia, não o distrairia e nem o envolveria em conversas das quais ele não queria participar. Não lhe traria sentimentos com os quais ele não sabia o que fazer.
De pé, na sala vazia, suspirou alto. Estava exausto daquilo tudo.
Autor(a): theangelanni
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CAPÍTULO V Christopher só estava conseguindo dormir por alguns breves cochilos. E estes eram invadidos por sonhos, sempre envolvendo Dulce de alguma maneira. Via-se em lugares estreitos e era sempre como se ela o houvesse levado até ali. Então ela se aproximava e o sonho se tornava perigosamente erótico, fazendo-o acordar excitado e f ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 2103
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dayvondy99 Postado em 13/02/2015 - 16:04:42
Amei a web! Amei tbm o jeito arrogante e sexy do Uckermann do 3B kkkkkkkk... seria bom uma 2°tempora ja que a web permite isso. Bjs :* ;D
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jessikavon Postado em 01/11/2009 - 14:58:53
Q mara posta a nova logo...adoreiiii
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jessikavon Postado em 01/11/2009 - 14:58:52
Q mara posta a nova logo...adoreiiii
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natyvondy Postado em 01/11/2009 - 13:51:45
amei!!! *-*
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natyvondy Postado em 01/11/2009 - 13:51:43
amei!!! *-*
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natyvondy Postado em 01/11/2009 - 13:51:40
amei!!! *-*
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natyvondy Postado em 01/11/2009 - 13:51:26
amei!!! *-*
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natyvondy Postado em 01/11/2009 - 13:50:50
amei!!! *-*
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natyvondy Postado em 01/11/2009 - 13:50:48
amei!!! *-*
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natyvondy Postado em 01/11/2009 - 13:50:45
amei!!! *-*