Fanfic: fora do prumo

William massageia os cabelos de Fátima enquanto a beija. Segura firme sua cintura e deixou que sua língua se movimentasse sozinha. Ele gostava de beijá-la em público, apesar de saber que ela detestava tal exposição. Ele sorri de leve enquanto ainda a beija e, aos poucos, vai colocando-a em pé novamente, sem largar suas mãos.

- Missão dada é missão cumprida.

Fátima queria responder, queria perguntar porque ele havia feito aquilo, mas era como se a voz não saísse. Ela continuou parada, olhando para William. Estava perdida entre um sorriso e uma cara de espanto.

- Vocês voltaram? - Pergunta Lair, um pouco sem jeito.

- Não podemos nos precipitar, Lair. - William ri e volta a olhar para Fátima. - E então?

- Eu não sei o que dizer. - Gagueja ela.

- Vai demorar muito pra você poder almoçar? - William põe uma mecha do cabelo de Fátima para trás da orelha dela e ela sorri.

- Acho que eu já posso ir.

- Pensei que você fosse sua chefe.

- Eu sempre tiro fotos com o pessoal.

- Ah claro! Fique a vontade.

William checa as horas no celular e solta as mãos de Fátima.

- Onde você vai?

- Vou ficar ali no canto, esperando por você.

- Não quer ir para o meu camarim? 

- Não tem problema?

- Tudo que é meu é seu, lembra?

William sorri e se retira sem dizer uma só palavra.

- Você ainda mantém fotos nossas aqui?

- É óbvio.

- E por quê?

- Porque eu gosto de lembra que ainda somos casados. - Fátima sorri e acaricia o rosto de William, que está sentado ao seu lado em um sofá de seu camarim, perto de uma estante com fotos dos dois.

- Inclusive nós precisamos conversar sobre isso.

- Por quê?

- Os papéis do divórcio estão na mesa da minha advogada há muito tempo e nós ainda não conversamos sobre isso.

Fátima levanta do sofá e se altera.

- Você acabou de me beijar na frente de todo mundo! - Grita ela.

- Já falei pra você que foi o Pedro Bial quem pediu.

- E você me beijou daquele jeito como se fosse ele?

- Exatamente. - Ele concorda também com a cabeça.

- Se eu soubesse disso teria cuspido e batido na sua cara. - Ela apoia os braços na cintura e bufa, ficando de costas para William.

Ele levanta do sofá calmamente, caminhando na direção dela. Chega perto o suficiente e assopra seu pescoço.

- Desculpa, Fa...

Fátima se arrepia por inteiro, quase perdendo as forças na perna. Ela sabe que William tira suas forças de maneira sobrenatural. Ela vira para ele e desmancha em seus braços.

- Você me magoa muito fazendo essas coisas. - William ri sem querer e Fátima morde os lábios. - Eu sei que eu mereço, já que me relacionei com o Pedro poucas semanas depois de termos nos separado, mas dói. E cada vez mais.

- Não é porque você errou que eu tenho que errar também.

- Volta pra mim?

- Quando? - William sorri e Fátima também. Ela fica eufórica e põe as mãos sobre o peito de William.

- É sério? Pode ser hoje? Agora?

- Por que não aproveitamos o almoço em casa, com os nossos filhos?

- Você está falando sério?

William não responde nada, mas segura a nuca de Fátima e a encara por um tempo. Ela abre a boca para que o ar passe com facilidade e crava as unhas no peito de William. Ele morde o lábio inferior e solta o ar com força, beijando Fátima de uma vez. Ela faz como ele e gruda as mãos em sua nuca, fazendo um carinho de leve.

Quando o beijo termina, William fala.

- Você combina com os meninos?

- Agora eu ligo para eles. Você tá de carro?

- Estou, mas obrigada pela carona! - William ri e solta a ex-mulher. - Enquanto você liga pra eles e vai combinando, eu vou indo porque tenho que passar em um lugar antes.

Fátima sente um arrepio na espinha e, de repente, lembra da noite que William disse quase a mesma coisa para ela. Na ocasião, ele havia ido para os braços de Rubia.

- É ela novamente?

- O quê? - Ele olha para o seu celular e não entende a pergunta de Fátima.

- Rubia. É para lá que você vai?

- Se for, muda alguma coisa?

- Se for, você não precisa ir almoçar conosco. - William sorri e se aproxima de Fátima novamente.

- Te encontro em casa? - Ele dá um beijo singelo nos lábios dela e vira as costas.

Assim que cruza a porta, a fecha, mas continua ali do lado. Fátima não contém sua curiosidade e gruda seus ouvidos na mesma porta em que William está escorado, sem que ele saiba.

- Alô, meu anjo? Deu tudo certo! Ela caiu! - William ri alto e rapidamente se repreende. - Você tá onde combinamos? Ótimo, estou indo pra aí agora. Mas temos que ser rápidos, ela não pode desconfiar de nada. Está tudo dando certo por enquanto, vamos ver até onde ela vai. Um beijo, te amo. - Ele desliga o telefone e corre até seu carro.

Fátima segura o próprio peito, como se pudesse segurar seu coração. Ela quer chorar, mas não quer ser antecipada.

- Ela caiu? Meu anjo? Um beijo? Te amo? - Sussurra ela, caindo em lágrimas. Não quer dirigir, mas não quer chamar William.

Ela pega suas coisas e sai do camarim apressada.

- Veras, você me dá uma carona? - Pergunta ela, secando as lágrimas.

- Eu não ia embora agora, mas eu dou sim. Aconteceu alguma coisa?

- Eu ainda não sei, em casa vou descobrir.

- São seus filhos? Ou é William? - Pergunta ele, com as chaves do carro na mão.

- Não é nada demais. Besteira minha. É que eu estou naqueles dias que mulher fica sentimental, não dá bola. Obrigada, fico te devendo essa! - Ela abraça o parceiro e eles saem até o estacionamento.