Fanfics Brasil - Um vizinho pefeito DyC [terminada]

Fanfic: Um vizinho pefeito DyC [terminada]


Capítulo: 16? Capítulo

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CAPÍTULO V


Christopher só estava conseguindo dormir por alguns breves cochilos. E estes eram invadidos por sonhos, sempre envolvendo Dulce de alguma maneira. Via-se em lugares es­treitos e era sempre como se ela o houvesse levado até ali. Então ela se aproximava e o sonho se tornava perigosamente erótico, fazendo-o acordar excitado e furioso ao mesmo tempo.


Também não estava conseguindo comer. Era como se nada o satisfizesse, como se nada pare­cesse tão saboroso como a refeição que os dois haviam compartilhado noites antes. Passara a se sustentar de café, até sentir seus nervos à flor da pele e o estômago queimando em protesto.


Mas estava conseguindo trabalhar. Quando suas emoções ficavam tumultuadas, seus surtos de cria­tividade se tornavam mais intensos. Era quase do­loroso ter de arrancar aqueles sentimentos de seu próprio coração, transferindo-os para as atitudes de seus personagens, mas era assim que ele trabalhava. Sempre fora. Arrancando seus próprios sentimentos e fazendo-os dar vida e personalidade àquelas pes­soas, por meio das palavras. Em sua mente, era como se já visse a peça sendo encenada no palco, com toda aquela avalanche de emoções sendo tro­cada entre os atores e o público.


A certa altura, Christopher lembrou-se do que Dulce havia lhe dito antes de fechar a porta. Que ele devia usar todas as emoções no trabalho, esque­cendo-se de aplicá-las à própria vida.


Ela tinha razão, e talvez fosse melhor assim. Para ele, havia muito poucas pessoas nas quais poderia confiar. Seus pais, sua irmã... Ainda que sua necessidade de atender às expectativas deles agisse em sua vida como uma faca de dois gumes.


Havia também Delta e André, amigos leais que não esperavam dele mais do que poderia oferecer. Mandy, que sempre lhe chamava a atenção nos momentos certos e que o ouvia quando ele preci­sava de alguém para desabafar.


Não precisava de mais ninguém. Muito menos de uma mulher que, de um momento para outro, poderia decepcioná-lo. Não passaria novamente por isso. Aprendera a lição da primeira vez e ainda mantinha muito vívidas na lembrança todas as conseqüências que as atitudes de Pamela haviam provocado em sua vida.


Com todas suas mentiras, decepções e traições, ela meio que o deixara imunizado quanto àquele tipo de armadilha sentimental. Uma lição dura como aquela, aprendida aos vinte e cinco anos, não era algo fácil de se esquecer na vida de um homem. Desde que percebera a tolice que era acre­ditar no amor, nunca mais perdera tempo procu­rando por ele.


Ainda assim, não conseguia parar de pensar em Dulce.


Tinha ouvido ela sair várias vezes naqueles úl­timos três dias. E também flagrara-se distraído com o som de risos, vozes e música vindos do apartamento dela. Dulce não estava sofrendo, dis­se a si mesmo. Então por que ele estava?


Sentimento de culpa, concluiu. Havia magoa­do uma pessoa especial, ainda que sua atitude não houvesse sido necessária ou intencional. Havia-se deixado levar pelo charme de Dulce, mesmo relutantemente. Não tivera intenção de magoá-la ou de fazê-la se sentir a pior das cria­turas. As lágrimas de uma mulher ainda surtiam um forte apelo em seu ser, por mais que ele sou­besse quanto elas podiam ser sinal de falsidade e de manipulação.


No entanto, as lágrimas Dulce não haviam lhe parecido falsas ou manipuladoras. Muito pelo contrário.


Por fim, convenceu-se de que não resolveria seu problema, enquanto não esclarecesse aquilo tudo de uma vez. Não havia se desculpado devidamen­te. Sim, iria pedir desculpas mais uma vez, agora que Dulce havia tido algum tempo para refletir sobre o que havia acontecido.


