CAPÍTULO UM
Alfonso Herrera estava, no auge de sua vida. Era rico, poderoso e tão bonito quanto um homem poderia desejar ser. Trabalhava duro, divertia-se muito, e, nas raras noites em que ia para a cama sozinho, dormia profundamente até de manhã.
Mas não esta noite.
Esta noite, ele estava sonhando.
Em seu sonho, andava vagarosamente ao longo de uma rua estreita, que levava a uma casa. Mal podia visualizá-la, por causa da neblina pesada pairando sobre tudo, mas a casa estava lá.
Seus passos diminuíram.
Aquele era o último lugar do mundo em
que queria estar. Uma casa num bairro residencial.
Um jardim. Uma caminhonete na garagem. Um cachorro, um gato. Crianças. E uma esposa. Uma mulher, a mesma mulher, para sempre...
Alfonso sentou-se na cama, em busca de ar. Um tremor abalou seu grande corpo musculoso. Ele dormia nu, mantinha as janelas abertas mesmo agora, no começo do outono. Ainda assim, sua pele estava úmida de suor.
Um sonho. Isso era tudo. Um pesadelo. As ostras da noite anterior, talvez. Ou aquele uísque minutos antes de ir para a cama. Ou... Alfonso tremeu novamente. Ou apenas mais uma antiga lembrança do que acontecera quando ele tinha 18 anos e era tolo e apaixonado. Ou ao menos havia pensado que fosse.
Alfonso namorara Perla D`Angelo por três meses antes de até mesmo tocá-la. Quando finalmente a tocara, um toque levara a outro, e a outro...
Na véspera de Natal ele a presenteara com um medalhão de ouro.
Ela lhe dera uma notícia que quase o fizera desmaiar.
— Estou grávida, Alfonso — Perla tinha sussurrado em tom choroso.
Ele ficara atônito. Era um jovem, certo, mas sabia o bastante para usar preservativos. Porém, amava-a. E Perla havia chorado em seus braços e dito que ele lhe arruinara a vida, que precisava se casar com ela.
Alfonso teria se casado. Teria feito a coisa certa. Mas o destino, a sorte, ou como quisesse chamar aquilo, não permitiu. Seus irmãos
notaram o quanto ele se fechara em si mesmo. Eles o fizeram sentar, deram-lhe cerveja, de modo que Alfonso relaxasse um pouco, e então Chris lhe perguntou o que estava acontecendo.
Alfonso lhe contou sobre sua namorada.
E os dois , Christopher e leonardo , entreolharam-se, antes de se voltarem para Alfonso a fim de perguntar se ele enlouquecera. E, se tinha usado proteção, como a garota poderia estar grávida?
Ela devia estar mentindo. Alfonso avançou em Christopher , o primeiro a falar aquilo. Quando Leonardo repetiu a mesma coisa, ele o enfrentou também. Chris bloqueou-lhe os movimentos, prendendo-lhe os braços.
— Eu a amo, droga! — exclamou Alfonso . — Vocês ouviram? Eu a amo e Perla me ama.
— E ama seu dinheiro — disse Chris , e, pela primeira vez em dias, Alfonso riu.
— Que dinheiro?
Léo o liberou. E apontou que a garota não sabia que ele era rico. MesImo naquela época, os Tres irmãos Herrera costumavam torcer os narizes para o dinheiro do pai, o poder e tudo que acompanhava a riqueza.
— Pergunte por aí — disse Chris , o mais velhos dos irmãos. — Descubra com quantos outros rapazes ela dormiu.
Alfonso avançou contra ele novamente. E Leo o segurou.
— Use a cabeça — exclamou Leo —, não o que está entre suas pernas!
Chris assentiu em concordância.
— E exija um teste de paternidade.
— Perla não mentiria para mim — protestou Alfonso . — Ela me ama.
— Diga que você quer o maldito teste — intimou Leo . — Ou nós mesmos diremos a ela.
Ele sabia que Léo falava sério. Então, com pedidos de desculpas, Alfonso sugeriu o teste.
As lágrimas de Perla deram lugar à fúria. Ela o xingara de muitos nomes feios, e Alfonso nunca mais ouvira falar dela. Sim, Perla lhe partira o coração, mas também lhe ensinara uma lição que ainda voltava para assombrá-lo quando ele menos esperava.
