Fanfic: Desde sempre. | Tema: Fátima Bernardes e William Bonner
William saboreava o beijo de Fátima como se fosse a última coisa que ele fizesse na vida. Sentiu a boca dela se desgrudar da dele lentamente, enquanto as mãos dela deslizavam pelo braço dele. Ofegante, Fátima olhou pra ele com o rosto a centímetros de distância do dele. Ela deu dois passos pra trás e tapou a boca com as mãos. Atordoada, sacudiu a cabeça.
- Você só ta piorando tudo. Não é assim que conseguiremos resolver essa situação.
- Fátima, me ouve!
- Te ouvir pra quê? Pra você me falar que só está seguindo seus impulsos e fazendo o que você sente vontade? Muito obrigada, William, mas esse tipo de argumento não me consola e nem justifica, porque eu não sei agir sem pensar nas conseqüências dos meus atos e sem pensar em quantas e quais pessoas eu estarei machucando com isso. Respeite o meu tempo, me deixe te procurar quando eu achar que é a hora. Se não está sendo nada fácil pra você esperar por isso, pra mim está sendo igualmente difícil. – ela virou as costas e caminhou até o próprio carro.
William ficou parado, completamente impotente. Não adiantava insistir, ele a conhecia bem demais pra saber quando ela estava realmente falando sério e que não daria o braço a torcer. Sempre admirou a postura de Fátima de sempre se posicionar, não importa com quem ou como fosse. Mas naquele momento, desejou intimamente que ela fosse mais maleável. Era difícil bater de frente com ela. Nervoso, caminhou até o carro, sentou-se no banco do motorista e recostou a cabeça pra trás. Pelo retrovisor, viu Fátima dando ré e acelerando o carro, em direção a saída do estacionamento. Olhar para as luzes do farol do carro dela se afastando lentamente fez com que brotasse em William uma ira descontrolada. Deu um soco no volante, disparando a buzina deliberadamente. Esfregou o rosto, bateu a chave e deu uma ré contínua, manobrando para que saísse o mais rápido que conseguisse dali. Aceleradamente, ele dirigiu pra casa. No caminho, a cabeça girava a mil por hora, furioso por não ter controle algum daquela situação. Uma raiva súbita de Fátima invadiu a mente de William. Ele subiu o elevador até o próprio apartamento. Bufando, olhou para as fotos dela nos nichos da estante. Cego, ele jogou-as violentamente em uma gaveta basculante, tirando-as de suas vistas pelo tempo que ele considerasse necessário. Deitou-se na cama, esfregando o rosto. A sensação de impotência, de restar-lhe apenas aguardar por uma aproximação dela era terrível, principalmente quando estava aliada a uma saudade esmagadora e ao coração ainda disparado pelo beijo que acabara de acontecer. Pra William, mais do que nunca, estava bem claro. Ele estava perdidamente apaixonado e queria-a mais do que tudo naquele momento. Mas não achava justo consigo mesmo depender exclusivamente dela pra que sua ansiedade cessasse e seus desejos se concretizassem. Decidiu abafar seus pensamentos. Não pensaria nela, não procuraria por ela e não tentaria contato. Quem sabe assim, conseguiria tocar sua vida. Pelo menos até pensar claramente no que faria em seguida. Fechou os olhos, respirou fundo e desejou fortemente que conseguisse cumprir com o que estava se propondo.