Não havia motivo para os dois se tornarem ini­migos, claro que não. Afinal, ela era neta de um homem que ele admirava e respeitava muito. Além disso, duvidava que Daniel MacGregor ficasse sa­tisfeito se soubesse que ele havia feito sua querida neta chorar. E a opinião de Daniel MacGregor im­portava muito para ele. Sempre importara.


 


Sabia que ela estava fora, pois a tinha ouvido fechar a porta algum tempo antes. Talvez fosse melhor ficar esperando-a, para não perder a chan­ce de falar com ela enquanto ainda estava movido por aquela onda de determinação.


Porém, provavelmente teria desistido se visse a expressão furiosa de Dulce meia hora depois, quando ela entrou no elevador, vindo do mercado. Estava aborrecida com o simples fato de ter de passar diante da porta de Christopher. Detestava o fato de ter de se lembrar dele ao passar por ali, de como agira feito uma idiota, e pior: de quanto ele a fizera sentir-se uma idiota.


Equilibrando os dois pacotes que trazia nos bra­ços, tentou encontrar logo a chave na bolsa, para não correr o risco de passar muito tempo no cor­redor. O elevador fez o característico ruído indis­creto ao parar em seu andar, mas ela continuou procurando a chave depois de sair dele.


Então enrijeceu o maxilar e estreitou o olhar ao notar a presença de Christopher no final do corredor.


- Oi, Dulce. - Christopher nunca vira um olhar tão gélido a ponto de deixá-lo desconcertado. - Ah, deixe-me ajudá-la com isso.


- Não preciso de sua ajuda, obrigada - replicou ela, rezando para encontrar logo a maldita chave.


- Precisa sim, se vai mesmo ficar aí vascu­lhando a bolsa.


Christopher tentou sorrir, antes de começar uma espécie de cabo-de-guerra por causa de um dos pacotes. Por fim, conseguiu tirá-lo de Dulce.


- Escute aqui, já disse que sinto muito. Quan­tas vezes terei de dizer isso até que você se con­vença de que estou sendo sincero?


- Vá para o inferno! - bradou ela. - Quantas vezes terei de dizer isso até que você comece a sentir o calor das chamas?


Dulce finalmente encontrou a chave e colocou-a na fechadura.


- Agora me dê meu pacote.


- Eu o levarei para você.


- Já disse para me dar maldito pacote - man­dou ela, por entre os dentes. Os dois voltaram a "brincar" de cabo-de-guerra, até ela deixar escapar um suspiro resignado.


- Então, fique com ele!


Ela abriu a porta com um movimento abrupto, mas antes que pudesse fechá-la, Christopher a segurou e entrou sem maiores dificuldades. Os dois se en­treolharam, estreitaram os olhos e Christopher teve a impressão de ver um brilho de vingança nos olhos dela.


- Nem pense nisso - avisou ele. - Não estou usando cueca de ferro.


Ainda assim, Dulce pensou na possibilidade de causar algum dano. Mas desistiu ao concluir que isso só o faria sentir-se mais importante do que ela estava determinada a fazê-lo se sentir. Então, limitou-se a girar sobre os calcanhares e tirar os tênis cor-de-rosa, como costumava fazer ao chegar em casa. Em seguida foi até a mesa e colocou sobre ela o pacote que estava carregando. Quando Christopher fez o mesmo, ela assentiu.


- Obrigada. Quer uma gorjeta?


-- Muito engraçado. Primeiro vamos acertar isso. - Christopher pegou a carteira no bolso, tirou dela uma nota de cem dólares e a entregou a Dulce.


- Aqui está.


- Não vou aceitar o dinheiro de volta. Você fez por merecê-lo.


- Não vou aceitar seu dinheiro por aquilo que acabou se tornando uma piada de mau gosto.


- Piada de mau gosto?! - A sombra de frieza nos olhos dela se transformou em chamas verdes.


- Então foi isso para você? Bem, mas não estou surpresa. Já que tocou no assunto, acho que ainda estou lhe devendo cinqüenta dólares, não?