Como aquele sonho ridículo.
Alfonso respirou profundamente, recostou-se contra os travesseiros e cruzou os braços atrás da cabeça.
Casamento? Uma esposa? Filhos? De jeito nenhum. Depois de anos tentando decidir o que fazer com sua vida, às vezes chegando perto de perdê-la em lugares que nenhum homem sadio deveria estar, ele finalmente pusera as coisas em ordem. Agora possuía tudo que um homem podia querer: aquela cobertura, com o sol matinal se infiltrando pela clarabóia acima de sua cabeça. Uma Ferrari vermelha. Um avião particular. E mulheres.
Um sorriso malicioso iluminou seu rosto bonito. Mais mulheres, às vezes, do que um homem podia lidar, e todas lindas, sensuais, mas não tolas para esperar qualquer coisa além de um relacionamento... e, Deus, ele detestava essa palavra... um relacionamento de alguns meses de duração.
Estava sozinho no momento. Uma pausa para respirar, Chris tinha comentado.Verdade. E apreciando cada minuto. Como a loira no evento beneficente na semana anterior. Ele tinha ido a uma festa supostamente tediosa. Salvar a Cidade, salvar o Mundo, salvar os Esquilos, quem sabia? A companhia Investimentos Irmãos Herrera havia comprado quatro ingressos, mas somente um dos irmãos aparecera.
Como Léo colocara, aquela era a vez de Alfonso cumprir a tarefa.
Então ele tinha ido. E depois de cumprimentar algumas pessoas e pegar uma taça de vinho, sentiu alguém a obser-vá-lo.
Era a loira, e ela era espetacular. Pernas longas, cabelos brilhantes. Um sorriso lento e sexy o suficiente para deixá-lo zonzo.
Alfonso atravessara o salão e se apresentara. Após alguns minutos de conversa e a moça chegara ao ponto que interessava.
— Está tão barulhento aqui — resmungou ela, e Alfonso sugeriu levá-la para um lugar tranquilo, a fim de poderem conversar.
Mas o que aconteceu no táxi que o porteiro chamou não tinha nada a ver com conversa. No momento em que chegaram ao apartamento de Carin ou Carla... ele não se lembrava mais... estavam tão excitados que mal conseguiram atravessar a porta...
Alfonso se levantou da cama e seguiu para o banheiro. Tinha o número do celular dela, mas não o usaria hoje. Esta noite, tinha um encontro com uma ruiva engraçadinha que conhecera na semana anterior. Quanto ao sonho... Ridículo.
Tudo aquilo havia acontecido quase 15 anos atrás. Sabia agora que não amara a mulher que mentira, alegando estar grávida de seu filho, embora fosse grato a ela por ter lhe ensinado uma lição de vida importante.
Quando você levava uma mulher para a cama, era sua calça que deixava no chão, não seu cérebro.
Alfonso inclinou a cabeça para trás, fechou seus olhos azuis, deixou a água remover o xampu de seus cabelos negros. Nenhuma mulher, por mais linda que fosse, merecia um envolvimento mais profundo do que aquele entre os lençóis. Sem aviso, uma lembrança surgiu em sua cabeça. Uma mulher. Olhos azuis esverdeados . Cabelos com incríveis mechas douradas. Uma boca suave e rosada, com gosto de mel...
Irritado, Alfonso fechou o chuveiro e pegou uma toalha. Qual era o seu problema esta manhã? Primeiro o sonho insano. Agora isso.
Anahi Portilla ... incrível como podia lembrar-se do nome dela, mas não do nome da mulher com quem estivera na noite anterior, especialmente uma vez que fazia um ano que não via Anahi .
Um ano e dois meses. E, sim, certo, 24 dias... Alfonso suspirou.
Esse era o problema de ter fixação por números, pensou. Tornava-o bom naquilo que fazia na Herrera`s , mas também despertava pensamentos tolos na sua mente.
Bem vindos,esta ae um super capitulo espero q goste!
Gente discupe a demora e nao poder responder os comentarios minha net ta um horror hj,pois aki ta chuvendo muiito em fim bjos e Bem vindas comentem.