***
Sexta-feira, 11 da noite. A semana havia sido muito produtiva, mas igualmente cansativa. Estirado no sofá, William estava em uma exaustão típica de sexta-feira. Tinha ido um happy hour com os colegas logo após o trabalho, em um barzinho. Já estava em casa, entediado e com o coração ligeiramente apertado. Levantou-se e foi até a geladeira. A solidão daquele apartamento estava quase insuportável naquela noite. Ele havia tomado uma quantidade suficientemente grande de chopps, que deixaram-o levemente bêbado. Abriu uma garrafa long neck de cerveja e deu uma longa talagada. Lambeu os lábios e olhou através do vidro da sacada. As luzes dos apartamentos acesas, juntamente com as do postes das ruas e os faróis dos carros formavam uma fantástica mistura de tons e reluzes. Ele observava o panorama da cidade, com a cabeça longe. Pensava nela, mesmo contra sua própria vontade. Não teve notícias de Fátima desde quarta-feira daquela mesma semana. Nenhuma ligação, nenhuma mensagem respondida, nem um sinal de fogo. Nada. Ela simplesmente desapareceu da vida dele. Os porta-retratos permaneciam escondidos. Os sentimentos de William também, talvez ainda mais escondidos do que as fotografias. Ele se esforçou veementemente naqueles dias para não pensar nela. E conseguiu. Cada vez que ela habitava sua mente, ele a espantava na mesma velocidade. Sabia que esse não era o mais eficaz método para contornar um problema. Mas era o único que, naquele momento, ele conseguia fazer. Sentia ainda uma raiva entalada dela. Por ela fingir que não conseguia ler pelas entrelinhas e perceber que ele estava apaixonado. Por ela interpretar tão mal tudo que ele falava, sempre tirando-o do sério com conclusões precipitadas e racionais. Mas sentia raiva principalmente dele próprio, por não tomar a rédeas da situação, como deveria. Amargurado, ele remoia aquele vendaval de pensamentos com o olhar vago. Acendeu mais um cigarro, o oitavo daquela noite nublada e fria. A cerveja acalentava um pouco o coração perdido e confuso de William.
As horas avançavam a madrugada. Já passava de uma da manhã. E ele permanecia, sentado na cadeira da varanda, com os pés apoiados na grade da sacada. Uma chuva fina caía e alguns trovões ecoavam, vez ou outra. No canto da parede, dezenas de garrafinhas de cerveja vazias estavam posicionadas lado a lado. Ao redor delas, as tampinhas jogadas aleatoriamente. Em uma situação normal, ele teria ligado o som da TV pra se distrair com alguma ótima coletânea que possuía e gostava de colecionar. Mas naquela noite, o silêncio e o escuro do apartamento o faziam bem e o acalmavam, dentro do possível.
William foi surpreendido pelo toque de seu celular. Demorou alguns segundos pra se tocar de que era o dele que vibrava no braço do sofá, dentro do apartamento. Olhou no relógio. “1:35 da manhã.”, ele franziu a testa. Levantou-se e caminhou calmamente até lá, com a garrafinha na mão. Não nutria esperanças de que fosse Fátima, apesar de ter sentido seu coração disparado ao ver aquele telefone tocar. Mas quando olhou no visor, tomou um susto com o que viu. Heloísa.
Autor(a): bonemerlove
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- Alô? – William disse, embasbacado com aquele telefonema inesperado, depois de tanto tempo. A voz de Heloísa soou baixa, do outro lado da linha. - William? É. ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 29
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beatriz_cartilho Postado em 11/02/2015 - 20:58:16
Ahh não acredito que acabo , mais eu amei o final *_*
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bia_jaco Postado em 11/02/2015 - 20:25:07
Aiiiin não acredito que a fic já acabou :( bom mais nada dura né?Quero que saiba que essa fic vai para o meu coração como todas suas,amooo!!Parabéns mais uma vez.Beijos moça linda
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bia_jaco Postado em 22/01/2015 - 21:19:06
Geeeeeeeeeeeeeeente que capítulo é esse?Sei mais nem o que dizer....amo amo amo!!!
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bia_jaco Postado em 19/01/2015 - 14:50:40
Lindos demais!!Amei muito o capítulo
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beatriz_cartilho Postado em 12/01/2015 - 22:01:14
Que lindo amei!!!
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jurb Postado em 12/01/2015 - 18:58:58
Que lindo! *-*
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bia_jaco Postado em 12/01/2015 - 18:19:54
Lindo lindo lindo o capítulo.Finalmente falaram as 3 palavrinhas mágica.Amei o capítulo!!
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bia_jaco Postado em 02/01/2015 - 19:12:16
aaaaaaaaaaaaaaaa como tem coragem de parar o capítulo assim?Quero maaaais!!Posta maaaaais!
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bia_jaco Postado em 30/12/2014 - 18:10:08
Estava morrendo de saudade da fic.Amei o capítulo!!Quero maaaaaaais :)
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star.20 Postado em 22/12/2014 - 18:03:27
Por que ta demorando tanto pra posta outro capítulo? Desistiu?