Christopher enrijeceu o maxilar quando ela abriu a bolsa e começou a procurar o dinheiro. Aquilo já estava indo longe demais.


- Não me provoque, Dulce. Pegue o dinheiro de volta de uma vez.


- Não.


- Eu disse para pegar esse maldito dinheiro de volta. - Dizendo isso, ele lhe segurou o pulso e co­locou o dinheiro palma da mão dela.


- Agora... - interrompeu-se, atônito, quando a viu rasgar a nota de cem dólares em pedacinhos e jogá-los no ar.


- Pronto! Problema resolvido.


- Essa foi uma atitude muito idiota - Christopher a censurou.


- Idiota? Bem, para que quebrar a regra, não é mesmo? Pode ir embora agora.


A voz dela estava tão estridente e furiosa que Christopher teve de se conter para não pestanejar.


- Muito bom, muito eficaz - disse ele. - A dama da voz supersônica finalmente apareceu.


 


Quando ela voltou a falar, em um tom ainda mais abrupto, conseguiu sobressaltá-lo.


- Muito eficiente mesmo - ironizou Christopher.


Furiosa demais para continuar o combate ver­bal, Dulce simplesmente foi até a mesa e começou a esvaziar os pacotes. Se insultos e gritos não estavam funcionando, talvez ignorá-lo desse al­gum resultado.


De fato, talvez até houvesse funcionado se Christopher não tivesse visto suas mãos trêmulas, quando ela colocou uma caixa sobre a mesa. Ver aquilo, levou-o a sentir mais uma vez aquela onda de culpa que vinha experimentando nos últimos dias.


- Dulce, sinto muito. - Ele a viu hesitar, então pegar uma latinha de sopa e colocá-la sobre a mesa.


- A situação me escapou do controle e eu não fiz nada para corrigir meu erro. Eu deveria ter feito alguma coisa.


- Não precisava ter mentido para mim. Eu teria deixado você em paz.


- Eu não menti, pelo menos não comecei. Mas deixei que você, continuasse pensando algo que não era verdade. Quero minha privacidade. Preciso dela.


- Pois agora a tem. Afinal, não fui eu quem acabou de passar pela porta do apartamento de outra pessoa.


- Não, não foi você. - Christopher enfiou as mãos nos bolsos, então tirou-as novamente e apoiou-as sobre a mesa.


- Eu magoei você, e não queria ter feito isso. Sinto muito pelo que aconteceu.


Dulce fechou os olhos, sentindo que o muro que havia levantado para se proteger começara a ruir.



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Autor(a): theangelanni

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- Por que mentiu? - Porque pensei que isso a manteria em seu próprio lugar. Porque senti que sua proximidade era um pouco perigosa demais para mim. E por­que, no íntimo, parte de mim desejava que você continuasse querendo me ajudar a encontrar um emprego. - Christopher hesitou ao vê-la encolher os ombros. - Dulce, eu não quis ofendê ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2103



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  • dayvondy99 Postado em 13/02/2015 - 16:04:42

    Amei a web! Amei tbm o jeito arrogante e sexy do Uckermann do 3B kkkkkkkk... seria bom uma 2°tempora ja que a web permite isso. Bjs :* ;D

  • jessikavon Postado em 01/11/2009 - 14:58:53

    Q mara posta a nova logo...adoreiiii

  • jessikavon Postado em 01/11/2009 - 14:58:52

    Q mara posta a nova logo...adoreiiii

  • natyvondy Postado em 01/11/2009 - 13:51:45

    amei!!! *-*

  • natyvondy Postado em 01/11/2009 - 13:51:43

    amei!!! *-*

  • natyvondy Postado em 01/11/2009 - 13:51:40

    amei!!! *-*

  • natyvondy Postado em 01/11/2009 - 13:51:26

    amei!!! *-*

  • natyvondy Postado em 01/11/2009 - 13:50:50

    amei!!! *-*

  • natyvondy Postado em 01/11/2009 - 13:50:48

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  • natyvondy Postado em 01/11/2009 - 13:50:45

    amei!!! *-*


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